O psicoterapeuta Nathaniel Branden, definiu a autoestima como:  “Confiança em nossa capacidade de pensar; confiança em nossa habilidade de dar conta dos desafios básicos da vida; confiança em nosso direito de vencer e sermos felizes e a sensação de que temos valor.”

Contudo, a autoestima é a visão que temos de nós mesmos, ainda que inconsciente.  É o valor e qualidades que nos relacionamos a nós mesmos, o conhecimento que temos de nossos potenciais e a maneira com que lidamos com as dificuldades diárias sem deixar para trás pedaços de nossa essência.

Como surgiu o conceito de autoestima?

Sócrates, o patrono da filosofia, certa vez disse:  “Ainda não cheguei a ser capaz, como recomenda a inscrição délfica, de conhecer a mim próprio. Parece-me ridículo, pois, não possuindo eu ainda esse conhecimento, que me ponha a examinar coisas que não me digam respeito. Não são as fábulas que investigo: é a mim mesmo.”

Desde o período clássico da Grécia Antiga, os filósofos já abordavam uma das maiores questões do ser humano: quem somos nós? quem sou eu? O aforismo grego “conhece a ti mesmo” já demonstrava uma grande preocupação acerca do “eu interior”. 

Para eles, quem tem conhecimento de si, tem conhecimento de tudo. Mas quem sabe tudo de si? No entanto, o conceito de autoestima, embora não levasse esse nome antigamente, já era trabalhado nos seres humanos. 

O que é autoestima baixa?

A autoestima baixa associa-se a irracionalidade, inadequação à vida, distorção da realidade, rigidez, medo do novo e conformismo. Esses elementos  nos guiam ao esquecimento de nossa própria essência e aumentando a nossa necessidade de provar quem somos.

As pessoas com autoestima baixa geralmente:

  • Não têm consciência de quem realmente são, de seus valores e qualidades;
  • Não aceitam críticas;
  • Culpam os outros pelos seus erros,
  • São competitivas;
  • Se preocupam com a imagem que os outros têm delas;
  • Têm dificuldade em dialogar pois enxergam tudo como confronto.

O que é autoestima alta?

Em contrapartida, a autoestima alta refere-se à plena noção que o indivíduo tem de seus potenciais, qualidades, possibilidades e talentos. Quem tem a autoestima alta abraça as novas oportunidades como merecedor delas e não duvidam de sua capacidade em aproveitá-las. 

As pessoas com autoestima alta geralmente:

  • Aceitam tanto as qualidades boas quanto as ruins de si mesmas. Sabem o que precisam melhorar e tentam fazer isso;
  • Acreditam em seu potencial e trabalham para gerar resultados bons a partir disso;
  • Não têm medo do que os outros pensam sobre elas, mas aceitam críticas com um pouco mais de facilidade.

Autoestima feminina

8 em cada 10 mulheres desistem de compromissos importantes, como encontros e eventos com os amigos, por não se sentirem bem com a própria aparência. Esse foi o dado levantado pelo Relatório Global de Autoconfiança Feminina Dove (Dove Global Beauty and Confidence Report), divulgado pela marca, em 2016.

A autoestima feminina é crítica no mundo inteiro. Os padrões de beleza e pressões sociais disparados pela mídia e disseminados pelo machismo são fatores que dificultam o processo de manutenção de uma autoestima alta para o sexo feminino.

No entanto, a autoestima não tem a ver somente com a aparência, mas sim com a crença na capacidade que a mulher tem em desenvolver uma atividade, um objetivo, um sonho e na liberdade dela em perseguir tais. 

De acordo com o relatório, “92% das mulheres e 60% das meninas brasileiras afirmaram abrir mão de praticar atividades importantes na vida – como tentar entrar para um time ou clube, ou aproveitar a companhia de amigos ou pessoas queridas – quando se sentem insatisfeitas com a própria aparência.

Em contrapartida, o movimento feminista tem ajudado muito as mulheres no processo de aceitação do próprio corpo e a mudar os padrões de beleza impostos pela sociedade. Com isso, o número de mulheres com problemas de autoestima tende a baixar, permitindo que mais e mais meninas e mulheres sintam-se bem consigo mesmas.

Autoestima na gravidez

Da gravidez, espera-se felicidade e a realização da mãe com aquele momento tão esperado. Mas, o período da gravidez traz muitas incertezas com o próprio corpo, sendo comum a autoestima da mulher grávida ficar baixa. As mudanças hormonais e de peso podem ser traumáticas para muitas, além do medo de não ser mais amada por seus parceiros (as).

Algo que pode auxiliar nesse momento é o conhecimento, seja nas leituras ou no contato com o próprio corpo através de atividades físicas. A comunicação também é vital, afinal, dizer em voz alta o que lhe aflige é sempre uma maneira de deixar que outro também participe e ajude. 

Autoestima e relacionamento

Algo que vem chamando muita atenção hoje em dia são os relatos de relacionamentos abusivos. Estes, por sua vez, são aqueles relacionamentos que, seja emocionalmente, psicologicamente ou fisicamente,se baseiam em  humilhar e machucar o outro. 

Felizmente, o assunto está cada dia mais sendo debatido e dito em voz alta, o que ajuda quem está preso nesse tipo de relação a identificar os sinais que são:

  • O parceiro te faz sentir culpado constantemente;
  • Sua liberdade e vontades não existem;
  • Humilhação, seja direta ou mascarada com brincadeiras e piadas;
  • Quando, em conversas, o parceiro faz você sentir que não entende nada;
  • Controle do outro na sua vida;
  • Medo;
  • Entre outros.

Esses sinais são destruidores de autoestima e liberdade. Tudo o que limita as vontades e diminui o indivíduo, é altamente nocivo à saúde mental, emocional e física.

Autoestima infantil

Muita gente acha que autoestima é só coisa de adulto. Mas, as crianças sofrem bastante pressões e expectativas que acabam prejudicando a imagem que possuem de si mesmas. O bullying, a não aceitação em grupos na escola, baixo desempenho em alguma matéria e as expectativas dos pais em relação a elas são alguns fatores que podem desencadear a autoestima baixa.

Em pesquisa realizada pela a Fundação Joaquim Nabuco, as pesquisadoras Michela Camboim e Isabel Raposo disseram: “Acompanhamos os alunos e comparamos o desempenho de cada um, através de duas provas de matemática que eles realizaram, uma no início e outra no final do ano, para ver se eles se saiam bem no teste”.

Ela acrescentou que melhoraram na nota e tiveram aprovação os que se relacionavam mais com os  colegas, os que tinham mais amigos na sala de aula, os  mais novos em turmas de alunos mais velhos e aqueles que, mesmo subnutridos, tinham uma aceitação positiva dos seus pais.

Ou seja, é essencial cuidar da autoestima dos pequenos para que tenham uma boa relação consigo mesmos e nutram uma alta autoestima para outras fases da vida.

Autoestima na terceira idade

Também conhecida como a “melhor idade”, a autoestima nessa fase pode ser um problema, já que os medos perante à morte e doenças, além de arrependimentos e mudanças no estilo de vida aumentam. 

Mas como recuperar a autoestima na terceira idade? Se engajar em atividades como dança, pintura, exercícios físicos e manter uma boa relação social é uma das portas para a autoestima elevada. Viajar e se abrir a novas possibilidades também auxiliam quem já passou dos 60.

Como melhorar a autoestima?

Autoestima é tudo. Nathaniel Branden concorda tanto que foi um dos grandes estudiosos do assunto. Em sua obra mais conhecida,“Os seis pilares da autoestima”, ele definiu uma espécie de passo a passo para começar a nutrir um bom relacionamento com o nosso eu.

1º pilar: “A atitude de viver conscientemente”

Ou seja, ter conhecimento do eu por trás das ações, é ser responsável por tudo o que fazemos, ter a mente ativa, saber interpretar e se inserir no mundo. Não se deixar levar pela ação do outro, e sim, pelo que seus valores dizem.

2º pilar: “A atitude da autoaceitação”

É ser amigo de si mesmo. Reconhecer as capacidades, qualidades e os talentos, mas também os defeitos e vícios. E, a partir disso, tentar melhorar e evoluir. Todos temos pontos negativos. Aquele que sabe identificá-los e transformá-los está mais perto da autoestima elevada.

3º pilar- “A atitude da autorresponsabilidade”

Admitir que errou não é fraqueza. Pedir perdão não é fraqueza. Não podemos culpar os outros pelos nossos erros, e, acima de tudo, devemos saber pedir desculpas.

4º pilar: “A atitude da autoafirmação”

É se colocar no mundo sem modificar seus valores a fim de se encaixar na sociedade. É ser o protagonista da própria vida, buscando o que acredita que merece ter e ser.

5º- Pilar: “A atitude da Intencionalidade”

Segundo Branden, “é necessário desenvolver dentro de nós a capacidade da autodisciplina,  que é uma virtude de sobrevivência.” É identificar os objetivos e traçar caminhos possíveis para atingi-lo. 

6º- Pilar- “A atitude da integridade pessoal”

É ter consciência dos ideais, crenças e valores, aplicando-os de maneira consciente e íntegra em nosso comportamento. Logo, para concretizar todos esses pilares, você pode contar com a ajuda de um psicólogo especialista. A terapia online pode te auxiliar em ter uma autoestima boa e te trazer novas perspectivas de vida.

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