A saúde mental está cada vez mais relacionada ao ambiente de trabalho. Na verdade, sempre esteve, entretanto, pouco se fala sobre o papel do líder na saúde mental da equipe. Uma boa gestão é capaz de impulsionar seus liderados para bons resultados e ainda sim, mantê-los felizes e satisfeitos com o trabalho.
De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), em todas as camadas hierárquicas, o estresse aumentou significativamente nos últimos anos. Inclusive, o Brasil aparece com o segundo maior nível registrado dentre os países pesquisados.
Exposto os dados, é necessário que as organizações estejam em alerta para o problema que a Síndrome de Burnout vem causando dentro das corporações. Agora, classificada oficialmente no Brasil como uma doença ocupacional, o Burnout afeta cerca de 30% dos trabalhadores, e acomete cerca de 33 milhões de brasileiros.
A importância do engajamento dos colaboradores
É fundamental engajar todos os níveis de colaboradores das empresas para lidar com as questões de saúde mental. Sim, é necessário ir desde o Conselho até às funções mais operacionais. E nesse cenário existe uma figura que vem ganhando cada vez mais destaque: o líder.
No ambiente organizacional é muito comum falar sobre os papéis, tipos e perfis de lideranças. Entretanto, há pouco tempo, a sociedade começou a valorizar os líderes que exercem um papel importante em relação à saúde mental de seus colaboradores.
Nesse sentido, apareceu a preocupação em desenvolver líderes empáticos e funcionais em relação ao bem-estar e ao clima organizacional. Inclusive, isso também se tornou pauta em vários debates, artigos e áreas da gestão de pessoas.
O papel do líder na promoção da saúde mental
Todo líder é um indivíduo atuante no sistema de uma organização e o cuidado com a saúde mental deve partir também do autocuidado. Dessa forma, um líder que pratica o autocuidado, exerce influência e gera referências como exemplo.
Contudo, um líder inspirador e acolhedor consegue demonstrar como os colaboradores podem e devem “se cuidar”.Assim como os influenciadores nas redes sociais, os líderes das organizações estão cada vez mais expostos aos seus liderados.
No entanto,, a maneira como se entregam aos cuidados com a própria saúde os levam a serem os grandes exemplos dentro das equipes.O papel dos líderes na construção de novos paradigmas tem sido fundamental para gerar uma mudança no mundo profissional. Só assim poderá ser quebrado a falsa visão de que o excesso de trabalho promove produtividade.
Criando um ambiente de trabalho saudável
Os líderes – bem como as empresas – devem promover e fomentar a construção de um ambiente de confiança. Sendo assim, é necessário atuar com uma comunicação clara, objetiva e sem receios de tabus.
Além disso, é imprescindível investir em programas voltados para a prevenção de estresse, absenteísmo, presenteísmo, turnover (alta rotatividade) e, por fim, a Síndrome de Burnout.Aliás, qualquer líder deveria refletir se os seus colaboradores percebem o local de trabalho como seguro e inclusivo.
Trata-se de um exercício simples, mas que pode ser bem valioso. Logo, essa atitude pode garantir que grupos internos das organizações, que tratam sobre inclusão e diversidade, possam desenvolver ambientes de contenção. Isto é, será possível criar um espaço para os colaboradores expressarem seus medos e angústias sem julgamentos.
Buscar novas perspectivas para lidar com estes assuntos nas próprias organizações é capaz de diminuir o estresse. Além disso, também pode garantir que sua equipe se mantenha motivada para lidar com assuntos sensíveis. Ao tratar tais temáticas de maneira ampla, conseguimos respaldo e acolher os colegas.
O que um líder pode fazer?
Os líderes podem utilizar diferentes estratégias para conseguir assegurar um ambiente seguro. A principal delas, no entanto, é falar abertamente sobre saúde mental e sua importância. A conscientização tem um valor importante de aprendizado.
Visto isso, a Universidade de Michigan realizou uma pesquisa na qual listou 12 ações importantes que os líderes podem realizar para reduzir o estresse e esgotamento de seus colaboradores. Estas são:
- Realizar reuniões em lugares abertos e em movimento;
- Promover o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal;
- Acompanhar de perto e monitorar se existe equilíbrio entre as cargas de trabalho, demandas por entregas, agendamentos de reuniões e cronogramas dos colaboradores;
- Incentivar os liderados a usarem o tempo de férias;
- Incentivar o trabalho em home office;
- Promover o bem-estar no ambiente de trabalho com momentos e locais para descompressão;
- Oferecer programas de bem-estar corporativo. Realizar ações para incentivar alimentação saudável, atendimento psicológico (saúde mental), educação financeira, atividades físicas e de lazer.
- Participar de treinamentos para lideranças;
- Criar metas e planos de carreira para a equipe;
- Ter uma comunicação transparente;
- Liderar pelo exemplo;
- Buscar ativamente fornecer feedbacks.
De acordo com a pesquisa, estas 12 ações podem diminuir os agentes estressores e auxiliar os colaboradores a gerenciar os próprios níveis de estresse. E a participação da organização e dos líderes é fundamental para isso.
Como ser um bom líder
Ser um bom líder requer empenho e faz parte de todo um processo. Logo, trata-se de uma responsabilidade cada vez mais cobrada dentro das empresas, principalmente quando alguém está passando por um momento difícil e precisa de apoio.
Do ponto de vista do sistema, um líder deve se auto-observar e avaliar se sua saúde mental está preservada e “em dia”. Já com os demais colaboradores, ele precisa ter uma escuta ativa, uma habilidade para perceber e encaminhar casos mais graves e conseguir alinhar as atribuições do trabalho da equipe de forma organizada.
Sendo assim, os líderes precisam priorizar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal da equipe. Além disso, é fundamental preservar a produtividade e a motivação dos colaboradores. Dessa forma, ao criar ambientes com mais segurança emocional e falar sobre sobre saúde mental sem tabus e julgamentos, podemos perceber diversos benefícios dentro do ambiente corporativo.
O Programa de Saúde Emocional da Telavita
Para auxiliar a gestão de pessoas e permitir que as empresas monitorem o nível da saúde emocional dos colaboradores, a Telavita criou o Programa de Saúde Emocional (PSE). O projeto dá um mapeamento certeiro dos níveis de estresse, ansiedade e depressão dos funcionários.
Ainda, para prevenir e até mesmo tratar os problemas psicológicos já existentes no funcionários, disponibilizamos nosso catálogo de psicólogos. A terapia é feita de forma online e semanalmente, ajudando na promoção do bem-estar emocional.
O maior desafio para os dias atuais é como estarmos na Era do Conhecimento e ouvirmos de Bacharéis, como eu ouvi no final de 2017: “Somos operacionais”, detalhe que um deles era chefe de seção! Há além desse detalhe, a questão de redefinir jornada de trabalho! Na década de 90, ouvi do Coordenador: “Só devia ter Folha de ponto, para quem não trabalha”! E havia um certo sentido, porque os setores do Órgão, era de quantitativo bem próximo do ideal! Só o setor de cadastro de pessoal, mesmo sendo época de anotação em fichas impressas de Assentamento Funcional, tinha uma certa ostentação de número de funcionários! Quando as empresas contratam o efetivo ideal, o colaborador saber que a presença dele é necessária, porque lhe foi dado autonomia para realizar a tarefa, que a chefia está contente com a produção dele, a saúde mental, “acontece”! Num Hipermercado ouvi um supervisor dizer ao colaborador, aquela tradicional frase: “pode ir mas volta logo”; deu de perceber uma certa contrariedade de quem está mais presente as suas funções! Então eu “reiteirei” o que o chefe dele disse e, como me conheciam, o funcionário sorriu! Há, também, a questão que se presencia muito: direitos e obrigações iguais, porém muitos focam em direitos e bem menos nas obrigações! Meu irmão, quando esteve no hospital, acompanhando o filho, ao retornar ao trabalho o chefe dele disse que ele teria os dias abonados, pelo muito que já havia contribuído a empresa! Ai entra a questão da Efetiva Produtividade e, Reconhecida. Quem não se lembra, quando foi autorizado o banco de horas, os que mais “foram contra” foi quem fazia hora extra pela remuneração “extra” e muitas vezes com baixa produtividade, na jornada “normal”!