A baixa autoestima é um desafio muito comum no mundo super bombardeado por mídias e redes sociais. Além disso, ao se deparar com imagens, padrões de comportamento e estilos de vida aparentemente perfeitos, muitas pessoas apresentam a tendência de estabelecer comparações de suas vidas com padrões muito altos, e até irreais.

Por outro lado, outras situações, como o acometimento de transtornos mentais, traumas e outras experiências de sofrimento, também podem ocasionar baixas na autoestima, visto que favorecem a ênfase do indivíduo nas percepções negativas de si mesmo. 

Assim, nestes cenários, a percepção do sujeito sobre si mesma é afetada, ocasionando impactos negativos na qualidade dos relacionamentos intra e interpessoais e no bem estar emocional.

O que é a baixa autoestima?

Caracterizada por uma avaliação negativa de si mesmo, a baixa autoestima varia de pessoa para pessoa. Em geral, esse quadro envolve o sentimento de inadequação, insegurança e causa dificuldades nos relacionamentos e no bem estar pessoal. Todavia, algumas características frequentes em pessoas com baixa autoestima são:

Excesso de autocrítica

As pessoas com baixa autoestima com frequência são duras e excessivamente exigentes consigo mesmas. Em adição, julgam-se pesadamente diante de erros ou imprevistos comuns e adotam posturas auto punitivas.

Não aceitam elogios com facilidade

Devido ao conceito negativo que nutrem em relação a si próprios, as pessoas com baixa autoestima duvidam de elogios ou situações de reconhecimento com frequência ou os julgam desmerecidos.

Tendem a se comparar com os outros

O sentimento de inferioridade pode sobressair-se ao vislumbrar outra pessoa, gerando sentimentos de inadequação e supervalorização dos demais. Isso pode resultar em uma busca incessante por validação externa e em sentimentos de inveja ou ressentimento em relação aos outros.

Busca por aprovação

Esse sentimento decorre do medo de ser rejeitado. Desse modo, a baixa autoestima pode ainda gerar altos padrões internos e perfeccionismo devido às suas insatisfações pessoais. A constante busca por aprovação pode levar a um ciclo de exaustão emocional e a uma sensação de viver para satisfazer as expectativas dos outros.

Isolamento

As crenças de que são pessoas falhas e sem valor levam as pessoas com baixa autoestima a se afastarem de convívios sociais. O isolamento pode resultar em solidão, falta de apoio emocional e uma diminuição ainda maior da autoestima, perpetuando o ciclo de isolamento social.

Busca por validação externa

A insegurança intensifica pensamentos de que não merecem coisas boas ou de que não são capazes de agir por conta própria. Assim a busca por validação e por opiniões dos outros pode aumentar para se sentirem bem.

Qual é a causa da baixa autoestima?

A baixa autoestima varia entre indivíduos e tem múltiplas origens. Geralmente, envolve uma combinação de fatores, incluindo a forma como a criança é criada e as reações de cuidadores e pares às suas experiências na infância, que influenciam sua percepção futura de si mesma.

Dessa forma, pessoas que passaram por experiências negativas como negligência, violências, bullying ou rejeição na infância podem ter marcas que afetem profundamente a sua autoestima.

Além disso, as expectativas sociais, especialmente as da mídia que apresenta padrões de beleza e estilo de vida inacessíveis, frequentemente causam insatisfação e pressão. Isso, somado ao sentimento de inferioridade decorrente de comparações, resulta em sentimentos de fracasso e abala a autoestima.

Como recuperar a autoestima?

Recuperar a autoestima é um processo demorado, desafiador e contínuo. É um processo que envolve encarar muitos desconfortos, mas que libera muitos potenciais para se viver de forma mais plena. Logo, para iniciar essa jornada, você pode seguir as seguintes dicas:

Invista em autoconhecimento

Refletir sobre características, forças, fraquezas e objetivos é fundamental para desenvolver uma visão mais realista de si, propiciar o crescimento pessoal e construir uma imagem mais positiva de si. O autoconhecimento também permite identificar áreas em que você pode trabalhar para melhorar e alcançar seus objetivos pessoais.

Busque o autocuidado

Seja cuidando do bem-estar físico ou reservando um tempo para uma atividade prazerosa, o autocuidado permite a promoção de oportunidades para se sentir melhor consigo mesmo. Priorizar o autocuidado contribui para o aumento da autoestima, reduz o estresse e melhora a qualidade de vida em geral.

Monitore seus pensamentos

É necessário monitorar pensamentos negativos e que intensifiquem a autocrítica para que sejam questionados. Isso ajuda a desenvolver uma visão mais realista e saudável. Da mesma forma, valorizar pensamentos encorajadores ajuda a criar uma perspectiva mais animadora.

Evite comparações e busque apoio social

Valorize sua individualidade e procure entender seus pontos positivos. Para isso, estar em contato com uma rede de apoio acolhedora e em quem você confia é de grande ajuda. Evitar comparações com os outros permite que você se concentre em seu próprio crescimento e aceite suas diferenças como algo valioso.

Celebre suas pequenas conquistas

Reconheça suas vitórias e comemore os objetivos alcançados, por mais cotidianos que pareçam. Esse ponto pode ser facilitado caso passe a traçar metas mais alcançáveis. A celebração das pequenas conquistas ajuda a reforçar a autoestima, motiva a continuar progredindo e proporciona uma sensação de realização pessoal.

Como um psicólogo pode te ajudar?

O exercício contínuo de tratar-se com carinho e compaixão é fundamental para combater a baixa autoestima. Por esse motivo, recomenda-se que se tenha apreço pelo esforço que está empregando para conviver melhor com suas características, virtudes e imperfeições incluídas.

Portanto, caso a baixa autoestima esteja comprometendo significativamente sua vida, considere buscar um acompanhamento psicoterapêutico para te auxiliar a desenvolver um olhar mais saudável e afetuoso por si mesmo.

Através da terapia, você pode aprender a desafiar crenças autodepreciativas, desenvolver habilidades de autoestima e autoconfiança, e aprender a lidar de maneira saudável com os desafios emocionais que podem estar contribuindo para a baixa autoestima.

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