Início Comportamento Chantagem emocional: aprendendo a não ceder às manipulações

Chantagem emocional: aprendendo a não ceder às manipulações

chantagem emocional

A chantagem emocional é um comportamento que nos deixa com dúvidas, tornando difícil distinguir se as solicitações afetivas e/ou comportamentais são autênticas, sinceras, espontâneas e sensatas, ou se são exageradas e distorcidas, envolvendo uma vitimização para expressá-las.

Todavia, com frequência, o discurso chantagista é acompanhado de atitudes que podem destacar o excesso das demandas. No entanto, quando essa coerência falta e a pessoa que pratica a chantagem cria incertezas sobre o que se espera, isso gera um grande conflito interno na vítima.

O que é a chantagem emocional?

A chantagem emocional é um comportamento manipulativo em que alguém tenta controlar ou influenciar outra pessoa usando emoções, sentimentos ou relacionamentos. Isso inclui ameaças de causar sofrimento emocional, rejeição ou punição, a menos que a pessoa atenda às demandas do manipulador.

Entretanto, muitas vezes aquele que exerce a chantagem emocional é narcisista, tem algum transtorno de personalidade, ou é simplesmente egoísta, imaturo e manipulador. Temos que ter cuidado em não transformar falta de caráter em patologia. 

Isso é importante para que o radar de identificação desses comportamentos não fique desregulado, causando dúvidas nas vítimas da chantagem quanto à sua identificação. Isso, por sua vez, inviabiliza posicionamentos que buscam delimitar a sensação que a chantagem provoca.

Nem tudo é doença. Além disso, mesmo que seja o caso, essa pessoa talvez necessite de ajuda, e compactuar com essa dinâmica não será benéfico.

É possível mudar a mente do manipulador?

Por delimitação, é importante ter clareza de que a pretensão de modificar ou ajudar o manipulador a “melhorar” é uma falácia – por isso, oferecer ajuda também pode ser algo praticamente impossível. 

Não se deve criar esse tipo de expectativa, afinal de contas, infelizmente é assim que este conduz sua vida e as relações que estabelece ao longo dela – e dá certo. Aliás, ninguém muda ninguém, essa vontade e interesse tem que partir de cada um.

Entretanto, em relações onde a chantagem emocional está presente, é crucial considerar a possibilidade do desenvolvimento da dependência emocional, pois esse é o ponto central. O manipulador tem consciência, ou pelo menos a convicção, de que você depende dele. 

A chantagem emocional no âmbito familiar

Dentro do contexto familiar, uma forma bastante comum de chantagem emocional envolve a exploração do papel dos pais para justificar comportamentos. Expressões como “você precisa fazer isso por mim, afinal, sou sua mãe/pai”, “eu sempre fiz tudo por vocês” e “se você não ficar aqui comigo, eu nunca mais vou te ajudar com…” exemplificam distorções de papéis, cobranças e ameaças. Todas essas estratégias são manipulativas em sua essência.

Além disso, nesses casos é comum a dinâmica sutil de troca, onde o sentimento de dívida permeia a consciência e o coração daqueles que começam a definir limites emocionais e físicos. Portanto, é fundamental que a pessoa que se encontra nessa situação conte com um sistema de apoio que a capacite a agir nesse sentido.

Outras estratégias de manipulação incluem aspectos financeiros, sexuais, tratamento de silêncio, mentiras, rejeição, distorção de informações e ações, entre outras. A psicoterapia, nesse contexto, emerge como um recurso valioso para explorar os sentimentos que surgirão ao longo desse processo. 

Como agir diante das chantagens emocionais?

O autoconhecimento desempenha um papel fundamental para aqueles que enfrentam chantagens emocionais, uma vez que a diferenciação entre cobranças saudáveis e chantagem só se torna possível quando a pessoa está em harmonia com os limites que definiu na relação, mesmo em meio a momentos de sofrimento.

Assim sendo, algumas dicas para aprender a identificar e reagir às chantagens de modo geral, são:

  • autoconhecimento;
  • aprender a passar pelo sentimento de culpa sem que ela se aproprie de você;
  • ter com quem conversar, ajudando a discernir as situações e falas, a fim de identificar a chantagem;
  • rede de apoio, para que as mudanças e limites na relação possam ser melhor sustentadas;
  • ajuda profissional para todos os pontos anteriores serem construídos e/ou fortalecidos;
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