Última atualização em 7 de abril de 2025

Com a crescente preocupação das empresas com a saúde ocupacional e bem-estar corporativo, é essencial que os departamentos de RH e de saúde corporativa desenvolvam formas para mensurar e interpretar dados de saúde mental de forma eficaz. A implementação da NR-01 acabou por aumentar ainda mais essa necessidade.

É por isso que hoje, no novo artigo do blog da Telavita, vamos abordar alguns dos principais desafios enfrentados nesse processo. Vamos entender juntos como questões de privacidade e precisão dos dados impactam as informações e como transforma tudo em ações práticas e estratégicas.

Desafios na coleta de dados de saúde mental

O primeiro grande desafio é garantir a segurança e o anonimato das informações coletadas, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).  Para quem ainda não conhece, vale a pena dar uma lida no artigo sobre o assunto aqui

Manter a privacidade e LGPD na coleta de dados de saúde requer sistemas seguros e políticas claras que protejam os dados dos colaboradores enquanto permitem análises significativas. Afinal, estamos lidando com informações que podem comprometer relações dentro do próprio ambiente de trabalho. Um vazamento dessas informações pode afetar negativamente não só o próprio colaborador, mas também toda a dinâmica e hierarquia dentro da corporação.

Outro desafio é a própria obtenção de dados objetivos, claros e que possam ser utilizados dentro de um plano de contenção. Devemos lembrar que a saúde mental é intrinsecamente subjetiva e os colaboradores podem hesitar em compartilhar informações pessoais, temendo o estigma ou repercussões no trabalho. 

Promover um ambiente de confiança é crucial para melhorar a qualidade dos dados coletados.

Por fim, a falta de padronização na coleta de dados pode levar a conclusões erradas durante o mapeamento de riscos psicossociais. Isso porque as diferentes metodologias e fontes podem levar a dados inconsistentes. Tudo isso dificulta a comparação e a análise. 

Por isso, busque sempre padronizar os métodos de coleta para obter insights confiáveis e aplicáveis.

Como Interpretar os dados de saúde mental corporativa?

Interpretar os dados de saúde mental no trabalho exige uma abordagem meticulosa e sensível. Principalmente para que seja possível implementar ações significativas, ou seja, que realmente mudem os riscos psicossociais no ambiente de trabalho.

Algumas formas de interpretar os dados de saúde mental no trabalho incluem:

  • Indicadores quantitativos e qualitativos: Incluir métricas como burnout e absenteísmo por motivos psicológicos, turnover (taxa de rotatividade), produtividade e resultados de pesquisa de clima e saúde emocional  para obter uma visão holística do bem-estar dos colaboradores.
    • Fique atento a um detalhe quanto a produtividade: Esse pode ser um tema confuso, por isso o ideal é buscar formas objetivas de medir a produtividade de um colaborador. Se faça perguntas como: o que define uma boa produção? É o tempo em que se desenvolve determinada tarefa? São os resultados que ela gera? É a qualidade final? Em alguns cargos/funções, a produtividade pode ser medida de formas diferentes.
  • Análises cruzadas: É fundamental relacionar os dados de saúde mental com indicadores de desempenho, engajamento e feedbacks internos para entender as correlações e causalidades.
  • Análise de redes sociais organizacionais: Esta metodologia envolve mapear as relações e interações entre colaboradores para identificar padrões de comunicação e isolamento social. Através desta análise, é possível detectar redes de suporte ou de estresse dentro da organização, oferecendo insights valiosos sobre a saúde mental coletiva.
  • Modelagem preditiva: Utilizando algoritmos de machine learning, esta abordagem analisa grandes volumes de dados para prever tendências e identificar fatores de risco antes que eles se transformem em problemas. Isso permite intervenções proativas, melhorando o bem-estar no ambiente de trabalho. Os dados para essa abordagem podem inclusive serem coletados de outras indústrias ou ambientes corporativos, podem provir até mesmo de estudos psicológicos no ambiente de trabalho.

Alguns dos erros comuns na interpretação

Ao analisar esses dados, é essencial evitar alguns erros comuns, como fazer suposições precipitadas sobre as causas dos problemas psicológicos. É preciso reconhecer a complexidade das questões de saúde mental e considerar múltiplas variáveis antes de tirar conclusões. 

Além disso, é importante validar as hipóteses com dados adicionais e buscar compreender o contexto completo dos colaboradores, evitando análises superficiais que podem levar a diagnósticos e intervenções ineficazes.

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Transformando dados em ações estratégicas

Boas práticas 

Transformar indicadores de saúde mental em ações efetivas no RH o é essencial para criar um local de trabalho saudável e produtivo. 

Além de implementar programas de apoio psicológico, treinamentos para líderes e campanhas de conscientização, aqui estão mais estratégias para melhorar a saúde mental no trabalho:

  1. Desenvolvimento de políticas de saúde mental: Crie diretrizes para a gestão de estresse, procedimentos para lidar com crises psicológicas e políticas de não discriminação por questões de saúde mental.

  2. Capacitação em primeiros socorros psicológicos: Treine colaboradores, especialmente gestores e líderes de equipe, em primeiros socorros psicológicos. Isso os prepara para reconhecer sinais de distúrbios psicológicos e oferecer apoio inicial até que a assistência profissional seja possível.

  3. Flexibilização do ambiente de trabalho: Adote práticas de trabalho flexíveis, como horários flexíveis, trabalho remoto ou híbrido, e pausas adequadas. Essas medidas podem ajudar a reduzir o estresse e aumentar o bem-estar geral dos funcionários.

  4. Integração da saúde mental na cultura corporativa: Trabalhe para que a saúde mental seja reconhecida como uma parte integral da saúde geral na cultura da empresa. Isso pode ser alcançado através de liderança pelo exemplo, onde os líderes compartilham suas próprias experiências e práticas de saúde mental.

Implementando a gestão de riscos psicossociais, as empresas podem não apenas responder eficazmente aos dados de riscos psicossociais, mas também criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e produtivo.

A importância do acompanhamento contínuo

Monitorar e ajustar as estratégias com base em feedbacks e novas coletas de dados de saúde mental no trabalho para garantir sua eficácia ao longo do tempo.

Se você ainda não se sente preparado para integrar e acompanhar todas essas práticas de saúde mental a cultura organizacional da sua empresa, a Telavita pode te ajudar nisso. Vem descobrir como nossa plataforma pode ajudar sua empresa a gerir melhor a saúde mental dos colaboradores.

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 Conclusão

Como você viu, a coleta e a interpretação corretas de dados de saúde mental são vitais para o bem-estar corporativo. O RH e os profissionais de saúde no trabalho têm um papel estratégico na melhoria contínua desses processos e na promoção de um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

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