A preocupação excessiva é um sinal que nosso psiquismo anda em alerta constante, resultando assim em ansiedade e estresse crônico. Entretanto, não apenas prejudica o bem-estar emocional, mas também possui impactos negativos em nossa saúde física.
Neste texto explicaremos em detalhes o que é a preocupação excessiva, como ela afeta as pessoas e as possibilidades de enfrentamento a reação exacerbada que leva a outros sofrimentos.
O que é a preocupação excessiva?
A preocupação excessiva é o estado temporário de pensamentos que constroem/antecipam a resolução de problemas. Todavia, esse dispositivo em nós visa a conservação da vida, segurança e previsibilidade, porém nem tudo está sob nosso controle.
Quando pensamentos excessivos dominam nossas percepções e ações, o psiquismo adoece. Logo, antecipações catastróficas e pensamentos intrusivos são sinais claros de que é necessário ajuda.
É importante compreender que nossos cérebros estão programados para antecipar perigos e buscar soluções, e isso é benéfico em muitas situações. Contudo, nem tudo está sob nosso controle, e a preocupação em excesso se torna prejudicial quando perdemos a capacidade de discernir entre preocupações válidas e pensamentos intrusivos.
Sintomas de preocupação excessiva
Muitos pacientes que sofrem de preocupação excessiva relatam uma série de sintomas que são: aceleração do pensamento, irritabilidade, dificuldade de concentração, cansaço/exaustão, comportamentos de risco, dores, tensões, insônia, apatia, lapsos de memória, além dos sintomas psicossomáticos.
Ainda sobre as consequências da preocupação excessiva, é perceptível dois tipos de hipóteses que se repetem e parecem ganhar espaço tomando energia e todo o humor de qualquer pessoa. São eles os “E SE?” e “SERÁ?”. Estes dois padrões trazem o caos para qualquer cabeça que estiver aberta a sofrer.
Além disso, a preocupação excessiva é o sintoma crucial no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Entretanto, o sintoma de preocupação excessiva na TAG é persistente, excessivo, recorrente e desproporcional.
A relação entre a ansiedade e a preocupação
A ansiedade é caracterizada por um estado de humor desagradável e apreensão negativa em relação ao futuro. Como resultado, isso gera uma inquietação interna desconfortável, manifestando-se de diversas formas. Tanto sintomas somáticos quanto psíquicos podem estar presentes.
Além disso, podemos concluir que, a relação entre a ansiedade e a preocupação excessiva é dada por nosso psiquismo atual. Este, que por sua vez, é constantemente estimulado em busca de resultados, enfrentando listas intermináveis de tarefas, cobranças relacionadas à imagem corporal e até mesmo à saúde.
Dessa forma, devido ao nosso contexto social e cultural, muitas vezes percebemos que não temos controle pleno sobre todos esses desafios. No entanto, acabamos construindo pensamentos obsessivos em forma de preocupação.
Formas de tratamento
A resolução para o adoecimento psíquico decorrente das preocupações excessivas pode vir de algumas maneiras. Entretanto, falaremos a seguir sobre as principais recomendações para a promoção da sua saúde mental e que também servem de prevenção a possíveis transtornos psicológicos.
1. Psicoterapia
O processo terapêutico é definido como um tratamento de saúde mental conduzido pelo psicólogo com sólida formação e competência profissional. Portanto, em cada sessão o psicólogo realiza o manejo técnico para conduzir o sujeito em direção a remissão de seu sofrimento.
Vale ressaltar que, no enfrentamento do TAG ou o sintoma das preocupações excessivas, requer tempo para alcançar a evolução, o tratamento é complexo. Depende de diversas variáveis do caso.
2. Escrita terapêutica
Atualmente, inúmeros estudos confirmam que a escrita pode ser eficaz na elaboração de dores e sofrimentos. O ato de escrever pode ser comparado a uma escavação, onde retiramos pensamentos e sentimentos de um lugar interno e os transferimos para o papel.
No final desse processo, muitas vezes nos deparamos com algo desconhecido, e, por vezes, surpreendentemente belo. Isso nos permite ressignificar memórias, vivências e dores que antes podíamos nem mesmo conhecer ou tolerar.
Portanto, tenha um meio para se expressar, como um caderno, diário ou mesmo um aplicativo, onde possa depositar suas questões. Inicialmente, é natural que o conteúdo mais presente seja aquilo que mais o aflige, como medos e angústias. Esse exercício permitirá que você compreenda o significado de tudo isso.
3. Praticar técnicas emocionais
Aqui estão duas técnicas complementares que você pode usar imediatamente quando se sentir invadido por pensamentos intrusivos. A primeira técnica é chamada de “Relógio da Preocupação”, e a segunda é denominada “Final Feliz”.
Como praticar a técnica do “relógio da preocupação”
Escolha uma janela de tempo durante o dia na qual você permita que os pensamentos fluam livremente. Isso lhe dará a oportunidade de questionar se essas preocupações são baseadas em fatos concretos que podem acontecer ou se repetir, ou se são puramente imaginárias .
Após o término do período que você estabeleceu para essa prática, simplesmente feche essa “janela” de preocupação e continue com sua rotina normal. Com o tempo, você notará que pensa cada vez menos em determinadas situações.
Como praticar a técnica final feliz
A segunda técnica, denominada “Final Feliz”, envolve transformar cada preocupação excessiva e negativa em uma narrativa na qual você desenvolve a cena, criando um desfecho positivo. Isso é fundamental para desviar o foco da dor e buscar soluções que vão além das fantasias que aprisionam e levam a inúmeros problemas de saúde mental.
Para finalizar, reflita sobre a famosa frase de René Descartes, “Penso, logo existo”.
Você já se perguntou se seus pensamentos te definem ou você define os seus pensamentos?