Das doenças causadas pela obesidade, o câncer pode ser a mais difícil de lidar e tratar.
1 em cada 5 brasileiros são obesos. Os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) demonstram como está a obesidade no Brasil. A pesquisa de 2018 apontou que 19,8% da população estava nessa condição.
E o que é a obesidade? Não estamos tratando simplesmente do sobrepeso, mas de algo além. O conceito de obesidade traz que a condição é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Dessa forma, a maneira mais fácil de aferir isso é através do Índice de Massa Corporal (IMC).
A obesidade e sedentarismo não são somente prejudiciais à saúde da pessoa na camada mais óbvia. Cada vez mais estão surgindo pesquisas que demonstram a relação entre o sobrepeso e o câncer.
Obesidade e câncer: o que os estudos apontam
A relação entre a obesidade e o câncer tem sido cada vez mais explorada em pesquisas científicas. E a conexão parece ser mais evidente do que nunca. Um estudo publicado na EBioMedicine em 2018 procurou entender melhor a associação entre os dois.
“A associação entre obesidade e câncer é bastante segura nas populações humanas, especialmente em relação aos tumores do trato gastrointestinal, onde o excesso de peso acarreta um aumento de 1,5 a 2,4 vezes no risco de câncer. O link também foi apoiado por experimentos com animais nos quais a obesidade e o câncer foram modificados por meios alimentares”, concluiu o artigo.
Outra pesquisa realizada na Inglaterra, pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, também verificou o elo entre elas. O estudo analisou os dados de 5,24 milhões de indivíduos, dos quais 2,5 milhões estavam acima do peso. Os resultados entre as pesquisas foram semelhantes.
“Descobrimos que o sobrepeso está claramente associado a pelo menos dez dos cânceres analisados”, afirmou o epidemiologista Krishnan Bhaskaran, autor do trabalho. De acordo com a pesquisa, são os seguintes cânceres: mama, endométrio, colo de útero, ovário, rim, vesícula biliar, fígado, cólon e tireoide e leucemias.
Independente das diferentes condições de saúde, o peso parece influenciar no aparecimento do câncer. Seja em qualquer um dos tipos de obesidade, o mero sobrepeso já aumenta as chances de desenvolver a doença.
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Como a obesidade leva ao câncer
Ficou evidente que sedentarismo e obesidade atuam de forma determinante para o desenvolvimento do câncer. São agentes facilitadores. Porém, como isso ocorre dentro do nosso organismo?
Como são diversos tipos de câncer, surgiram vários mecanismos para explicar as possíveis causas da obesidade no aumento do risco da doença. Sobre o assunto, o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, propõe algumas sugestões:
– Pessoas com sobrepeso e obesidade são mais propensas a ter condições que causam inflação crônica de baixo nível. Com o tempo, isso pode causar danos ao DNA e levar ao câncer.
– O excesso de tecido adiposo produz quantidades exorbitantes de estrogênio. Os altos níveis desse hormônio são associados a maior risco de desenvolver câncer de mama, endometrial, ovário, entre outros.
– Pessoas obesas geralmente possuem maiores níveis de insulina e de fator de crescimento semelhante à insulina-1. Esses altos níveis altos podem promover o desenvolvimento de câncer de cólon, rim, próstata e endometrial;
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– As células adiposas produzem adipocinas, hormônios que podem estimular ou inibir o crescimento celular. Quando cheias de gordura, elas podem multiplicar o desenvolvimento de células tumorais.
O câncer é uma das doenças causadas pela obesidade. Com saúde não se brinca. Por conta dessas questões, é imprescindível saber como evitar a obesidade. Nesse sentido, é mais fácil e melhor para a saúde atuar antes da ocorrência da doença, pois uma vez instalada, o seu combate fica mais complicado. Então, trabalhar para prevenção da obesidade é questão de saúde pública e prioridade no dia a dia.