Falar sobre o aborto não é fácil e superá-lo é mais difícil ainda. O tema por si só já é muito evitado pelos tabus acerca dele, o que pode complicar a procura de ajuda psicológica por parte das mulheres que sofreram a perda do bebê e, consequentemente, do tratamento adequado.
1 – O que é aborto espontâneo?
É a gestação que foi interrompida naturalmente até a 22a semana de gestação, quando o bebê ainda pesa menos de 500 gramas. Até a 12a semana, o aborto é considerado precoce; depois disso, é chamado de tardio.
2 – Os números do aborto
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a maioria dos abortos espontâneos ocorre numa fase inicial da gravidez, sendo 80% no primeiro trimestre.”
A OMS ainda explica que, “nos países desenvolvidos, o aborto espontâneo ocorre em 10 a 15% de todas as gravidezes clinicamente reconhecidas, embora muitos abortos espontâneos ocorram antes da mulher saber que está grávida.”
Mas o problema pode piorar muito nos países subdesenvolvidos. “As taxas de aborto espontâneo podem, contudo, serem muito mais elevadas nos países em desenvolvimento devido à prevalência de malnutrição e de outros problemas de saúde. A maioria dos abortos espontâneos ocorre numa fase inicial da gravidez, sendo 80% no primeiro trimestre.”
3 – Sintomas de aborto espontâneo
Dentre os sinais de aborto espontâneo, os mais comuns são:
- Sangramento vaginal: ocorre com ou sem cólicas;
- Dor lombar, abdominal ou cólicas constantes;
- Diminuição de sinais de gravidez, como a perda da sensibilidade da mama ou náuseas.
4 – O que pode causar um aborto?
Não existe uma causa isolada para desencadear o aborto espontâneo, e sim alguns fatores de risco. Sabe-se que a idade avançada pode ser um contra na hora da gravidez pois mulheres acima dos 35 anos possuem 20% a mais de riscos em sofrer um aborto espontâneo.
Doenças crônicas como diabetes não controlada e trombofilias, excesso ou falta de peso, complicações hormonais, problemas no útero ou colo do útero, infecções e abortos sofridos anteriormente encabeçam a lista das possíveis causas de aborto.
5 – Quanto tempo depois de um aborto posso engravidar?
O período de espera entre o aborto e a nova gestação será avaliado pelo médico, pois tudo depende da mulher, de seu histórico, do aborto em si e das consequências geradas por ele.
O tempo que o útero leva para se recuperar completamente pode variar de 3 a 6 ciclos menstruais e costumava-se recomendar esse período de espera. Hoje em dia, os médicos podem recomendar um tempo mais curto, por exemplo, de 1 mês, mas somente a análise clínica, exames e a consulta com o especialista, poderão dizer com mais precisão.
6 – O que fazer depois de um aborto espontâneo?
Primeiro, é vital que a mulher receba os cuidados médicos
adequados e urgentemente por conta das complicações que podem se seguir caso os procedimentos apropriados não sejam prontamente tomados. Segundo a OMS, é essencial que a mulher também tenha acesso a cuidados de saúde reprodutiva compreensivos; receba aconselhamento e serviços de PF (planejamento familiar) e educação comunitária para reduzir a necessidade de aborto e melhorar a saúde reprodutiva.
7 – Apoio psicológico
Lidar com um momento como esse não é fácil e empatia deve ser a palavra chave. O aborto e suas consequências transformam a vida da mulher, portanto o apoio psicológico é essencial.
O isolamento, cansaço e choro constante podem dar as caras após o aborto. É muito importante que os familiares também participem do processo pois a mulher pode se sentir desamparada e sozinha. Sentimentos como desespero, culpa, ansiedade, tristeza e apatia assolam a mente dessa paciente, além de abrir as portas para doenças psicológicas sérias como a depressão.
Procurar ajuda de um psicólogo pode ser a saída, já que qualquer cuidado é pouco. Nem sempre os amigos e familiares saberão como prestar o apoio psicológico e emocional correto.
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