A Síndrome de Hulk, também conhecida como Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), é uma condição psiquiátrica caracterizada por episódios recorrentes de explosões descontroladas de raiva ou agressividade intensa.
As pessoas que sofrem de TEI experimentam uma incapacidade de controlar sua raiva, mesmo diante de situações relativamente menores. Além disso, após a explosão, a pessoa pode experimentar sentimentos de arrependimento, vergonha ou remorso pelo seu comportamento.
Por que o nome “Síndrome de Hulk”?
Nos famosos quadrinhos da Marvel, Dr. Banner é um cientista brilhante. Porém, após um experimento malsucedido, ele precisa conviver com um grande impulso em se transformar numa enorme e descontrolada fera que quebra tudo ao redor – O Hulk.
No filme “Vingadores“, lançado em 2012, Banner precisa ajudar a sua equipe, quando Capitão América diz ao cientista que seria uma ótima hora para ele ficar com raiva. Banner, então, explica: “Esse é o meu segredo, Capitão, eu estou sempre com raiva.” Portanto, Hulk e seu temperamento agressivo inspiraram um transtorno descoberto pela psicologia, o TEI.
O que é o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)?
O comportamento agressivo gerando acessos de fúria descontrolada, geralmente sem motivos aparentes, caracteriza a Síndrome de Hulk, também conhecida como Transtorno Explosivo Intermitente (TEI).
Assim, a pessoa perde o controle de seus impulsos violentos e pode agredir alguém através de palavras ou de forma física. Entretanto, este descontrole também pode ser descarregado em animais ou objetos.
O TEI faz parte do Transtorno do Controle dos Impulsos (TCIs), cuja categoria ainda inclui piromania e cleptomania, por exemplo. Nesse sentido, a prevalência da doença é nos homens. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), para cada três homens, uma mulher sofre de TEI. No Brasil, o TEI atinge 3,1% da população.
Além disso, o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) co-ocorre com uma variedade de outros distúrbios, como humor depressivo (unipolar), ansiedade e distúrbios de uso de substâncias.
O que causa a Síndrome de Hulk?
Não há uma exatidão para apontar o que causa o TEI, isto porque diversos fatores podem desencadeá-lo. Em contrapartida, acredita-se que pessoas sofrem de problemas constantes em suas vidas, sejam eles oriundos do trabalho ou no meio pessoal, possam desenvolver este transtorno com maior facilidade.
Ao contrário do acesso de raiva, as pessoas diagnosticadas com TEI possuem um menor controle de sua fúria, pois elas perdem rapidamente as noções de limites e seu controle físico.
Nesse sentido, é importante salientar que quem tem este transtorno não possui uma ação premeditada, tudo acontece de repente em sua mente e em seu corpo, é uma explosão de sentimentos agressivos que surgem sem dar sinal, sem avisar.
Fatores Biológicos no TEI
Há a hipótese de que pessoas contaminadas com toxoplasma no cérebro tem mais facilidade em desenvolver a síndrome de Hulk. Ou ainda, em um estudo recente desenvolvido por neurocientistas da Universidade de Chicago, notou-se que quem possui este transtorno tem o volume da massa cinzenta menor na região das emoções.
Da mesma maneira, o mesmo estudo analisou 200 pacientes cujas concentrações de duas substâncias – a proteína c-reativa e a interleucina-6 – se mostraram elevadas. Ambas proteínas participam de processos inflamatórios gerados em resposta a agressões ao organismo.
Portanto, os pesquisadores acreditam que tratando diretamente essa inflamação crônica, há mais chances de diminuir o aparecimento dos efeitos do transtorno.
A Síndrome de Hulk pode ser genética?
Sim. Parentes em primeiro grau de pacientes diagnosticados com TEI possuem riscos mais altos de desenvolver transtorno do controle dos impulsos quando comparados ao restante da população. Além disso, o TEI pode ser identificado desde a infância, por volta dos 6 anos de idade, que é a fase onde a criança já tem um controle sobre suas emoções.
TEI: sintomas
Uma pessoa que fica com raiva facilmente nem sempre é portadora do TEI. Logo, para diferenciar é importante notar além da frequência de fúria, os motivos pelos quais ela foi desencadeada.
Desse modo, é preciso verificar as reações da pessoa. Então, se a crise de raiva acontecer por causas muito superficiais e aparentemente sem sentido, isso pode ser um indício.
Confira abaixo alguns dos sintomas da Síndrome de Hulk (TEI):
- Agressões físicas e ameaças verbais sem justificativa ou razão;
- Surtos de raiva;
- A pressão e batimentos cardíacos descontrolados;
- Descontrole de atitudes onde objetos são quebrados e arremessados;
- Sudorese e tremores no corpo;
- Falta de paciência e irritabilidade;
- Falta de controle sobre as próprias ações;
- A pessoa se sente culpada após o ataque.
Tipos de TEI (Transtorno Explosivo Intermitente)
Apesar de parecer algo único, o transtorno de raiva é passível de ser compreendido em duas esferas. Sendo assim, as pessoas agressivas com explosão de raiva podem ser classificadas em atitudes leves ou severas.
O ataque de raiva leve é aquele em que acontece com uma frequência média de duas vezes na semana durante um período mínimo de 3 meses. Nesse sentido, é possível perceber que o temperamento explosivo se reflete em ofensas, xingamentos, ameaças, gestos obscenos e agressões físicas sem lesão corporal.
Já em relação ao transtorno explosivo considerado grave, as pessoas com raiva realizam a destruição de patrimônios, além de manter agressões físicas com lesão corporal. Geralmente, esses incidentes ocorrem 3 vezes dentro do período de um ano.
O Diagnóstico da Síndrome de Hulk
O distúrbio explosivo intermitente nem sempre é compreendido. Aliás, ele é facilmente confundido por atitudes isoladas de pessoas explosiva. Por conta disso, a procura por um tratamento sempre é demorada.
Dessa forma, a sua percepção fica muito complicada. Inclusive, esse problema também assola os profissionais de saúde mental, que podem ter dificuldade para verificar o transtorno de imediato.
Sendo assim, os profissionais realizam o diagnóstico do Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) através da metodologia de exclusão de doenças, a qual é amplamente utilizada quando os sintomas de uma ou mais doenças apresentam semelhança. Nesse sentido, ele é realizado exclusivamente por médicos, psiquiatras e psicólogos especializados.
Como lidar com pessoas que possuem a síndrome
Sabemos que as pessoas com Síndrome de Hulk não conseguem controlar os seus impulsos agressivos. Porém, querendo ou não, existem diversos familiares e amigos próximos que precisam saber lidar com uma situação dessas. Então, o que fazer?
Bem, não há muito mistério nesse sentido. Ao perceber que o indivíduo está passando por uma crise de raiva, não adianta ficar mais estressado com a pessoa, pois ela não tem controle sobre o que está acontecendo. Sendo assim, é necessário manter a calma e entender que aquilo não é fruto da sua vontade, uma vez que o TEI acontece por impulsos sem motivo aparente.
Ainda, é importante tentar compreender como ela está se sentindo, até porque, em muitos casos, as pessoas são arremetidas com um sentimento de culpa logo após o acesso de raiva. Então, é fundamental estar próximo da pessoa para prestar toda a assistência que ela precisar.
A agressividade infantil
Devemos ter todo o cuidado ao diferenciar o comportamento agressivo considerado normal e o comportamento alinhado com as circunstâncias em que são gerados do comportamento típico da Síndrome de Hulk. Isso é especialmente importante ao lidar com crianças em pleno desenvolvimento de sua personalidade e aprendizados.
O DSM-5 explica: “Crianças com sintomas sugestivos de transtorno explosivo intermitente apresentam momentos de explosões de raiva graves. Para crianças com explosões e irritabilidade intercorrente e persistente, deve ser feito somente o diagnóstico de transtorno disruptivo da desregulação do humor”.
Entretanto, vale ressaltar que não é possível fazer um diagnóstico completo em indivíduos com menos de seis anos, por conta do desenvolvimento prematuro. Além disso, também não é fácil a assimilação do TEI em pessoas entre 6-18 anos, pois o comportamento agressivo pode se encaixar num transtorno de ajustamento.
Transtorno Explosivo Intermitente: tratamento
Mas, afinal, como podemos controlar a agressividade? O psicoterapeuta acompanha o portador da síndrome de Hulk para ajudá-lo a identificar as situações que costumam desencadear os acessos de raiva e ensiná-lo a evitá-los ou controlar a intensidade da fúria.
No tratamento do TEI, os profissionais recomendam combinar psicoterapia e medicamentos. Dessa forma, o psicólogo conseguirá cuidar da saúde mental do paciente, enquanto o psiquiatra será o responsável por indicar algum remédio para raiva.
Caso suspeite que você ou alguém próximo possa ter o transtorno, procure um psicólogo ou psiquiatra de sua preferência para realizar o diagnóstico. A Telavita pode te ajudar nessa luta.
Excelente artigo, bastante esclarecedor.
Se alguém gritar ou sair do controle…
Manda Dá uma surra nele
Que ele melhora rápido
Esse é o melhor remédio.
Primeiro grita, depois ameaça, depois bate.
Não espere que isso aconteça duas vezes.
Meu Deus, cheguei até este artigo porque estou deprimida por ter agredido!
Eu sabia que algo astava errado, mas não sabia o que…
muito ruim, mas util
so que não, não e util
verdade, é inutil
Artigo excelente.
o que fazer com a minha mae brava
bom eu nao sei o que eu fiz pra minha mae ficar brava mas eu quero muito descobrir o que ouve e pedir desculpas