Resiliência se tornou uma das palavras mais usadas nos últimos tempos. É só entrar nas redes sociais e conferir a quantidade de fotos com legendas utilizando o termo. Mas afinal, o que é resiliência? O significado de resiliência, no latim, é “resiliens”, ou seja “ricochetear, pular de volta”, “voltar ao estado normal”.
O termo foi utilizado pela primeira vez na Física, em que descreve a capacidade de alguns materiais de voltarem ao seu estado normal, mesmo depois de receberem uma energia de deformação, mas eles não a sofrem permanentemente. É o que acontece com uma esponja, quando apertada.
O psiquiatra, neuropsiquiatra, psicanalista, pesquisador e etnólogo francês, Boris Cyrulnik, se referiu à resiliência como “a arte de navegar nas enxurradas”, em sua obra “Os Patinhos Feios.” Em entrevista para o El País, ele comentou a definição de resiliência: “A metáfora é: somos empurrados a uma enxurrada por uma desgraça da vida; alguns se deixam arrastar e atingir, outros se debatem e, com um pouco de sorte, colocam-se novamente a salvo. “
“O que não mata, fortalece”, a célebre frase do filósofo niilista Friedrich Nietzsche corrobora com a definição de que resiliência é o ato de vencer as adversidades, ter motivação, inteligência, focar na superação e ganhar desenvolvimento pessoal.
Pesquisas levam a crer que a resiliência é uma capacidade genética! Os pesquisadores britânicos, doutores Michael Pluess e Aneta Tunariu, afirmam que cada um de nós tem a capacidade para ser resiliente. Isso depende das fontes emocionais e pessoas que adquirimos ao longo da vida. “Muitas pesquisas sugerem que existem um componente genético para ser resiliente ou não resiliente. É possível medir isso através da coleta de pequenas quantidades de saliva.” Pluess explica.
Como se tornar (mais) resiliente?
Segundo Pluess e Tunariu, é possível se tornar resiliente mesmo sem a predisposição genética. O New York Times reuniu alguns elementos para tornar alguém mais resiliente.
1 – Cultive o otimismo
Embora essa característica seja oriunda da genética, pode-se aprender a ser otimista. Como já dissemos anteriormente, resiliência e otimismo não são a mesma coisa, mas é preciso ter um pouquinho de otimismo para ser resiliente. Isso não significa ignorar a realidade e viver num mundo de contos de fadas, e sim, cultivar boas energias e positividade para superar as dificuldades e pensar num plano B.
2 – Reescreva a sua própria história
Dr. Charney, pesquisador, decano na Icahn School of Medicine at Mount Sinai in New York City e co-autor do livro “Resilience: The Science of Mastering Life’s Greatest Challenges”, estava saindo de um estabelecimento nas ruas novaiorquinas, quando levou um tiro. Depois do tiro, ele sabia que sua vida mudaria completamente, mas ao invés de se deixar abater pela situação, decidiu que seria um exemplo a ser seguido. ” Uma vez que você se torna uma vítima do trauma, isso permanece com você. Mas eu sabia que poderia ser um exemplo. Eu tenho milhares de alunos vendo a minha recuperação e isso me dá a chance de usar tudo o que aprendi com isso”. A vida se constrói da maneira que você reage às situações, e Dr. Charney decidiu escrever a sua história ao invés de deixar que o trauma o fizesse.
3 – Lide melhor com o estresse
Lidar com o estresse e entendê-lo como inerente a existência humana, estimula o crescimento pessoal. Situações estressantes aparecem, mas você não precisar ser o estresse. Tire uma folga, caminhe no parque, respire fundo…e cultive o estresse como uma parte inevitável da vida.
4 – Apoie os outros
Apoiar os outros também ajuda a criar resiliência. Num estudo de resiliência e psicologia envolvendo veteranos de guerra estadunidense, observou-se que níveis altos de gratidão, altruísmo e senso claro de propósito, faziam crescer a resiliência dessas pessoas.
Celebrar a vitória dos outros pode te fazer mais resiliente. Ouvir o que os outros têm a dizer e se mostrar disponível para auxiliar os amigos são alguns dos caminhos para a resiliência.
5 – Saia da sua zona de conforto
Sabe aquele emprego que você já está há anos sem ver nenhuma evolução, mas que não sai porque é bom e confortável? Ou o restaurante tradicional que você sempre vai porque sabe que lá a comida é boa? Ás vezes, sair da sua zona de conforto pode ampliar as possibilidades e a sua resiliência.
Resiliência não é construída apenas a partir de experiências negativas. Ela pode ser construída simplesmente por se jogar em novos desafios! “Tem biologia nisso,” explica o Dr.Charney. “O hormônio do estresse acaba respondendo menos às situações estressantes e faz com que você consiga lidar melhor com ele. Viva a sua vida de forma que você consiga adquirir habilidades que te façam aprender a lidar com o estresse”.