Com a Síndrome de Burnout acometendo cerca de 30% da população brasileira, tornou-se imprescindível falar e conscientizar as pessoas acerca da importância de um ambiente corporativo saudável. No entanto, a felicidade no trabalho é uma das questões que precisam de mais visibilidade e atenção das empresas.
No que diz respeito à gestão de pessoas, é esperado que a jornada do funcionário em todo o tempo de empresa seja o mais benéfica possível, levando em consideração seus pontos fortes, e também suas fragilidades. Porém, na prática, isso não acontece sempre.
Horas extras, falta de feedbacks e demandas excessivas podem desencadear uma série de problemas emocionais nos colaboradores. Logo, tais elementos podem aumentar a carga de estresse no indivíduo e evoluir para o esgotamento físico e mental. Dessa forma, para sanar este problema, precisamos falar sobre a felicidade no trabalho e sua importância.
Os efeitos da felicidade no corpo humano
A felicidade é um sentimento intenso de alegria e que se torna um estado de espírito quando contemplada com frequência. No entanto, essa emoção é desencadeada pela produção da serotonina, uma substância importante para o bem-estar.
A serotonina, por sua vez, é considerada um neurotransmissor . Ela possibilita a comunicação entre os neurônios, liberando assim, sensações de prazer e alegria no indivíduo. Dessa forma, quando praticamos atividades que gostamos, fazemos exercícios físicos e nos alimentamos de forma saudável, incentivamos a produção deste importante elemento.
Produzindo serotonina nos sentimos felizes e, nos sentindo felizes, temos prazer em realizar nossos afazeres. Todavia, estar feliz nos deixa alegre, sorridentes e com o poder de contagiar também quem está ao nosso redor.
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A relação entre felicidade e trabalho
Pouco escutamos falar sobre se sentir feliz no âmbito corporativo hoje em dia. As rotinas desgastantes têm tirado esse prazer de milhares de trabalhadores. Contudo, a relação entre felicidade e trabalho se dá em uma dinâmica que pode ser proveitosa tanto para as empresas, quanto para os colaboradores.
Segundo Robert Provine, professor de Psicologia na Universidade de Maryland, sorrir ajuda na diminuição do estresse e ainda, auxilia na produtividade do trabalhador. Visto isso, ambientes positivos trazem mais criatividade, já em contrapartida, ambientes estressantes são os maiores inimigos da inovação.
Dessa forma, estar feliz no trabalho motiva o funcionário e aumenta o desempenho nas atividades diárias. A felicidade transforma o que seria desgastante em outra condição. Sendo assim, ter um trabalhador feliz é sinônimo de crescimento, tanto para ele, quanto para a instituição.
Benefícios de ter colaboradores satisfeitos
Se manter os colaboradores felizes traz tantos resultados, por que a maioria das empresas permitem que os funcionários cheguem a um nível perigoso de exaustão?
53% dos colaboradores entrevistados pela American Psychological Association (APA) disseram que, ao se sentirem valorizados por seu empregador, se sentem motivados pelo reconhecimento recebido e isso reflete diretamente nos esforços que colocam para realizar suas tarefas.
Ter colaboradores satisfeitos traz inúmeros benefícios para as empresas, entre eles:
Equipes fortalecidas
Quando estamos motivados nos tornamos mais unidos e alinhados em nossos objetivos como time. Sendo assim, com a saúde emocional equilibrada, é provável que tenhamos uma boa relação com os outros membros da equipe, o que reflete diretamente em todo trabalho a ser feito.
Objetivos alinhados
A felicidade no trabalho proporciona o prazer em trabalhar. Com funcionários engajados e satisfeitos, os objetivos da empresa passam também a ser os objetivos individuais de cada colaborador.
Maior produtividade
A motivação traz para o trabalhador desejo por aquilo que precisa ser realizado. Quando reconhecidos por seus esforços, tendem a querer mais daquilo que receberam. Afinal, todo trabalho bem feito é também um case de sucesso para o colaborador.
Mais qualidade para as entregas
A felicidade mantém o engajamento do corpo empresarial e isso traz reflexos positivos para as entregas de cada um. Contudo, é possível dizer que a quantidade deixa de ser um pilar e a qualidade se torna o objetivo principal.
Diminuição da taxa de turnover e gastos eventuais
Com as equipes fortalecidas, os objetivos alinhados, a alta produtividade e a qualidade das entregas, o crescimento da empresa é certo. Portanto, investir na saúde emocional dos funcionários diminui a taxa de turnover e gastos eventuais com demissões, novos processos seletivos e ainda, com a realocação de profissionais.
Como cuidar da saúde emocional dos funcionários?
Como visto, manter os trabalhadores motivados e felizes traz benefícios importantes para as corporações. Mas como cuidar da saúde emocional dos funcionários? Para chegar nos resultados positivos, é necessário primeiramente implantar uma cultura de cuidado emocional dentro da sua empresa.
Treinar os líderes, realizar ações preventivas, investir em benefícios e centrar o cuidado no trabalhador são os principais passos. Logo, para nortear esse processo, é importante cobrir as quatro dimensões da felicidade no trabalho.
As 4 dimensões da felicidade no trabalho
Para promover um ambiente que prioriza a saúde emocional dos funcionários, as políticas e práticas de gestão devem englobar quatro colunas psicossociais de extrema importância. Estas, são conhecidas como as dimensões da felicidade no trabalho, divididas em:
1. Condições materiais de existência
Segmento que diz respeito ao ambiente físico de trabalho e tudo o que envolve a jornada diária do funcionário, como: carga horária, benefícios, materiais necessários e salário.
Para preencher as lacunas das condições materiais de existência, é recomendável aderir a cargas horárias flexíveis, oferecer os materiais necessários para realizar o trabalho (notebooks, mouse, fones de ouvido, etc), e pesquisar benefícios que podem ser de grande utilidade para os colaboradores.
2. Dimensão relacional
É caracterizada pela interação social entre os membros das equipes e a qualidade da relação entre eles. Nesta dimensão, o papel é promover a empatia, assertividade, gratidão e outras habilidades sociais que facilitem o convívio e trabalho em grupo.
Uma prática muito utilizada para o sucesso da dimensão relacional é a realização do “one-on-one” entre líderes e membros de cada equipe. O one-on-one é um espaço seguro onde os funcionários podem contar suas frustrações e ideias (em relação ao time) para seus gestores.
Dessa forma, caberá ao líder em questão manejar a equipe de forma que as relações sejam o mais amigável possível. Aqui, os happy hours também são sempre bem-vindos. Sendo assim conclui-se que a interação e amizade é um elemento fundamental para o sentimento de pertencimento e propósito da empresa.
3. Dimensão espiritual
Está relacionada aos propósitos pessoais de cada colaborador, visando seus objetivos profissionais e o desenvolvimento de competências. Deste modo, a estratégia mais utilizada pelas empresas é o traçamento de um plano de carreira para os funcionários.
Estimular o desenvolvimento profissional dos colaboradores é também um investimento para as corporações. Portanto, os planos de carreira podem visar aumento de salários, promoções e metas para serem atingidas individualmente.
4. Dimensão pessoal
Leva em consideração os aspectos interpessoais de cada trabalhador como: o autoconhecimento, autonomia, personalidade e autoestima/confiança. Consequentemente, o desequilíbrio das outras três dimensões podem afetar os elementos deste tópico, atrasando ou colapsando o desenvolvimento pessoal deste segmento.
Entretanto, um exemplo a ser exposto é quando o trabalhador não é valorizado e não recebe feedbacks de seu desempenho. Consequentemente é possível que sua autoestima fique abalada e ele não sinta confiança nem motivação para continuar desempenhando suas funções. Logo, para evitar o desgaste da dimensão pessoal é necessário o equilíbrio das outras três citadas anteriormente.
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Como medir o índice de satisfação dos colaboradores?
Preenchendo as quatro dimensões da felicidade no trabalho você já estará no caminho certo para uma cultura empresarial centrada no bem-estar emocional. Porém, como saber se minhas ações realmente estão surtindo efeito?
Geralmente, para medir o índice de satisfação dos colaboradores, o setor de recursos humanos das empresas costumam disponibilizar questionários e proporcionar um ambiente aberto para feedbacks. Porém, existe uma alternativa melhor para isso.
O programa de Saúde Emocional da Telavita
O Programa de Saúde Emocional (PSE) é um projeto desenvolvido pela Telavita que busca auxiliar as empresas no monitoramento da saúde emocional dos colaboradores.
São diversos conteúdos educacionais disponibilizados para o corpo empresarial e um sistema especializado pronto para fazer um mapeamento populacional de como anda a saúde emocional dos seus funcionários.
O mapeamento é feito de acordo com as metodologias PHQ 9, GAD7, DASS 21 e por meio da análise dos dados coletados é possível saber o nível de estresse, ansiedade e depressão dos colaboradores. Sendo assim, é feita uma análise das necessidades de intervenções maiores para sanar o problema.
E se os níveis estiverem altos? Juntamente com a identificação da dor, trazemos a resolução dela. No Programa de Saúde Emocional (PSE) temos um corpo clínico especializado para atender cada funcionário da sua corporação. São dezenas de psicólogos e psiquiatras à disposição. Aqui, focamos na resolução do problema por completo.