Chegar atrasado, fazer somente o mínimo necessário ou reclamar demais em público. Estagnação. Ou melhor, se sabotar. A autossabotagem não é um aspecto consciente muitas vezes, mas pequenas atitudes que vão minando o crescer profissionalmente.
Desenvolvimento pessoal e profissional são pautas importantes dentro das empresas. Afinal, o empregador procura pessoas que possam acrescentar ao local, mas que também consigam se aprimorar.
Entretanto, falar de crescimento profissional deve estar associado mais a figura do funcionário. Nesse sentido, desenvolver nossas habilidades abre caminhos e oportunidades cada vez melhores dentro de um cenário competitivo.
Com esse ambiente competitivo, a pessoa deve atuar de forma a se valorizar. Porém, existem aquelas situações em que todo o esforço é desperdiçado por atitudes pontuais, regidas pelo comportamento de autossabotagem.
Mas afinal, o que é a autossabotagem?
O significado de autossabotagem vem de “auto”, se referindo àquilo que é feito para si mesmo, enquanto que a “sabotagem” é referente ao boicote. Sendo assim, pode-se compreender a palavra como um boicote à própria pessoa.
No entanto, essa prática continua acontecendo, mesmo que a pessoa esteja sofrendo. Além disso, é algo que permeia diferentes aspectos da vida. Ou seja, é possível notar esse padrão em relacionamentos, em atividades e até mesmo no trabalho.
De acordo com o psicanalista Stanley Rosner, a autossabotagem é a tendência a se repetir, indefinidamente, por atitudes destrutivas. É claro que a maioria das pessoas não percebe o que faz. Prefere acreditar que a insatisfação é apenas fruto de algo externo.
O boicote ao crescimento na carreira
Autossabotagem e desenvolvimento profissional não combinam. E, às vezes, essas atitudes destrutivas acontecem até de forma inconsciente. Os problemas relacionados ao trabalho, geralmente, não variam muito. As mesmas relações interpessoais ditam essas questões e, portanto, trazem os mesmos problemas – até quando não são relacionados ao ambiente corporativo.
A autossabotagem nasce daí: questiona-se a autoridade do chefe, negligencia-se uma meta, começa-se a chegar atrasado. Como forma de combater inconscientemente algo do passado que ainda nos atormenta.
Comportamentos de negligência e irritabilidade no trabalho podem ter origem fora da empresa, mas influencia na maneira como as pessoas observam aquele funcionário. As percepções das pessoas no local de trabalho muitas vezes são distorcidas por relações mal resolvidas internamente.
Separar as situações, então, é um elemento fundamental para não atrapalhar o crescimento profissional. Aspectos pessoais geralmente influenciam nas tomadas de decisão, porém eles não precisam constituir reflexos negativos.
Ciclo da autossabotagem: o que fazer para encerrar isso
A autossabotagem é um problema, entretanto é algo passível de correção. Sendo assim, com certas medidas, a pessoa consegue reajustar os diferentes aspectos da vida e diminuem os efeitos do boicote próprio.
Desfazer crenças negativas que levam à auto sabotagem, ter um autoconhecimento profundo, tolerar a frustração e ser persistente perante as adversidades, são aspectos que contribuem para o desenvolvimento do potencial e das habilidades de cada um.
Além disso, o autoconhecimento é uma ferramenta capaz de ajudar a pessoa a passar por essa situação. Através dela, será possível ver os acontecimentos de forma mais clara. Ou seja, com brecha para melhoras.
Como a terapia pode ajudar a parar de se autossabotar?
Estar ciente de seu padrão de repetições é extremamente importante, eu diria que é o primeiro passo. Mas o caminho para estancar esse comportamento é ir de encontro ao trauma que está na raiz de tudo. Enfrentar esta tristeza.
O acompanhamento psicológico, então, aparece como uma oportunidade para lidar com a autossabotagem e encontrar meios de combater ela. A terapia é capaz de analisar o cerne do problema e capacita o indivíduo de estruturas mentais capazes de enfrentar o problema e contorná-lo.
O que hoje é definido como Autossabotagem, eu diria que não é assim tão “auto” mas a influência do meio, sociedade, é cultural! A questão que por anos nós maiores de 50 anos, sentimos: jornada de 8 horas diárias com folha ou relógio ponto, ontem o Brasil deu um passo, lento, mais a modernidade: flexibilizou o controle da jornada, pela apresentação da meta de produção! Já fui chefe de mim mesmo, durante muitos anos da minha carreira e, ao final dela, ouvi de colegas contratados por 8hs, com rotina de trabalho diária de menos de 2hs, no tempo restante usarem com a finalidade “in itineri” e “turistarem: saídas do local de trabalho” durante o expediente! Ai é falta de planejamento, onde o Gestor, ao recrutar o funcionário deveria ter elencada as atividades que ele exercerá dentro do tempo, como via de regra estabelece a CLT: 6 horas diretas ou 8 horas/dia! A chamada “mini reforma” trouxe como “justificativa” de sua cogitacao, os restaurantes que em final de semana tinham maior demanda de clientes sendo um custo “não justificado”, manter toda equipe de garçons a semana inteira! Mesmo assim, em um deles que frequento, ouvi de dois garçons, de um colega que era contratado por hora trabalhada e, maroto, concluiu que foi decisão do próprio o regime de contratação! Como eu sei, que depois das 16hs até 18hs, o gerente autoriza os contratados “fixos” a circularem pelo Shopping, mas pela formação acadêmica que tenho, digo faria mais contratações por hora trabalhada, do que remunerar duas horas diárias sem movimento de clientes a garçons “fixos” ainda mais que trabalham com buffet!