Início Traumas Psicológicos Luto 7 dicas para ajudar a superar o luto

7 dicas para ajudar a superar o luto

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A morte sempre foi uma questão evitada pelo ser humano nas mais variadas formas ao longo de toda a história. Mesmo sendo cultuada e mencionada desde os primórdios, a verdade é que nunca estamos realmente preparados para ela. Por isso, viver o luto às vezes pode ser bem complicado e uma tarefa difícil de se percorrer.

Não aprendemos na escola, nem na faculdade e nem ninguém nos explica como encarar a dor da perda. A palavra luto, no entanto, tem origem no latim, “luctus”, e significa aflição, pesar e dor. Por isso, o processo após o falecimento de alguém que amamos pode ser um período bem difícil, que envolve questões emocionais, psicológicas e, em alguns casos,consequências físicas também. 

Na cultura ocidental, a morte é representada de diversas formas. Logo, o ser encapuzado carregando uma grande foice é a mais popular, seguida dos mitos sobre deuses e deusas da morte enraizados na cultura de diversas civilizações, como Hades, deus dos mortos, na mitologia grega. Mas, como superar este elemento tão cruel, e que faz parte da vida? Como aprender a lidar com a morte?

As melhores dicas de como superar uma perda

Muitas pessoas não sabem como lidar com o luto. Dessa forma, entram no processo e são dominados pelo sentimento de tristeza sem entender direito por que se sentem tão devastadas daquela forma, sem saber como sair daquela angústia constante. 

No entanto, não existe fórmula secreta, nem mesmo um tempo certo para a dor passar. Porém, algumas dicas podem ajudar no processo de luto. Confira abaixo quais são elas:

1. Não ignore o luto, sinta sem medo

A morte é uma transformação psíquica profunda e só é experimentada quando nos deparamos com a morte do outro, em geral, com a perda de uma pessoa querida. Considerando o fato, um dos psicanalistas mais famosos, Carl Gustav Jung, equipara a vida ao percurso do sol, em seu texto “A alma e a morte” (1934).

Para o psicanalista, o sol nasce no horizonte e chega no seu pico ao meio-dia, e desce em curva descendente até o final da tarde, quando se despede do dia e morre. Esse fenômeno trilharia o mesmo caminho que a vida, onde todos os humanos vivos caminham sempre em direção a morte.

Por isso, assim como o movimento do sol e o processo da vida e da morte, superar perdas é uma transformação interna. Viver o luto é essencial. Não esconda-o ou evite falar quando precisar. 

Escolha pessoas em quem confia para desabafar, chore toda vez que sentir vontade e, principalmente, não tente ignorar essa fase da vida. Ela é necessária para entender melhor a si mesmo e o complexo sentimento que a partida do sol traz. 

2. Você não precisa passar por isso sozinho

O abraço de um amigo e a conversa com alguém querido sempre traz a calma nas horas difíceis. Logo, a perda de um ente querido pode ser complicado demais de lidar para algumas pessoas. Por isso, compartilhar suas dores com alguém que considera é interessante, justamente para soltar os sentimentos presos nesse momento.

Contudo, muitas pessoas que não conseguem lidar com o luto podem até mesmo acabar desenvolvendo sérios traumas e doenças psicológicas, como a depressão. Ninguém é ensinado a viver o luto, por isso não se sinta na obrigação de ser forte o tempo todo. O ser humano tem fragilidades e isso não é vergonha alguma. 

3. Não se isole

Uma das tendências de pessoas que sofrem com a perda de um ente querido é se afastarem dos grupos de amigos, da família e de eventos sociais, de um modo geral.  Essa prática, no entanto, não é indicada pois é no momento mais frágil que se pode aprofundar em mares desconhecidos de si mesmo. 

Visto isso, em alguns casos, a pessoa mergulha tão fundo que não consegue voltar à superfície, dando de cara com a tristeza, culpa e depressão. Por isso, estar rodeado de pessoas queridas é um alento para a alma, pois elas oferecem palavras de apoio, carinho, afeto e distração. Tudo o que alguém em sofrimento precisa.

4. O luto não tem tempo

Perguntar quanto tempo dura um luto é uma pergunta sem respostas. Cada indivíduo tem o seu tempo de vivê-lo. O fato é, que as coisas nunca voltarão ao normal, assim, é preciso ter isso bem claro. 

Tem pessoas que lidam com a morte de modo mais rápido e conseguem compreender seus efeitos num curto período de tempo. Outras, demoram um pouco mais e, algumas, pode ser que nunca superem, pois não viveram o processo do luto de peito aberto. 

Não se cobre pelo tempo que está levando para se livrar dos sentimentos ruins que a morte gera. Viva o luto no seu tempo, por quanto for necessário, mas de forma alguma apresse a cura, pois é um momento delicado e que precisa de todo o tempo do mundo para ser tratado. 

Imagine a dor da perda como um machucado. Algumas pessoas que procuraram ajuda mais rapidamente, conseguem se curar em menos tempo. Outras, que demoraram muito para ir ao hospital, vão demorar mais para cicatrizar a ferida. É assim com o luto. O processo de cicatrização depende de indivíduo para indivíduo.

LEIA MAIS: O que é o luto e como lidar com a morte de pessoas queridas

5. Desapegar não é esquecer

A melancolia é um obstáculo no processo de recuperação. É difícil se desapegar da rotina antes vivida com a pessoa que partiu. Dessa forma, os momentos, embora eternos, são uma marca de que algo que antes era comum e rotineiro, se foi. 

Dar de cara com esse breu da ausência é um dos momentos mais difíceis. Mudar a rotina pode ser a saída. Crie novos hábitos, seja sozinho ou com outras pessoas. Esse desapego pode ser sentido como traição ou culpa, mas ele é saudável e necessário. 

Dar adeus não é fácil. Os cômodos da casa e os objetos da pessoa que partiu são um constante lembrete da perda. Deste modo, alguns psicólogos sugerem a mudança desses objetos de lugar, seja guardando-os ou doando-os para pessoas que precisam. Tudo vai depender da reação da pessoa que ficou. 

Alguns são mais relutantes quanto a isso pois pensam que mudar ou dar adeus aos objetos é esquecer, mas não é bem assim. Nada que fizer vai apagar as lembranças vividas. Caso não queira se livrar dos objetos da pessoa, tudo bem, também. Só não faça deles um culto triste e diário. 

6. Aos poucos, volte à rotina

Assim que passar as etapas iniciais do luto de negação e tristeza, busque retomar atividades rotineiras. Algumas pessoas se sentem culpadas quando pensam em voltar à vida “normal” pois estariam banalizando a morte e esquecendo da pessoa que partiu.

Esse sentimento é comum, mas não deve ser internalizado. Caso sinta que a culpa te persegue cada vez mais, impedindo-o de voltar a viver sua rotina e as atividades prazerosas, busque auxílio de um psicólogo!

7. Procure ajuda profissional

Para Sigmund Freud, tanto o luto quanto a melancolia manifestam-se enquanto respostas a uma perda significativa para o ser humano. O luto, neste sentido, seria uma reação sadia, ainda que dolorosa, à realidade natural da perda, que acomete a todos. 

No entanto, sob as mesmas influências observamos, em algumas pessoas, a melancolia em vez de luto, e por isso suspeitamos que nelas exista uma predisposição patológica. Nesses casos, chamamos o luto de patológico pois nasce da negação da morte e ignora todas as etapas que necessitam ser vividas, sendo prejudicial a saúde emocional humana.

Visto isso, em pessoas que passam por essa situação, o luto não termina como esperado e interfere na vida e nas atividades rotineiras da pessoa que ficou. É como aquele ferimento que não foi cuidado e ainda dói e sangra. 

A ajuda profissional com um psicólogo especialista pode ajudar o indivíduo a reorganizar a vida e superar o luto. O acompanhamento psicológico por meio de terapia é extremamente eficaz nesses casos e auxilia na compreensão dos sentimentos e emoções acerca da dor da perda. Por isso, se você se encaixa nesse quadro, não hesite em buscar ajuda.

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Para entender o luto, precisamos entender a vida

Temos em nossa consciência que a vida é linear. Nascemos, vivemos, crescemos, amadurecemos e morremos. No entanto, não é bem assim. Apesar de considerarmos isso um fato, a morte pode aparecer em qualquer hora, e em qualquer lugar.

Logo, vivemos e nos apegamos ao outro e as coisas. É difícil aceitarmos a transitoriedade da vida. Quando o luto chega, nos devasta. Como entender esse fenômeno tão complexo que é a morte? Como compreender a perda e viver o luto da melhor forma? 

A morte faz tão parte da vida quanto o próprio viver, e assim, precisamos encará-la como real. Sabendo da dificuldade humana de lidar com o luto, nossa especialista Sônia Pittigliani falou um pouco sobre o assunto conosco. 

Veja o vídeo abaixo e se conscientize mais acerca do tema:

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