Última atualização em 24 de abril de 2024
A apneia do sono é um distúrbio que afeta 30% da população mundial, cerca de 1 bilhão de pessoas. Entenda as sua consequências na saúde.
Cerca de 45% da população mundial sofrem com distúrbios do sono, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) A apneia do sono é um distúrbio que afeta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo. Imagine estar dormindo e, de repente, parar de respirar durante o sono. Agora imagine que esse processo pode ser repetir até 35 vezes durante 1 minuto. Parece desesperador, não? É o que acontece com alguém que possui apneia do sono.
Entende-se por apneia a interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de pelo menos dez segundos e, por hipopneia do sono, uma redução de 30% a 50% desse fluxo”, ensina o Dr. Drauzio Varella em seu portal.
A síndrome da apneia obstrutiva do sono pode causar muitos danos à saúde. “Muitos indivíduos com AOS apresentam doenças como hipertensão, diabetes, acidente vascular encefálico (AVE), doença de refluxo gastresofágico, angina noturna, insuficiência cardíaca, acromegalia e hipotireoidismo. A AOS também pode estar associada a arritmias cardíacas (p. ex., fibrilação atrial)”, informa o Manual MSD.
1 – Doenças psicológicas
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, observaram que os níveis dos neurotransmissores GABA e glutamato, moduladores das emoções, de quem sofre de apneia se encontravam acima do normal. Isso pode explicar no desenvolvimento das doenças psicológicas como depressão, ansiedade e estresse.
2 – Pressão alta
O bloqueio das vias respiratórias ocorre pois os músculos da parte de trás da boca relaxam e obstruem a passagem de ar na garganta. Essa falta de oxigênio afeta o sintema nervoso, comprometendo até a pressão arterial, o que pode ocasionar diversas doenças cardiovasculares.
A ativação exagerada do sistema nervoso nos casos de apneia joga a pressão lá no alto, já que a função dele é controlar o fluxo sanguíneo. Além disso, esse trabalho árduo e contínuo devido à obstrução das vias prejudica a eficácia dos anti-hipertensivos.
3 – Doenças cardiovasculares
O mesmo processo pelo qual a pressão sofre relativo aumento também ocasiona diversas doenças cardiovasculares, já que a falta do oxigênio faz com que o sistema nervoso trabalhe dobrado, mexa com a pressão e ocasione as doenças do coração.
“O esforço para respirar causa uma forte pressão no peito e dificulta as batidas do órgão”, explica o médico pneumologista especialista em Medicina do Sono, Lorenzi Filho. Se não tratada, a apneia pode fazer com que o órgão se desgaste e fique sem forças para trabalhar propriamente.
4 – Maior taxa de açúcar no sangue
A apneia do sono também age nas funções da insulina, o hormônio responsável pela entrada da glicose nas células, o que, a longo prazo, pode ocasionar em diabete. Uma experiência recente realizada pela médica do sono Tetyana Kendzerska, na Universidade de Toronto, dá mais força à teoria. Quanto mais intensas e graves forem as crises de ronco, maiores serão as possibilidades de conviver com muito açúcar circulando. A presença da apneia aumenta em 30% a probabilidade de alguém desenvolver diabete.
5 – Risco maior de acidentes
Sabe-se que o dia que se segue à uma noite mal dormida é sempre cansativo e desconexo. As ações acabam sendo levadas no automático e, muitas vezes, se transformam em imprudentes devido à falta de atenção que a sonolência diurna causada pela apneia pode surtir.
O Hospital Universitário Sahlgrenska, na Suécia, coletou dados de 635 mil motoristas. A pesquisa chegou a conclusão de que os 1.478 motoristas que sofriam de apneia eram duas vezes mais propensos a se envolverem em acidentes devido à falta concentração e a atenção.
O tratamento para apneia pode se dar através de aparelhos, máscara CPAP e, nos casos refratários, cirurgia. Uma reavaliação da higiene do sono também fundamental.
Confira aqui dicas para melhorar o sono e promover sua higiene!
A terapia também é uma ótima aliada nos casos em que há a comorbidade entre apneia e depressão, ansiedade ou estresse. Assim, o psicólogo auxiliará na redução dos gatilhos e em terapias que ajudem a melhorar o sono.