A dismorfia corporal, frequentemente referida como Trastorno Dismórfico Corporal (TDC) ou Síndrome de Dismorfia Corporal (SDC), é um tema de crescente importância na saúde mental e bem-estar. 

Portanto, a medida que nossa sociedade moderna se torna cada vez mais focada na aparência e na busca pela perfeição, compreender o que é este tópico torna-se crucial.

O que é a dismorfia corporal?

A dismorfia corporal, ou Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), segundo o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), é caracterizada por uma excessiva preocupação com um suposto defeito mínimo ou imaginário na aparência.

Contudo, embora esta seja a definição oficial do transtorno, existe um debate acadêmico sobre a possibilidade de classificá-lo como uma variante do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

Isso pois, ambos compartilham algumas características, como: um curso crônico e variável, pensamentos intrusivos, comportamentos compulsivos e repetitivos, sentimentos de vergonha, baixa autoestima e, em casos mais graves, um isolamento social e uma incapacidade funcional total.

8 sinais de dismorfia corporal

Identificar e diagnosticar o Transtorno Dismórfico Corporal pode ser desafiador, já que, muitas vezes, os sintomas são erroneamente associados a uma preocupação excessiva com a vaidade. Entretanto, alguns dos sinais característicos da dismorfia corporal incluem:

1. Preocupação excessiva

A pessoa experimenta uma constante e intensa preocupação com sua aparência, muitas vezes centrada em aspectos específicos, como a forma do nariz, tamanho dos olhos, pele, cabelo ou qualquer característica que ela considere imperfeita. 

2. Percepção irrealista

A noção do defeito é exagerada ou não corresponde à realidade. Mesmo que outros não percebam o defeito, a pessoa com dismorfia corporal acredita que ele é muito evidente.

3. Comportamentos repetitivos

Na dismorfia corporal, podem surgir comportamentos como checar o espelho com frequência, comparar-se com outras pessoas ou recorrer a procedimentos estéticos de forma excessiva.

4. Isolamento social

Devido à vergonha e à ansiedade em relação à aparência, a pessoa pode evitar interações sociais e se isolar. O medo do julgamento dos outros pode levar ao distanciamento de amigos e familiares, resultando em um ciclo de isolamento.

5. Autoestima baixa

A pessoa com dismorfia corporal muitas vezes enfrenta uma baixa autoestima devido à sua percepção da própria aparência como defeituosa. Isso pode afetar negativamente sua confiança e auto imagem, levando a um ciclo de pensamentos autocríticos.

6. Busca por reafirmação

A pessoa pode procurar repetidamente a opinião de outras pessoas para confirmar que o defeito não é tão evidente quanto ela imagina. Essa busca constante por validação pode ser exaustiva para os amigos e familiares próximos.

7. Depressão e ansiedade

A dismorfia corporal pode estar associada a sintomas de depressão e ansiedade, já que o sofrimento emocional é comum. A preocupação constante com a aparência e a insatisfação persistente podem desencadear ou agravar esses transtornos de saúde mental.

8. Recorrência a procedimentos estéticos em excesso

Em casos mais graves, a pessoa pode se submeter a procedimentos cirúrgicos ou estéticos em excesso na tentativa de corrigir o defeito percebido. Isso pode ser perigoso para a saúde física e emocional, além de não resolver a causa subjacente da insatisfação.

Causas do aparecimento do transtorno

As causas do Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) podem ser complexas e multifatoriais. Além disso, embora não haja uma única causa definitiva, várias influências podem contribuir para o desenvolvimento desta condição. Algumas das possíveis causas incluem:

Condições genéticas e biológicas

Pode haver uma predisposição genética para a dismorfia corporal, pois estudos sugerem que pode haver uma herança familiar de transtornos de ansiedade e depressão, que estão frequentemente associados ao Transtorno Dismórfico Corporal.

Disfunções neuroquímicas

Alterações nos neurotransmissores (substâncias químicas do cérebro), como a serotonina, podem desempenhar um papel no desenvolvimento do TDC. Dessa forma, desequilíbrios na atividade cerebral podem afetar a maneira como uma pessoa percebe sua própria aparência.

Experiências de vida traumáticas

Traumas passados, como bullying, abuso ou experiências de rejeição, podem contribuir para o desenvolvimento do TDC. Esses eventos traumáticos podem desencadear sentimentos de inadequação e levar a uma busca obsessiva pela perfeição física como forma de proteção.

Pressões sociais e culturais

Ideais de beleza promovidos pela sociedade e pela mídia podem influenciar negativamente a percepção da própria aparência e contribuir para a manifestação da dismorfia corporal. 

Distorção Cognitiva

Algumas pessoas com TDC têm uma tendência a interpretar de forma distorcida as informações sensoriais sobre sua aparência, superestimando imperfeições que podem ser mínimas ou inexistentes;

Comorbidade com outros transtornos mentais

Frequentemente, o TDC está associado a outros transtornos, como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Logo, a presença de múltiplos transtornos pode complicar ainda mais o quadro clínico.

Fatores psicológicos e emocionais

Baixa autoestima, perfeccionismo e uma necessidade extrema de aprovação dos outros podem contribuir para o desenvolvimento da dismorfia corporal. Todavia, esses fatores emocionais podem agravar a insatisfação com a aparência.

Estilos parentais e ambientais

Ambientes familiares excessivamente críticos, competitivos ou que enfatizam a importância da aparência podem contribuir para o desenvolvimento do TDC. Sendo assim, a maneira como os pais e cuidadores lidam com a imagem corporal também pode influenciar a percepção da criança sobre si mesma.

A importância de procurar ajuda profissional 

A dismorfia corporal, ou Transtorno Dismórfico Corporal é uma condição mental séria que pode causar um sofrimento significativo e pode variar de pessoa para pessoa.

Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, têm o treinamento necessário para diagnosticar e avaliar o TDC de maneira adequada, diferenciando-o de outras condições de saúde mental que podem compartilhar sintomas semelhantes.

O tratamento adequado pode resultar em uma melhoria significativa na qualidade de vida, ajudando os pacientes a lidar com seus sintomas, a desenvolver uma percepção mais realista de sua aparência e a construir uma autoestima mais saudável.

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