Anorexia e bulimia são os nomes dos maiores vilões dentre os transtornos alimentares e fazem mais vítimas a cada ano. Saiba mais sobre as características e diferenças entre eles.
Os transtornos alimentares são caracterizados por alterações e perturbações psicológicas referentes à alimentação que interferem na saúde física e mental do indivíduo. Essas alterações referem-se ao excesso de comida ou à falta dela.
Existem diversos tipos de transtornos alimentares e, dentre os mais conhecidos, estão bulimia e anorexia. A falta de informação acerca deles faz com que muitas pessoas pensem que bulimia e anorexia são a mesma coisa, mas não são!
O que causa Transtorno Alimentar?
Tanto como as causas da anorexia, quanto as causas da bulimia, dependem de muito fatores.
Fatores genéticos: Embora ainda não se tenha uma confirmação da etiologia genética nos transtornos alimentares, pesquisas relatam que eles são mais frequentes em parentes de primeiro grau. Pesquisas sobre agregação familiar demonstram a existência de mecanismos de transmissão da doença em famílias. Através de estudos com gêmeos monozigóticos e dizigóticos também apontaram a genética como possível participante das causas dos distúrbios alimentares.
Fatores biológicos: Acredita-se que modificações em neurotransmissores do cérebro como a serotonina, a reguladora do nosso sono, humor, ritmo cardíaco e apetite, pode estar por trás das causas dos transtornos.
Fatores psicológicos: A presença de doenças como depressão e ansiedade, ou baixa autoestima e traumas, dão força ao aparecimento dos distúrbios, pois distorcem a imagem que o indivíduo tem de si mesmo.
Fatores sociais: Essa é uma das principais causas do problema. Os padrões de beleza são os maiores vilões dos transtornos alimentares, pois desencadeiam frustrações, baixa autoestima e necessidade de aceitação perante à sociedade. Os padrões de beleza mudam conforme o período histórico, mas as pressões e as consequências delas não mudam nunca: o indivíduo está sempre em dívida com a balança.
Anorexia
Anorexia Nervosa
O primeiro a denominar o termo como “anorexia nervosa” foi o inglês Sir William Gull, um dos médicos da Rainha Vitória, século 19.
A anorexia nervosa ocorre quando há perda de peso excessiva de forma intencional, ou induzida, por parte do paciente, sendo que tal perda seria decorrente da distorção da imagem corporal. As pessoas com anorexia comumente recorrem ao uso de anorexígenos, laxantes, vômitos propositais, purgação e exercícios físicos exagerados a fim de chegar à magreza esperada.
O distúrbio comumente acomete mulheres adolescentes e jovens, mas adolescentes do sexo masculino, embora em menor número, também entram na equação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico da anorexia nervosa pode ser baseado na seguinte premissa: o peso corporal é mantido abaixo dos 15%esperados, isso de acordo com cada indivíduo. Os sintomas citados acima são primordiais para diagnosticar o paciente.
Outro indicador do transtorno em mulheres pode ser a amenorreia, ou seja, a ausência de menstruação quando deveria acontecer.
Anorexia nervosa atípica
São os pacientes que apresentam alguns sintomas da anorexia nervosa, como o pensamento constante em perder peso, restrições alimentares, amenorreia, entre outros, mas que não se enquadram no quadro clínico do transtorno. É um grau mais ameno de anorexia mas que deve ser acompanhado por profissionais da saúde.
Bulimia
Bulimia Nervosa
A palavra vem do grego, boûs (boi), e limós (fome). Ou seja, “bulimia” significa, literalmente, fome de boi. O transtorno se caracteriza por fome excessiva e descontrolada. Pessoas com bulimia apresentam comportamentos compensatórios, como indução do vômito, uso de laxantes e diuréticos, períodos de jejum e prática de exercícios em excesso.
Os principais sintomas da bulimia são:
- refluxo gástrico;
- sensibilidade nos dentes e erosão do esmalte dentário;
- dor de garganta e inflamação na garganta;
- desidratação;
- comer compulsivamente e em grandes quantidades;
- métodos compensatórios;
- pensamento frequente em perder peso.
Bulimia Nervosa Atípica
Algumas características e sintomas da bulimia nervosa aparecem, mas não se enquadram no quadro clínico global, mesmo que o paciente tenha preocupação excessiva com o peso e alguns episódios de hiperfagia tenham ocorrido. Para o diagnóstico preciso, procure um médico.
Bulimia x Anorexia
A diferença entre anorexia e bulimia está na manutenção do peso considerado saudável pela OMS. Os que sofrem de anorexia estão sempre abaixo dele, mas os pacientes com bulimia conseguem mascarar o transtorno na balança pois mutias vezes conseguem manter o peso considerado ideal.
Anorexia: A pessoa para de comer
Bulimia: Alimentação em excesso e compulsória
Anorexia: Perda de peso expressiva
Bulimia: Perda de peso normal ou pouco abaixo do aceitável pela OMS
Anorexia: Ausência de menstruação
Bulimia: Menstruação irregular
Anorexia: Não percebe que tem um transtorno
Bulimia: Sente culpa pelo seu comportamento
Anorexia: A pessoa para de comer
Bulimia: Alimentação em excesso e compulsória
Anorexia: A pessoa pode se sentir muito ansiosa e depressiva
Bulimia: A pessoa apresenta emoções excessivas, impulsividade e oscilações de humor
Os tratamentos em tipos de transtornos alimentares têm uma coisa em comum: restaurar a nutrição adequada. Toda a compulsão e exagero devem ser reduzidos de forma que o hábito alimentar do paciente se torne algo prazeroso, sem culpa e, principalmente, saudável.
Transtornos alimentares e psicologia estão muito atrelados, já que os distúrbios não aparecem sozinhos. São motivados por doenças, traumas e outros. A ansiedade nos transtornos alimentares é muito frequente, já que, além de ser um gatilho para os distúrbios, também dá as caras durante eles. A ansiedade em comer, em emagrecer, em se adequar. Os transtornos alimentares e depressão são bem comuns também e podem ser outro fator determinante no início de um distúrbio.
A psicoterapia é um dos métodos mais eficazes pois ajuda a entender os motivos psicológicos que transformaram a alimentação em vilão. A TelaVita dispõe de terapia online e psicólogos especializados.