A palavra melancolia pode ser usada para descrever uma situação, um objeto e até uma pessoa. No entanto, serve para designar o estado em que determinada pessoa se encontra. Assim, também pode ser usada para caracterizar um tipo de transtorno depressivo: a depressão melancólica.
São diversos tipos de depressão existentes. Entretanto, a depressão melancólica é um dos tipos que surgem sorrateiramente, muitas vezes, sem o indivíduo perceber seus sinais. Viver na melancolia é característico de muitas pessoas, contudo, é de gozar-se estar nesse estado.
Porém, viver em profunda melancolia pode ser maléfico. Apesar da condição levar a uma introspecção saudável, seu excesso pode ocasionar o surgimento de um transtorno depressivo.
O que é a melancolia?
A melancolia é a felicidade de estar triste. Ela não é necessariamente uma tristeza, apesar de ser amplamente confundida. Aliás, muitas pessoas procuram tratamento para melancolia, mas não sabem do que estão indo atrás.
Para Freud, a melancolia pode ser uma reação humana em decorrência da perda de um objeto amado, como o luto. Entretanto, trata-se de uma perda de natureza mais ideal, ou seja, seria como se fosse retirado algum objeto da consciência do indivíduo.
Contudo, a melancolia, então, apresenta alguns sinais claros na condição da pessoa, como um abatimento mental e físico. Logo, se em um estado melancólico, parecemos perdidos, sem demonstrar interesse em nada. Isso, por sua vez, é perigoso, pois o prolongamento disso pode desenvolver sérios problemas, como a depressão.
O que é a depressão melancólica?
“É melancolia ou depressão?” Essa é uma pergunta honesta que pode surgir, afinal, por conta da terminologia, é fácil confundir o que a melancolia realmente é. Como o nome indica, trata-se de depressão. Entretanto, é importante ser mais específico do que isso. A depressão melancólica é uma forma de transtorno depressivo maior que se apresenta com características melancólicas.
Dessa forma, a depressão melancólica é um tipo depressivo e conta com aspectos de melancolia, que a diferencia dos demais. O prazer em se sentir triste e a busca pelo contato com os sentimentos tristes são características desta condição.
Na depressão melancólica, além dos sintomas típicos da depressão, é característico o estado de ânimo marcado por uma tristeza profunda e duradoura, com uma qualidade de desesperança e desamparo que é característica dessa forma específica de depressão.
A pessoa pode sentir um prazer paradoxal em se afundar nos próprios sentimentos tristes, buscando intensamente esse contato com a tristeza como forma de vivenciar sua dor emocional.
Melancolia, depressão e causas
Não é possível apontar qual é o fator determinante para o desenvolvimento da depressão melancólica. Entretanto, o seu resultado, geralmente, não é produto de algum evento específico.
Acontecimentos positivos na vida da pessoa não resultam numa melhora do quadro, o que indica a não influência da causalidade na doença. Nesse sentido, é possível observar alguns fatores que podem ser os responsáveis por tal, principalmente de origem biológica. Então, causas hereditárias e disfunções na química cerebral ou dos hormônios são os principais suspeitos.
Sintomas
Reconhecer os sinais da condição é fundamental. Dessa forma, somente assim será possível compreender o que está acontecendo e buscar ajuda profissional para solucionar o que está acontecendo.
O artigo “Depressão melancólica e depressão atípica: aspectos clínicos e psicodinâmicos” traz os sintomas da melancolia depressiva e trata o paralelo com o transtorno depressivo maior. Além disso, elenca algumas condições para a sua ocorrência.
“Durante um episódio depressivo maior ocorrem quatro dos seguintes sintomas, dentre os quais necessariamente estarão presentes a ou b, como segue:
a) perda do prazer por quase todas as atividades
b) ausência de reatividade aos estímulos agradáveis
c) relato de uma qualidade distinta do humor depressivo
d) humor deprimido sendo mais intenso pela manhã
e) despertar na madrugada (insônia tardia)
f) retardo psicomotor ou agitação psicomotora
g) perda significativa do apetite e do peso corporal
h) culpa excessiva”.
O diagnóstico da depressão melancólica
O diagnóstico da melancolia patológica começa com uma avaliação inicial da situação. Dessa forma, ele irá realizar algumas perguntas para aferir como está a condição do paciente, ou seja, verificar qual a natureza, gravidade e duração dos sintomas.
Ainda, é possível que seja examinada a saúde física, além de serem necessários alguns exames, como o de sangue. Tais testes são feitos para procurar outras possíveis fontes do problema e excluir demais doenças.
Como tratar depressão melancólica?
Para o tratamento para depressão melancólica é necessário uma abordagem multidisciplinar. Dessa forma, a figura do psiquiatra e do psicólogo aparecem para ajudar na recuperação do paciente em questão.
Por conta dos distúrbios de ordem biológica, o psiquiatra será o responsável por prescrever remédios para estabilizar a situação no organismo. Já o psicólogo, realizará um trabalho para compreender as origens dos problemas que afligem a pessoa e irá empoderar o indivíduo com recursos para lidar com eles.
Caso suspeite que você ou alguém próximo possa ter depressão melancólica, procure um psicólogo ou psiquiatra de sua preferência para realizar o diagnóstico. E, caso precise de tratamento, saiba que a terapia é uma das mais importantes formas de tratamento.