A depressão é uma doença psicossomática e acomete o corpo com seus sintomas. No entanto, também pode ser desenvolvida diante de algum quadro clínico. A cantora Lady Gaga, por exemplo, possui fibromialgia e desenvolveu depressão por conta da doença.
Ser uma popstar é ter como rotina shows, turnês, noites sem dormir, coreografias complexas e viver num ritmo bem acelerado, já que dançar por horas, cantar e ainda guardar fôlego para atender os fãs e a mídia, não é para qualquer um.
Dessa forma, quem vê a diva Lady Gaga desempenhar esse papel por anos, não imagina que a cantora também precisa lidar com dores agudas e constantes pelo corpo todo e ainda lidar com um transtorno depressivo desde os 19 anos.
O que é fibromialgia?
A fibromialgia é um distúrbio não articular comum cuja principal característica é a “dor intensa e sensibilidade generalizadas das áreas de inserção dos tendões e dos tecidos moles adjacentes, com rigidez muscular, fadiga e pouco sono”, informa o Manual MSD.
As causas da fibromialgia ainda não são claras, o que dificulta no diagnóstico. Logo, por não ser possível diagnosticá-la com comprovação clínica no que diz respeito a alterações laboratoriais específicas, muitos pacientes sofrem descrédito e preconceito, o que dificulta chegar ao tratamento.
Embora as origens da doença sejam incertas, alguns fatores podem ser associados ao início dela, como: fatores genéticos, episódios traumáticos físicos ou psicológicos, infecções por vírus ou doenças autoimunes, distúrbios do sono, ansiedade e depressão.
Sintomas
Além da rigidez e dores no corpo típicas do quadro de fibromialgia, outros sinais dão as caras, como estresse, traumas e sensibilidade extrema ao frio. Contudo, vamos aos sintomas mais comuns da doença:
- distúrbios do sono, como a insônia;
- sono não reparador;
- cansaço crônico;
- falta de disposição;
- fadiga;
- cefaleia (dor de cabeça);
- funcionamento inadequado do intestino (prisão de ventre ou diarreia frequentes);
- dores constantes e difusas em cinco a sete partes do corpo por mais de três meses;
- problemas de memória e concentração;
- vontade frequente de urinar;
- suor em excesso;
- sensibilidade ao frio;
- transtornos psicológicos, como depressão, estresse e ansiedade.
Fibromialgia e depressão
O elo entre depressão e fibromialgia já é bem conhecido pela ciência e psicologia, e, principalmente, por quem sofre da doença. Dessa forma, os pacientes costumam sentir um certo anuviamento mental chamado “fibrofog”, a união do termo em inglês “fog”, que significa neblina, e a doença.
Essa espécie de neblina mental atua na perda da capacidade de focar, manter a atenção e reter os fatos na memória. Isso ocorre porque a dor física causada pela fibromialgia é tão forte que afeta o cérebro e compromete as suas funções.
No entanto, a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes é profundamente comprometida tanto no aspecto físico, quanto mental. Logo, uma das grandes preocupações que a conexão das duas doenças causa é o fato de a fibromialgia não ter sua causa definida e diagnósticos pouco objetivos, o que gera sentimentos de desamparo e vulnerabilidade por parte dos pacientes.
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Fibromialgia: tratamento
Cerca de 2 a 3% da população brasileira sofre da doença, como divulgado pelo Colégio Americano de Reumatologia. No entanto, as mulheres são as que mais são atingidas pelo problema: a patologia ocorre 7 vezes mais nelas do que nos homens, crianças ou adolescentes.
O tratamento para a fibromialgia pode ou não envolver o uso de medicações. Sendo assim, o remédio para fibromialgia mais prescrito por especialistas fica na linha dos antidepressivos, pois auxiliam a regular os neurotransmissores e atuam nos gatilhos do sistema nervoso e doenças psicológicas.
Visto isso, a psicoterapia para fibromialgia também é indicada, principalmente a terapia cognitivo-comportamental, já que nessa linha o paciente atua ativamente no processo de transformação de pensamento e atitudes que beneficiam o quadro final.
Ainda, os exercícios físicos e a fisioterapia na fibromialgia ajudam na diminuição das dores, cansaço e rigidez dos músculos. Entretanto, não é normal conviver com a dor. Por mais que a doença ainda seja alvo de muito preconceito e poucas descobertas acerca do diagnóstico preciso, procurar ajuda de médicos especialistas e psicólogos será de grande alívio físico e mental.