A insônia crônica acomete de 3,9% a 22% dos adultos e é o distúrbio do sono mais frequente. Saiba o que é insônia crônica e os seus principais sintomas.
A maioria das pessoas já sentiu os efeitos que uma noite mal dormida ou o que não dormir uma noite inteira causa no dia seguinte. Esse é um pesadelo para mais de 40% dos brasileiros, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A insônia se caracteriza por dificuldade em iniciar o sono, ou por acordar durante a noite com dificuldade para voltar a dormir com consequências no dia seguinte. Segundo o Manual MSD, “cerca de 10% dos adultos sofre de insônia de longa duração (crônica) e 30 a 50% sofrem de insônia em algum momento”.
O Manual MSD listou as seguintes causas para o problema:
- Maus hábitos de sono, como consumir bebida com cafeína à tarde ou à noite, fazer exercícios tarde da noite, ou ter um horário irregular de sono-acordado;
- Problemas de saúde mental, particularmente de humor, ansiedade e transtornos de abuso de substâncias;
- Outros problemas, como problemas cardíacos e pulmonares, doenças que afetam os músculos ou os ossos, ou dor crônica;
- Estresse, como aquele devido à hospitalização ou perda de um trabalho (chamado insônia de ajuste);
- Excesso de preocupação com a falta de sono e outro dia de fadiga (chamado de insônia psicofisiológica).
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Porém, um quadro mais grave desse distúrbio pode atingir cada vez mais pessoas hoje em dia. É a chamada insônia crônica.
O que é insônia crônica?
A ICSD-3 (International Classification of Sleep Disorders) define a insônia crônica quando um ou mais dos seguintes sintomas ocorrem pelo menos três vezes por semana, durante três meses:
- dificuldade para iniciar o sono;
- dificuldade para mantê-lo;
- acordar mais cedo do que o desejado;
- resistência para deitar num horário razoável;
- dificuldade para dormir sem um parente ou um cuidador.
“Estudos multinacionais mostram que a prevalência de insônia crônica entre os adultos varia de 3,9% a 22%, a depender da definição adotada. Quando usamos a classificação ICSD-3, a prevalência oscila entre 9% e 12%”, informa o portal do Dr. Drauzio Varella.
Causas da insônia crônica
Esse transtorno do sono pode ter causas psiquiátricas, como ansiedade, depressão, uso de medicamentos em longo prazo e bebida alcoólica. Mas os fatores biológicos também podem causar esse distúrbio.
Sabe-se que a doença pode estar associada á depressão e ansiedade, seja como causa ou consequência da insônia crônica.
Consequências da insônia crônica
- Irritabilidade;
- Alterações de humor;
- Sonolência constante;
- Problemas de memória;
- Dificuldade de concentração;
- Problemas ao se relacionar;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Estresse;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Complicações cardiovasculares;
- Entre outros.
“Para quem tem insônia esporadicamente, o problema costuma gerar consequências pontuais como cansaço, mau humor e sonolência durante o dia. Já quando a insônia é crônica e não recebe o tratamento adequado, os efeitos podem ser mais graves, resultando em problemas de memória e concentração, depressão e irritabilidade. Os pacientes de insônia crônica também podem ficar mais vulneráveis a sofrer acidentes por falta de atenção”, informa o Hospital 9 de Julho.
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Tratamento para insônia crônica
Existem alguns tipos de tratamentos indicados para a insônia crônica. A mudança de hábitos é o primeiro caminho. O neurocientista Matthew Walker dá cinco dicas para dormir bem, dentre elas, dormir no escuro e manter horários regulares de sono.
Medicamentos prescritos por médicos especialistas também podem auxiliar no tratamento, principalmente nos casos de insônia crônica. Além disso, a psicoterapia é altamente indicada, principalmente para os casos atrelados à depressão, estresse, ansiedade e outras causas de origem psiquiátrica.