Nem sempre nos damos conta de que precisamos de ajuda psicológica. Saiba quando é hora do especialista agir.

O mundo já assistiu a diversas desgraças, pragas e doenças. Na Idade Média, a peste negra assolou a Europa e matou grande parte de sua população. Agora, no século 21, o grande vilão mora na cabeça das pessoas: são as doenças psicológicas.

A depressão, por exemplo, atinge 300 milhões de pessoas em todo o planeta, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Ela consiste na diminuição ou na perda de interesse pelas atividades diárias, comprometendo não só a mente, mas também o corpo.

Dentre os sintomas iniciais, estão o cansaço extremo, alterações no sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, angústia e outros fatores que alteram muito o dia-a-dia e a saúde de quem sofre com a doença

A ansiedade, o estresse, a síndrome do pânico e as fobias, são apenas alguns exemplos de outras doenças que estão se tornando cada vez mais comuns. As enfermidades da mente, embora cresçam cada vez mais, o índice de tratamento para elas não acompanha o ritmo acelerado de diagnósticos. Isso porque as pessoas não procuram um profissional, como psicólogos ou psiquiatras, e sofrem caladas.

Um dos grandes motivos para isso é a falta de informação. Muita gente acha que as doenças psicológicas são invenções e que procurar ajuda é sinal de fraqueza. Esse preconceito e tabu só retardam o processo de cura e torna essas pessoas mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença a quadros mais severos.  “Quanto mais cedo se procura ajuda, mais fácil é resolver o problema”, explica o psicólogo Daniel J. Reidenber, em entrevista para a Revista Exame. “O tratamento vai ser mais curto e menos estressante.”

Mas, afinal, quando procurar ajuda psicológica?

Muitas vezes pensamos que um dia difícil no trabalho e o cansaço exacerbado são normais, mas muitas vezes podem ser sintomas de algo mais grave. Os psicólogos Daniel J. Reidenberg, Mary Alvord, e Dorothea Lack se uniram para listar alguns dos sintomas devemos estar atentos quando não nos sentimos muito bem.

1 – A intensidade das emoções

Ficar nervoso, estressado e cansado é normal, afinal, vivemos numa sociedade que exige cada vez mais das pessoas. Os psicólogos chamam a atenção para a regularidade e intensidade que essas emoções dão as caras. Estar frequentemente sob o espectro da tristeza ou da raiva é um grande indicador de que algo mais grave está por trás: o catastrofismo.

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Quando esperamos o pior das situações, podemos estar lidando com esse catastrofismo. Essa ansiedade extrema e desproporcional cria o cenários mais pessimistas possíveis. “Pode ser paralisante, levar a ataques de pânico e até mesmo a evitar as coisas”, diz Alvord. “Se sua vida começa a se contrair porque você está se omitindo é provavelmente a hora de procurar alguém.”

2 – O trauma persiste

Traumas psicológicos são extremamente frágeis. Quando um episódio ruim marca a vida de alguém, é preciso muito cuidado e tratamento para que as cicatrizes fechem melhor. Afinal, quando se trata de traumas, não é sobre a velocidade com que a pessoa se sente pronta para seguir em frente, mas a qualidade com que a ferida se fechou.

Seja a dor da perda de um ente querido, abusos psicológicos ou sexuais ou qualquer outra situação traumática, Alvord chama a atenção para um perigo: “A tendência é achar que esse tipo de sensação vai embora sozinha”.

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Um dos sinais de que o trauma está protagonizando a sua vida é o afastamento. Se você perceber que está se distanciando dos amigos, familiares ou da vida que levava antes do trauma, talvez seja a hora de procurar ajuda psicológica.

3 – Dores de cabeças, dores de estômago ou baixa resistência e imunidade

Os famosos dizeres clássicos  “mens sana in corpore sano”, são o latim para “mente são, corpo são”. “Se estamos emocionalmente abalados, o corpo pode ser afetado”, concorda Alvord. Segundo pesquisas, o estresse pode se manifestar de diversas formas: desde problemas estomacais crônicos a dores de cabeças, resfriados e redução do apetite sexual. Reidenberg também lembra que, embora menos frequentes, as dores musculares repentinas ou dores no pescoço também podem ser sinais.

4- Uso de substâncias, seja medicamentos ou drogas lícitas ou ilícitas

Recorrer aos remédios, comida, bebidas ou drogas para se sentir bem, não é um bom sinal. E se a quantidade e a frequência dessas atitudes aumentam a cada dia, uma avaliação psicológica.

Muitas vezes, o grito “eu preciso de ajuda” se esconde nas atitudes compulsórias como comer, beber ou fumar.

O problema piora pois, além da compulsão poder ser um sintoma de alguma doença psicológica, ela, por si só, já é um problema psicológico. O vício destrói a vida de muita gente que se apoia nele para poder sobreviver, mas a verdade é que escolhem “sobreviver” a “viver.

5- Desconexão com o que costumava fazer

Se alguém que gosta muito de praticar esportes, sair com os amigos e ir ao cinema, de repente, começa a sentir que essas atividades estão perdendo a graça, pode ser um sintoma de doença psicológica. A desconexão e a perda de interesse podem ser portas para doenças como a depressão. “Se você está desiludido, achando que nada faz sentido, buscar terapia pode ajudar a clarear o ar ou procurar uma nova direção”, afirmam os psicólogos.

O tratamento psicológico se dá através de sessões de terapias com técnicas e métodos direcionados para cada tipo de caso. A psicoterapia é a maior aliada no processo de tratamento das enfermidades da mente. Caso o tabu e o medo ainda te envolvam, a terapia online pode ser uma saída!

Lembrando que embora tenhamos citado casos que levam a transtornos ou crises, a psicologia é indicada para qualquer pessoa. Afinal, prevenir é muito melhor do que deixar acontecer algo maior. Não é de nossa cultura ir ao psicólogo com frequência, mas se todos descobrissem os benefícios dessa prática, seria muito mais fácil diminuir a incidência de problemas oriundos de estresse e desequilíbrios emocionais.

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