“Homem com impotência”. A frase parece cravar uma marca na pele. O estigma é terrível. Talvez seja a masculinidade frágil. Talvez seja a dificuldade de lidar com o tema de forma realista e palpável. De qualquer modo, a impotência masculina é um tema delicado.
Apesar de ser geralmente associada a pessoas mais velhas, a impotência masculina em jovens também ocorre. Aliás, o número de pessoas com o problema também pode surpreender.
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De acordo com uma revisão de estudos ao redor do mundo, a estimativa para 2025 é de que 332 milhões de homens tenham que lidar com a disfunção masculina. O número é mais do que o dobro do último levantamento: em 1995, 152 milhões sofriam com a condição.
Dessa forma, a figura do homem impotente não pode ser mais tratada como tabu. É uma realidade e que tende a crescer ao longo do tempo. Portanto, é necessário compreender também quais são as causas da impotência masculina.
Impotência masculina psicológica
Diversos estudos apontam que a idade é um dos fatores preponderantes para o aumento da incidência da disfunção erétil. Apesar dessa associação, é importante ater as demais causas de impotência masculina.
O componente psicológico, por exemplo, é responsável por boa parte desses problemas. Segundo o Cambridge Well-Being Institute, o fator emocional é responsável de 10% a 20% dos casos de impotência no homem.
Nesse sentido, um estudo procurou compreender a disfunção erétil em homens jovens e traçou uma relação entre a ansiedade e a depressão com a condição.
“A ansiedade está frequentemente envolvida na patogênese da disfunção erétil no início da vida sexual. De fato, a ansiedade pode levar a um foco excessivo na qualidade da ereção, proporcionando uma distração cognitiva que afeta negativamente a excitação e, consequentemente, a própria ereção”, aponta o trabalho.
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Além disso, a ansiedade, caso não seja tratada, pode virar um ciclo vicioso de problemas. As falhas sexuais podem gerar perda de confiança sexual, medo crescente e fuga de experiências sexuais que, no final, levam a uma maior probabilidade de novas falhas.
Sobre a depressão, o artigo comenta que “dados de estudos populacionais demonstram uma associação transversal entre sintomas depressivos e a disfunção erétil e, entre os homens que procuram atendimento médico para disfunção erétil, a depressão está significativamente associada a uma maior gravidade do comprometimento da função erétil”.
Dessa forma, os fatores emocionais influenciam muito no sexo. Obviamente que se deparar com o problema uma vez ou outra é normal, a questão surge quando é recorrente e não é tratada. Nesses casos, é fundamental encontrar uma solução para impotência masculina. Negligenciar é a pior opção.
Impotência masculina tem cura?
Afinal, essa é sempre a pergunta que surge. O artigo acadêmico “Psychological impotence: Psychological erectile dysfunction and erectile dysfunction causes, diagnostic methods and management options” comenta sobre o assunto.
“A disfunção erétil psicológica é frequentemente temporária em natureza. Ela cura automaticamente no devido tempo. Conforme o tempo passa, a importância do incidente alivia e, portanto, ajuda o paciente a voltar ao estado normal”, relata o trabalho.
Entretanto, isso não deve ser motivo para não procurar um médico para impotência masculina. A ajuda de um profissional é importante para que a questão seja solucionada o mais rápido possível. Afinal, existe tratamento para impotência masculina, então, não há motivo para evitá-la.
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Terapia para impotência masculina
Como parte do problema decorre de fatores emocionais, a figura do psicólogo torna-se presente na solução. O acompanhamento psicológico, assim, é imprescindível na melhora do caso.
A Sociedade Brasileira de Urologia aponta que o foco da terapia sexual deve ser o conforto sexual e o prazer. Priorizar a melhora do desempenho não é uma das prioridades no tratamento de impotência masculina.
“A eficácia da terapia depende de focar no prazer, reduzir a ansiedade, diminuir a ênfase no ato sexual e promover consciência das sensações sexuais. Podem otimizar os resultados: vínculo terapêutico e motivação/suporte da(o) parceira(o), estabelecimento de metas para o paciente e sua(seu) parceira(o)”, comenta o órgão.