“Adolescência”. Sua origem vem do latim “adolesco”, que significa crescer. Crescer é a essência da adolescência e, por isso, hoje ela também é entendida – numa definição mais formal – como uma etapa de desenvolvimento marcada por drásticas mudanças, tanto a nível físico, como a nível cognitivo e social.

No cotidiano, os adultos me relatam, de forma unânime, diversas mudanças emocionais vivenciadas pelos adolescentes, tais como inseguranças, oscilações de humor, medos, entre outras coisas. E, talvez, seja por isso que há certo tempo observo um choque de gerações vivenciados por pais e educadores em relação a adolescência.

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Nesse sentido, procuro trazer alguns apontamentos que provoquem uma discussão sobre o tema para auxiliar os envolvidos nessa situação a realizar uma reorganização interna e de convívio.

Essa reflexão interior é muito importante para se lidar com esta fase do desenvolvimento, pois o adolescente também passa por uma reorganização física e psíquica. Sendo assim, é necessário um esforço de todos os envolvidos para chegar numa melhor compreensão sobre o assunto.

O conflito de gerações

A seguir, abordaremos os temas mais comuns nos conflitos entre gerações. Nosso propósito aqui é de sensibilização em relação aos desafios deste período para que possamos prevenir situações de estresse e que prejudicam o convívio familiar ou social.

Sexualidade

Um dos principais desafios da adolescência é a sexualidade. Sabemos e passamos por isto. Nesse período, ocorre uma descarga de hormônios no organismo que afeta o comportamento e as emoções, dando início a uma nova área em nossas vidas.

Nesse sentido, o adolescente necessita de suporte de um adulto da sua confiança e de orientações a respeito no ambiente escolar. No entanto, relatos apontam que na maioria dos casos, os adolescentes lidam com essas mudanças sozinhos.

Diante deste tabu vigente na sociedade, temos, como consequência, comportamentos de risco, manutenção de dúvidas e inseguranças, que serão alvo da curiosidade deste jovem. Ele irá buscar respostas no seu grupo ou na internet, onde, muitas vezes, encontra mais distorções do que informações uteis.

Novas tarefas, cobranças e responsabilidades

Esta fase traz o início de diversas situações que podem trazer conflitos internos e externos. Dessa forma, a participação em tarefas de casa, as cobranças por resultados escolares, a escolha do futuro profissional e a entrada no mercado de trabalho levam o adolescente a entrar em confronto com a sua percepção.

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Gerenciar este novo ciclo faz parte do amadurecimento para o mundo adulto. Entretanto, é importante notar que isso provoca grande tensão nos adolescentes, pois ainda estão aprendendo a lidar com suas cobranças internas.

As expectativas do núcleo familiar devem ser balanceadas e feitas com base no diálogo. Sendo assim, é válido realizar acordos de convivência para evitar excessos, que podem gerar situações de fadiga entre os envolvidos.

Distanciamento

Diante de tantas mudanças, uma alteração de comportamento comum é o distanciamento dos adolescentes das chamadas “figuras de autoridade”. Dessa forma, é recorrente ouvirmos relatos dizendo que “os jovens se isolam e não aceitam os conselhos dos adultos”.

Em contrapartida, é comum a busca pela convivência em grupos de amigos. Essa nova modalidade contribui na construção da identidade por meio das vivencias daquele momento, que se baseiam em padrões de comportamento, tendências culturais e musicais da atualidade.

Segundo teóricos desta temática, é comum um certo grau de afastamento dos adultos até a sua compreensão e integração com o mundo. Nesse sentido, o adolescente apresenta uma necessidade emocional de reconhecimento, que é correspondida no contato entre os seus iguais.

A importância da reflexão

Ao realizar esta breve reflexão sobre alguns temas que representam boa parte dos conflitos geracionais, procurei ampliar o entendimento entre todos os envolvidos nessa cadeia relacional.

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O texto foi feito com o intuito de diminuir os inúmeros sofrimentos causados pela ausência de uma comunicação mais horizontal entre as gerações. A ideia é quebrar com a costumeira posição dos detentores da razão, ou seja, trazer a importância de um diálogo fraterno, em que a empatia promova mais a aproximação destes adolescentes.

Esta reflexão também é direcionada para o público jovem. A intenção é de que possam ampliar o seu entendimento a respeito de si mesmo e conviver melhor em busca de parcerias. Aliás, eles assumirão o nosso posto e poderão fazer ainda melhor para as novas gerações por vir.

2 COMENTÁRIOS

  1. Vale aquela máxima: “Deixar vir ao invés de ir conversar”! Me lembro numa falta de energia elétrica e a escada do prédio que eu morava era de degraus altos! Um vizinho jovem foi transpondo tais degraus como “atleta” e deu uma parada e me disse: “desculpa”, ai eu disse: tranquilo e aproveita a juventude mesmo. Ele disse: “valeu” e voltou a subir as escadas! Minha adolescência foi por volta de 1980 e, naquela época era difícil o acesso a informações da fase e, a gente meio que buscava a iniciação sexual, no “conhecendo”! Recentemente (2018) trabalhei em setor próximo do setor com jovens na faixa dos 30 ou 35 anos, formados em faculdade, que se paqueravam até no conhecido reparar pênis sem haver relação. Um deles que chegou em mim e disse que me desejava, claro que entendi, ele querendo viver a Bissexualidade, afinal sou cinquentão e chegamos a nos relacionar por um ano. Até me pareceu paradoxal, com tanta informação e tendo passado por faculdade, protelado o momento com outro homem! Mais indo ao encontro da minha “tese”: ele com a fase da procriação atendida, a busca por relacionamento com homem, vivendo assim em plenitude a Bissexualidade!

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