Escolher uma profissão é algo complicado. A tarefa em si, já é ingrata, porém adicione o componente jovial na receita. Adolescentes de 15 a 18 anos – senão antes – são pressionados para definir o que irão fazer no resto de suas vidas.

De acordo com a psicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, “muito mais do que escolher uma profissão, é um momento de pensar na própria vida e assumir responsabilidade pelo caminho que se quer seguir no futuro, que começa agora”.

Começar a trilhar esse rumo sozinho pode ser difícil, entretanto ele não precisa ser solitário. A ajuda vocacional apresenta uma alternativa para embasar as escolhas que estão sendo realizadas nesse período.

O que é orientação vocacional?

A terapia vocacional desempenha um papel fundamental no futuro sendo traçado pelo jovem. Nesse sentido, é preciso compreender o sentido e os limites de atuação da psicologia vocacional.

Em primeiro, é necessário entender a noção de vocação. Segundo a psicóloga Luciana Albanese Valore, “o conceito de vocação como algo inato passa a ser revisto e é compreendido como algo que será construído, ao longo da vida do sujeito, mediante as suas relações com os outros, com o mundo e consigo e que, portanto, pode ser modificado”.

Sendo assim, o curso vocacional precisa ser entendido pela ideia de construção. As dinâmicas da orientação vocacional, então, serão realizadas de forma que a pessoa consiga identificar os diferentes atores e influências da sua trajetória. O desenvolvimento é trabalhado.

Para André Moraes, sócio-diretor da Talento e Profissão, empresa especializada em orientar jovens quanto à escolha profissional, “a orientação vocacional pretende ajudar a pessoa a conhecer o seu perfil e, assim, perceber quais são suas áreas de interesse, o que vai bem além dos testes”.

Os benefícios da orientação vocacional

A orientação vai além do exame vocacional. De acordo com a pesquisa “Orientação profissional e vocacional: análise da produção científica”, “nesse processo de escolha profissional, questões como identificações, aptidões, situações familiares e perspectivas para o futuro são importantes elementos de investigação”.

O processo de autoconhecimento, então, aparece como um dos principais benefícios do apoio vocacional. Compreender a si mesmo, aliás, é o primeiro passo para, de fato, entendermos o que queremos e como queremos. Traçar um rumo, assim, fica mais fácil.

Nesse sentido, Marina Muller, autora do livro “Orientação Vocacional – Contribuições Clínicas e Educacionais”, comenta que a “orientação vocacional leva os orientandos a considerarem, em primeiro lugar, a construção de si mesmos, antes que a escolha eventual de uma ou outra profissão, dado que é a partir do esclarecimento de quem se é e aonde se deseja chegar que se depreende o que se quer fazer”.

A orientação vocacional lida com as inseguranças e medos. O jovem é sobrecarregado de muitas possibilidades e pressão, por isso, esses sentimentos são normais. A terapia é o espaço para lidar com frustrações e embasar as escolhas que deverá tomar.

Para a psicóloga Luciana Albanese Valore, “o trabalho de orientação vocacional indica um provável caminho a ser seguido para os jovens que almejam seguir uma carreira profissional. Embora haja um considerável debate do tema escolha profissional, ainda persiste uma grande desinformação sobre as carreiras profissionais por parte dos jovens. Isso aumenta, indubitavelmente, a dificuldade no momento de se escolher uma profissão”.

Dessa forma, a avaliação vocacional surge como um espaço de noção da realidade. O jovem entenderá melhor das competências necessárias em cada profissão e como as suas aptidões se encaixam. Além disso, conhecerá sobre o funcionamento do mercado de trabalho em que deseja atuar.

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