Provavelmente, você já deve ter visto a sigla LGBTQIAP+. Entretanto, você sabe o que realmente significa? Basicamente, ela procura contemplar todos os segmentos da chamada diversidade sexual.

Aliás, vale ressaltar que tais segmentos foram, principalmente, definidos pelas ciências biomédicas e sociais, e sofreram diversas alterações no decorrer dos anos. Então, que tal entender realmente a extensão da sigla?

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Evolução da sigla ao longo do tempo

Na década de 1990 a sigla mais utilizada pelos movimentos em defesa dos homossexuais era a GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). Entretanto, com o crescimento do movimento contra a homofobia, a sigla GLS foi logo alterada para GLBS (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Simpatizantes).

Porém, no sentido de se adequar melhor aos segmentos que fazem parte da chamada diversidade sexual, a sigla foi mudada para GLBT. Essa última inclui a categoria dos transgêneros (travestis, transexuais, transformistas, cross-dressers).

Ainda, para dar maior visibilidade ao movimento lésbico, ao final da primeira década do século XXI, a sigla passou a ser LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgêneros/Travestis). Atualmente, a sigla mais utilizada é LGBTQIAP+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/Transgêneros/Travestis, Queer, Intersexual, Assexual, Pansexual).

As letras do LGBTQIAP+

Lésbica

De forma simples, podemos considerar como lésbica aquela mulher (cis ou trans) que é atraída afetivamente e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero (cis ou trans).

Embora a homossexualidade masculina tenha sido documentada – mesmo que de forma controversa – as mulheres sofreram com a falta de visibilidade. Aliás, muitos as consideravam parceiras passivas em encontros sexuais, ou seja, não sendo possível ocorrer desejo e interesse entre mulheres.

Entretanto, com o desenvolvimento dos estudos de sexologia, bem como os movimentos feministas na Europa e nos Estados Unidos no século XX, o lesbianismo tornou-se mais reconhecido.

Gay

Na língua portuguesa, o termo “gay” é geralmente usado para designar o homem homossexual. Trata-se, então, do homem (cis ou trans) que é atraído afetivamente e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero (cis ou trans).

O uso do termo gay como sinônimo de homossexual vem da língua inglesa, que quer dizer “alegre”. Trata-se de um significado positivo que muitos homossexuais, ao longo do século XX, elegeram para designar a si mesmos. Aliás, alguns consideravam ser melhor dizer gay do que homossexual.

Entretanto, o termo “homossexual” surgiu com uma conotação negativa. Esse foi um termo imposto no século XIX pelas ciências biomédicas para designar quem sofria um “desvio” patológico.

A partir da década de 1960, com o advento da Revolução Sexual, o termo “gay” começou a se popularizar. No entanto, chegou ao Brasil somente por volta da década de 1970.

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Bissexual

A bissexualidade é uma orientação sexual na qual a pessoa sente atração física e emocional, e possui vontades sexuais com ambos os sexos. Entretanto, ainda existe um estigma que essas pessoas estão confusas.

Porém, não devemos ter nenhuma dúvida de que a bissexualidade é algo real. Aliás, diversas pesquisam demonstram que não existe essa desorientação. Nesse sentido, os estudo apontam que os bissexuais olham, aproximadamente, o mesmo tempo para imagens dos dois sexos.

Transexual

Trata-se da pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. A terminologia é utilizada para descrever pessoas que transitam entre os gêneros.

Desse modo, o termo é utilizado como um “guarda-chuva”, que abrange uma gama de identidades e expressões de gênero que podem estar fora da daquilo que é considerado convencional.

LEIA MAIS: Parada do Orgulho LGBTQIAP+: como surgiram pelo mundo?

Queer

De forma geral, é utilizado para pessoas que não se encaixam nas ideias tradicionais de gênero ou sexualidade. Desse modo, percebem que a rotulação restringe a amplitude e a vivência da sexualidade.

Basicamente, o queer questiona as noções de dualidade. Nesse sentido, indaga relações como: sexo-gênero, masculino-feminino, ativo-passivo, homossexualidade-heterossexualidade, normal-patológico, jovem-idoso, homem-animal e natureza-cultura.

Intersexual

Trata-se de um termo genérico para descrever pessoas que nascem com diferentes tipos de variações biológicas em suas características sexuais, ou seja, que não se encaixam nas típicas definições de feminino ou masculino.

As diferenças podem envolver os genitais, os hormônios e os cromossomos. Assim, intersexo são todas aquelas pessoas nas quais os fatores que definem o sexo biológico – cromossomos, gônadas, hormônios e órgãos externos e internos – está variado em condições diversas.

Dessa forma, é difícil realizar a classificação binária de seu sexo biológico (em sexo feminino ou sexo masculino). Aliás, a medicina já mapeou mais de quarenta estados de intersexualidade.

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Assexual

Uma pessoa assexual experimenta pouca ou nenhuma atração sexual. Entretanto, isso não significa que ela não pratique sexo, beije e abrace em nenhuma circunstância. Inclusive, ela pode ter atração romântica por outro indivíduo, bem como gostar de toques e ter o desejo de estar em um relacionamento afetivo.

Hoje, a assexualidade é compreendida como um amplo espectro que reúne diversos níveis de ausência de atração sexual e romântica. Portanto, devemos ter cuidado antes de fazer afirmações.

Aliás, a atração romântica é diferente da atração sexual. A primeira diz respeito ao desejo de ter um relacionamento amoroso e praticar atos românticos, enquanto a segunda está ligada à vontade de ter contato sexual com outra(s) pessoa(s).

Pansexual

Os pansexuais não se limitam apenas ao gênero masculino ou feminino – ou a qualquer determinada orientação sexual. Por exemplo, podem se relacionar com transgêneros ou os agêneros (pessoas que não se identificam com nenhum dos gêneros).

Em suma, os pansexuais se atraem por todos os gêneros sexuais, sem distinção e não se limitam à binariedade de gênero homem/mulher. O conceito considera a atração por pessoas.

LEIA MAIS: Como está a saúde mental da população LGBTQIAP+?

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Desde que me formei em Psicologia em 2002, já iniciei meus atendimentos em consultório, onde estou até hoje. Logo em seguida fiz cursos na área clínica em Gestalt-Terapia e Psicoterapia Existencial. Dediquei-me também aos estudos de mestrado e doutorado voltados a Psicologia Social, Sexualidade e Envelhecimento. Além disso, sou plantonista voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) desde 1998, prestando apoio emocional, psíquico e prevenção do suicídio. É importante mencionar que atuei cinco anos como Psicólogo Clínico no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Quando solicitado, palestro em escolas, ONGs, etc. Em 2013 lancei o livro "Travestis Envelhecem?" e em 2017 o meu segundo, intitulado "Homofobia Internalizada: o preconceito do homossexual contra si mesmo" ambos pela editora Annablume. Atuo como Psicólogo voluntário em uma ONG que presta amparo ao LGBTQIAP + idoso dentre outras. Também leciono no Centro Universitário São Roque. Atendimento a partir dos 18 anos de idade.

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