Entre os maiores desafios que os pais enfrentam nos dias de hoje, está a capacidade de fazer com que os filhos tenham autorresponsabilidade na produção e assimilação de conhecimentos ao longo da vida.
Bem, sabe-se que para ser um adulto bem sucedido, é imprescindível o autodesenvolvimento de potencialidades cognitivas. Todos os pais possuem essa consciência, mas nem todos conseguem resultados efetivos no comportamento e comprometimento dos filhos em relação a esse quesito.
Desse modo, são muito importantes as primeiras experiências e o modelo que seu filho vai adquirir nos primeiros anos de vida escolar. Portanto, aqueles que obtiveram boas experiências poderão ser mais bem sucedidos.
Por outro lado, caso o indivíduo cresça num ambiente com experiências negativas, é possível que o seu desenvolvimento seja abalado. Então, pode-se arrastar eternamente uma deficiência e falta de credibilidade em si mesmos, além de prejudicar a capacidade e êxito na área do conhecimento. E é nesse caso que vou tratar aqui com você.
Como seu filho se comporta hoje?
Ele resiste a qualquer compromisso ou realização das tarefas da escola? Faz as atividades com lentidão e busca recursos com dificuldade? Engana você tentando apresentar uma parte concluída, enquanto deixa outras a desejar? Chora e ensaia um papel de vítima, colocando a responsabilidade para terceiros diante ao fracasso?
LEIA MAIS: Estou preparando meu filho para ser um adulto feliz?
Acredite: há possibilidade de reverter esse processo. Porém, isso depende muito de seu empenho e da autodisciplina na conduta com seu filho, afinal, se a mudança não começar através de você, nada poderá mudar.
O que fazer?
A meta principal é criar autorresponsabilidade. Para que isso aconteça, você precisa mostrar a ele os benefícios que poderá obter em sua vida atual e no futuro com o desenvolvimento de competências.
Faça perguntas sobre como ele se sente sendo descomprometido com seu desenvolvimento. Questione sobre quais são as consequências disso em relação aos colegas e professores. Aprofunde perguntas que o façam refletir sobre esse contexto.
Prepare-se, pois talvez você se depare com fortes emoções, como o choro e a raiva. Acolha-o. Além disso, também poderá querer evitar essa conversa para não enfrentar a dor. Acolha mais ainda seu filho, escute-o e proponha mudanças.
Logo a seguir, faça a proposta de um primeiro e pequeno avanço de atitude. Determine uma tarefa e um prazo junto com ele, de forma que seja alcançável. Enfatize que você acredita que ele é capaz e torcerá pelo seu sucesso. Deposite uma expectativa motivacional e aproxime possibilidades de sentimentos que irão gerar ao atingir essa meta.
Dentro desse contexto, com certeza, ele vai brilhar os olhos e, talvez, ensaie um sorriso. Nesta hora, mostre a ele que a imaginação já possibilita instantes de felicidade. Esteja sempre ali para apoiar.
O passo a passo
Então, envie durante este prazo uma mensagem de incentivo, deixando um bilhetinho em seu quarto ou pelo WhatsApp, como: “Eu acredito em você!”, “Você é capaz!” e “Estou torcendo por você!”.
Após o prazo, caso não tenha efeito, faça nova tentativa e continue incentivando e acreditando em sua potencialidade. Caso positivo, explore os sentimentos e as emoções geradas pela sua conquista. Mostre a ele o quanto é gratificante o esforço para conquistar alguma meta e crescimento.
LEIA MAIS: A importância da convivência de qualidade entre pais e filhos
Avance mais alguns passos até que ele consiga adquirir o hábito de autorresponsabilidade sobre si próprio. Valorize sempre o seu esforço e sua capacidade. Esse é o segredo para conquistar a autonomia de seu filho, diante a responsabilidade de seu desenvolvimento.
Vibre com as conquistas de seu filho, explore os sentimentos de alegria e felicidade. Assim, ele compreenderá que as emoções e sentimentos de suas conquistas possibilitam o seu desenvolvimento.
O sutil erro
Nunca presenteie seu filho com brinquedos ou outras recompensas por se tornar um aluno estudioso. Isso vicia e ele nunca vai compreender a responsabilidade que possui em cuidar da própria vida. Presentear significa que ele está agradando você e não a ele mesmo.
O que a autorresponsabilidade promove?
Além dos sentimentos positivos e a liberação de hormônios do prazer, a autorresponsabilidade promove a elevação da autoestima, autoconfiança, propicia relacionamento interpessoal positivo, admiração dos colegas e professores, bem como, a prosperidade no futuro. Isso você deve pontuar para seu filho e colher frutos com a gratidão de hoje e sempre.
Está em suas mãos
Quando mencionei que depende unicamente de você, que seu filho amadureça no sentido de desenvolver a autorresponsabilidade, é vero! Como disse, depende primeiramente de você, em acreditar, agir e obter os resultados que pretende nesse processo. Portanto, tenha prontidão para mudança, que requer uma dose de paciência, capacidade de empatia e persistência.
O esforço para lidar com a dor do sofrimento é inúmeras vezes maior que o esforço para se desenvolver e obter novos resultados na vida. O primeiro é desgastante e o segundo é recompensador, gratificante e efetivo.
Interessante!
Olá Mestre muito satisfeito em saber que faço parte dos seus, mesmo a distância, continue fazendo o que melhor sabes e o sucesso lhe vai acompanhar sem magoar ninguem.
Me parece que vai muito do exemplo: dois sobrinhos, onde meu irmão e minha cunhada, finais de semana nunca paravam no apartamento, eu na idade deles (atual) já estava com a vida profissional já “desenhada”! Filho de mecânico autônomo e mãe metodica e perfeccionista, finais de semana (mesmo cidade litorânea e com sol), ficava passando “matéria a limpo” e cursei faculdade trabalhando e tardiamente (dos 27 aos 31 anos) e valeu o esforço! Já minha irmã, fez faculdade logo depois de concluir o então segundo grau e sem trabalhar, mas não conseguiu se manter na área para a qual prestou concurso e se graduou! Penso que a alegação de muitos pais em “evitar” que o filho passe pelos mesmos desafios que passaram, gera acomodação. Inclusive o educador Isami Tiba, ao ouvir de uma mãe a “queixa” que os filhos não retribuem, na velhice dela, a dedicação que ela teve, ele então disse que eles reconhecem as necessidades dela, mas ela sempre resolveu as questões deles, então ela não precisa que ninguém intervenha por ela!