A gordofobia é uma realidade preocupante e amplamente difundida em nossa sociedade contemporânea. Visto isso, dia 10 de setembro foi separado para a conscientização de um tema importante: o combate ao preconceito com as pessoas gordas.
Neste texto, exploraremos em detalhes o que é a gordofobia, como ela afeta as pessoas que a vivenciam e as implicações sociais e psicológicas desse tipo de discriminação.
O que é a gordofobia?
O termo “gordofobia” é inspirado em dois termos da língua inglesa que são “Weight Stima: estigma pelo peso” e “Weigth Discrimination: discriminação pelo peso”.
No entanto, o primeiro termo diz respeito a atitudes negativas como hostilidade, humilhação, agressividade endereçadas a pessoas com sobrepeso ou obesas. Já o segundo, significa a diferenciação de oportunidades e tratamentos.
Todavia, a gordofobia é um preconceito com muitas faces e pode ser representada em pequenos comentários como: “você é tão bonita de rosto!”; “você seria mais saudável se emagrecesse” ou “você ficaria lindo se perdesse peso”.
A discriminação com as pessoas gordas
A discriminação com as pessoas gordas é facilmente perceptível no nosso dia a dia. Nesse sentido, há casos de pessoas que fazem processos seletivos, mas sua condição física é um argumento contrário à contratação, como se por causa do peso, ela fosse menos produtiva ou lenta.
E quanto aos baixos salários devido à suposição de baixa produtividade? Ou pior ainda, imagine uma situação de emergência médica em que não existe uma maca apropriada para acomodar o tamanho de seu corpo.
Contudo, para refletir sobre a gordofobia, devemos nos questionar:
- Como será que esta pessoa se relaciona com o próprio corpo?;
- Existe amor, respeito e adaptação?;
- Quais são as lutas diárias, ou ao longo dos anos que estas pessoas vivenciam sozinhos ou na sociedade?;
- Como seu próprio corpo é visto, falado, observado?;
- Como esse sujeito se percebe na vida? Será que seu corpo o atende em suas necessidades, desejos, limitações?;
- Quais são as condições de melhorias oferecidas a eles?.
O impacto da gordofobia no psicológico de quem é vítima
Os impactos na vida de quem sofre esse tipo de discriminação são variados e lamentavelmente resultam daqueles que não lidam bem com a diversidade corporal.
Dessa forma, isso inclui aqueles que se consideram mais saudáveis do que outros, bem como aqueles que propagam generalizações e informações da internet ou mídia como se fossem verdades universais.
Nesse sentido, é comum observar em pessoas gordas alguns sintomas como baixa estima, sintomas de depressão e/ou ansiedade, transtornos alimentares – desde episódios de bulimia e/ou anorexia até o outro extremo da compulsão alimentar – culpa, sentimento de inadequação, isolamento e ideação suicida.
Por dentro da mente da sociedade
Infelizmente, a gordofobia é frequentemente banalizada, com muitas pessoas considerando dietas e cirurgias como soluções simplistas. Logo, essas crenças superficiais só alimentam o preconceito.
Dessa forma, é importante reconhecer que nem todas as pessoas gordas enfrentam questões graves de saúde que exijam intervenções específicas. Vale salientar que, não existe padrão de beleza, e os parâmetros de saúde são únicos também. Desse modo, cabe ao sujeito avaliar suas condições e possibilidades.
Dicas para enfrentar a gordofobia
Como visto, a discriminação e o estigma associados ao tamanho do corpo afetam a vida de indivíduos de maneiras profundas e duradouras. No entanto, vivenciar esse tipo de preconceito não é fácil.
Por isso, separamos algumas dicas para enfrentar a gordofobia:
1. Autoconhecimento.
É amplamente reconhecido que a psicoterapia desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental e autoconhecimento. Nesse espaço de reflexão, é possível examinar aspectos importantes de nossa existência.
No entanto, é importante considerar: a obesidade exerce um impacto negativo em sua vida? Você percebe aspectos prejudiciais ou perdas associadas à sua condição física? Existem questões relacionadas à alimentação ou padrões de comportamento alimentar que tendem a se manifestar como compensações ou compulsões?
Contudo, se alguma dessas perguntas obtiver uma resposta afirmativa, é fundamental buscar apoio profissional para lidar de forma saudável com essa situação.
2. Autoestima
Considerando que a autoestima abrange a visão que uma pessoa tem de si mesma, é fundamental lembrar que esse conceito envolve componentes essenciais, como a autoconfiança, a autoafirmação, a autoimagem e o conceito de si e o ideal do “EU”.
Portanto, a sugestão é que, ao participar de uma terapia, você trabalhe na construção de um relacionamento mais profundo e positivo consigo mesmo. Sendo assim, é através desse empoderamento pessoal que se torna possível enfrentar com mais resiliência às adversidades e desenvolver uma autoestima saudável e equilibrada.
3. Autocuidado
É importante considerar alguns aspectos que, embora possam parecer óbvios, desempenham um papel significativo no cuidado consigo mesmo, especialmente em um contexto de enfrentamento da discriminação.
Inicialmente, é crucial evitar contextos e ambientes discriminatórios, buscando espaços que sejam seguros e inclusivos. No entanto, lembre-se de que a liberdade de explorar novos lugares e possibilidades também é fundamental.
Você não está sozinho
Em suma, vale lembrar também que, a construção de uma rede de apoio é de extrema importância. Logo, amigos, familiares e colegas que demonstram empatia e cuidado podem ser fontes valiosas de troca, apoio emocional e acolhimento, especialmente nos momentos em que você se sentir desmotivado ou precisar de apoio.
Por último, mas não menos importante, saiba que, após todas essas reflexões, se perceber que há questões a serem enfrentadas, como traumas, preconceito, culpa ou vergonha, você pode buscar mudanças internas e, se desejar, externas.
É crucial lembrar que o apoio profissional desempenha um papel relevante nesse processo. Seu corpo é a sua morada e, como tal, merece ser cuidado com carinho e respeito.