Última atualização em 27 de setembro de 2023
A batalha contra pensamentos suicidas é uma luta interna que muitas pessoas enfrentam silenciosamente. Esses pensamentos podem ser avassaladores e assustadores, mas é essencial lembrar que há ajuda disponível e maneiras de superá-los.
Através do apoio de amigos, familiares, profissionais de saúde mental e recursos comunitários, é possível encontrar um caminho para a recuperação e construir uma vida com significado e esperança.
Dados sobre o suicídio
Suicídio, ato deliberado, executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.
Em 2021 o suicidio estava entre as principais causas de morte em todo o mundo, sendo uma em cada cem mortes. Dessa forma, esta estatística revela que o suicídio mata mais que HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios.
Todavia, estes dados que revelam que suicídio é uma questão de saúde pública fizeram com que a OMS (Organização Mundial de Saúde) incentivasse os países a aumentar campanhas de prevenção.
As campanhas deveriam se intensificar principalmente após a pandemia da COVID 19, que desencadeou fatores estressores que puderam culminar em suicídio, tais como: desemprego, estresse financeiro e isolamento social.
Como lidar com os pensamentos suicidas?
Lidar com os pensamentos suicidas é um processo complexo. Isso pois, causas biopsicossociais estão envolvidas em seu surgimento, assim como aspectos genéticos.
Entretanto, na grande maioria das vezes o indivíduo sofre de transtornos mentais que o impedem de perceber a realidade de forma crítica e organizada.
Para enfrentar essa situação desafiadora, é fundamental adotar uma abordagem abrangente que pode envolver:
- A busca por ajuda profissional;
- Conversar com amigos e familiares;
- Participar de grupos de apoio;
- Seguir um tratamento medicamentoso;
- Identificar fatores que despertam gatilhos emocionais;
- Realizar práticas de autocuidado.
Por que os pensamentos suicidas aparecem?
A teoria psicanalítica nos ajuda a desvendar o que estaria por trás de uma mente com ideação suicida. Nesse sentido, a morte aparece como uma maneira de chegar a um estágio onde não se tem dor e sofrimento.
Este estágio é chamado pela psicanálise de objeto idealizado. Quanto maior a dificuldade de enfrentar situações de dor, sofrimento e desilusões, mais predisposta uma dada personalidade está ao ato suicida.
Desta forma, quando os pensamentos suicidas aparecem, ou seja, a vontade de acabar com sua própria vida, independente se planeja o ato ou não, é de extrema urgência contar isso para uma pessoa em que se confia.
Falar pode aliviar dores emocionais e o suicídio muitas vezes é a forma em que a pessoa encontra de acabar com ela.
Falar salva vidas
Contar para alguém em que se confia sobre a ideação suicida irá permitir também que o indivíduo seja melhor direcionado para os profissionais de saúde mental (psicólogos e psiquiatras).
Ter ideação suicida é um sinal de alerta de que o indivíduo está passando por sofrimentos psíquicos intensos que o impedem de buscar caminhos alternativos, ou seja, ajuda profissional especializada para aliviar seu sofrimento.
Entretanto, não acredite nos falsos mitos sociais de que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não avisa, não fala sobre isso. É preciso levar a sério todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicídio.
O que fazer quando alguém apresenta sinais?
O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais de morte durante pelo menos duas semanas devem ser levados em consideração.
Contudo, esses indicadores não devem ser interpretados como ameaças nem chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Por isso, é muito importante ser compreensivo, além de estar disposto a conversar e escutar a pessoa sobre o porquê de tal comportamento.
Logo, também é importante não deixar a pessoa que apresente risco imediato de cometer suicídio sozinha. Além disso, é importante vetar o acesso a meios letais.
Sua ajuda importa!
Diante de uma pessoa em risco suicida, é fundamental evitar julgamentos, condenações, opiniões e banalizações, optando, em vez disso, por uma postura de compreensão e acolhimento.
Frases como “isso é covardia”, “é uma loucura” ou “é fraqueza”, “é por isso que quer morrer?”, “você quer chamar atenção” e “te falta Deus” devem ser evitadas a todo custo.
Sendo assim, para ajudar as pessoas que apresentam ideação suicida você pode auxiliá-la a procurar o CVV (Centro de Valorização da Vida). Desse modo, elas poderão ter acesso a voluntários treinados para esta situação. Basta ligar para o número 188.
Além disso, a Telavita também pode ajudar. Apesar de não ser o serviço indicado para situações de emergências, temos especialistas preparados para iniciar o tratamento psicológico e psiquiátrico, se necessário.