Cansaço mental, uma condição frequentemente negligenciada, tornou-se uma palavra-chave relevante na discussão contemporânea. Apesar do destaque dado ao burnout, a patologização do estresse restrito a circunstâncias extremas e ao ambiente profissional pode levar à subestimação de estados psíquicos e físicos igualmente desafiadores, como o próprio cansaço mental.

Todavia, a tendência de minimizar ou ignorar os sinais do cansaço mental pode resultar em consequências para o bem-estar psicológico e físico. Portanto, é crucial reconhecer a importância de abordar este tópico.

O que pode ser considerado como cansaço mental?

O cansaço mental podemos entender é um estado de estresse ou fadiga física ou psicológica muitas vezes associado a sintomas como: falta de vitalidade, desinteresse em atividades que comumente proporcionam prazer e bem-estar, enxaqueca, esquecimentos, baixa produtividade no trabalho, dentre outros.

Visto isso, como diferenciar um “simples” cansaço de um burnout? A diferença entre os dois está atrelada ao ambiente de trabalho. No entanto, só é considerado Burnout quando o cansaço está relacionado ao ato de trabalhar e consequentemente, afeta a produtividade do colaborador da empresa.

Entretanto, antes de chegar nesse estágio limítrofe, o colaborador apresenta diversos sinais. Alguns deles podem ser:

  • comentar que não está querendo sair de casa nos finais de semana;
  • relatar sensação de tristeza ou desprazer em realizar tarefas;
  • se queixar de dores;
  • ter os olhos tremendo involuntariamente;
  • apresentar insônia.

Características do cansaço mental

O cansaço mental é um sentir-se cansado constante. Além disso, é possível que, por ainda ser negligenciado, muitas vezes seja vulgarmente interpretado como TDAH, como se esse fosse mais digno de atenção ou grave.

Por isso, antes de aceitar esse diagnóstico como resposta, faça uma avaliação neuropsicológica com um profissional capacitado para ter uma certeza baseada em testes.

Em suma, umas das maiores características do cansaço mental é o estresse crônico. Nessa condição, a pessoa fica no famoso estado de “pavio curto”. Obviamente, porque o esgotamento mental, outro sintoma, também está atuante. 

Logo, no estresse crônico ocasionado pelo cansaço mental a pessoa sente e reage como se toda e qualquer demanda nova fosse a gota que falta pro seu copo transbordar. E transborda.

O que acontece se o cansaço mental não for tratado

Infelizmente, a maioria das pessoas não percebe que esse transbordamento ocorre, ironicamente, para dentro de si. Entretanto, as consequências de atingir o limite absoluto podem resultar em um estado emocional prejudicial, manifestando-se em formas como depressão, crises de ansiedade, uma infinidade de outras possibilidades.

Portanto, se você se identificou com alguns dos pontos citados, mas ainda sente prazer em realizar seu trabalho e demais atividades da vida, pare e reavalie a forma com que tem direcionado a sua energia para os mais diversos setores da sua vida. 

Além disso, procurar ajuda não precisa ser sinônimo de vergonha ou fraqueza. Ter uma rede de apoio, procurar por atendimento psicológico e caso também seja necessário, um psiquiatra, é uma forma de se amar e auto-cuidar de forma preventiva e carinhosa.

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