Ultimamente, as formas de relacionamento têm sido questionadas. Divórcios e separações não chocam tanto como antes. A virgindade e a prostituição não são tabus. Trocas de casais e relações liberais estão sendo cada vez mais frequentes.
Entretanto, na sociedade sólida (antes da década de 1960) as relações eram mais estáveis. Havia a formação clássica da família: pai, mãe e filhos. Então, esses últimos iriam crescer e ter seus próprios filhos, renovando assim o sistema vigente das novas gerações. O núcleo da família tradicional burguesa estava garantido, bem como a transmissão de suas heranças e valores morais.
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Porém, há cerca de 60 anos, a pílula anticoncepcional começou a ser usada e a mulher passou a ter mais poder sobre seu corpo. Nesse sentido, não tinha mais filhos em demasia e passou mais tempo trabalhando fora de casa.
Valores sociais passaram a ser questionados pelas muitas mudanças que foram acontecendo desde então. O movimento hippie, a Guerra do Vietnã, as revoluções socioculturais, o rock e música disco, maio de 1968, os movimentos feministas fortalecidos, o cinema, a televisão, o homem na Lua e a Guerra Fria são apenas alguns exemplos.
O padrão humano
É verdade que antes as relações eram mais hipócritas, pois tentavam se enquadrar em um único padrão que regia a sociedade. Na realidade, o comportamento humano é motivado pela busca do prazer e evitação do desprazer. Portanto, a energia sexual, quando estimulada, torna-se muito poderosa.
Sendo assim, o corpo bem cuidado vai receber atenção, elogios, aceitação, reconhecimento e aprovação do outro, que está sempre examinado e avaliando se ele se enquadra ou não nas normas impostas.
Atualmente, o mercado e a sociedade associam valores subjetivos a valores estéticos. Desse modo, a beleza externa nada mais é do que o reflexo direto da existência de uma beleza interna correspondente. Músculos bem torneados, firmes e definidos acabam “representando” uma qualidade inerente ao ser.
Nesse sentido, a associação feita entre o cuidado com o corpo e a sexualidade humana provoca nas pessoas excesso de autoerotismo, narcisismo, individualismo, competitividade, sensualidade e hedonismo.
As novas formas de relacionamento
Na atualidade, não existe mais a “obrigação” de exclusividade para as relações monogâmicas. As pessoas estão mais independentes e podem formar suas ligações da maneira que acharem melhor. Relações abertas, trisal e o poliamor estão ganhando espaço.
Há certa liberdade para as pessoas constituírem o tipo de relação que desejarem. As religiões e costumes já não têm tanto peso como antigamente. O sexo não é mais visto como exclusivamente voltado à procriação e formação das famílias tradicionais. As pessoas se relacionam por diversos motivos na atualidade.
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As “novas” formas de relacionamento podem ser homossexuais, heterossexuais, bissexuais ou pansexuais. O que deve ser muito claro é como isso deve ser acordado entre as partes envolvidas.
Aliás, o que é uma relação? O que se espera? Qual é o limite estabelecido consensualmente? Em quais momentos será mais sexual ou afetivo? No entanto, deve haver clareza para que ninguém sinta frustração ou seja enganado. Caso contrário, isso é violência e abuso.
Conforme o ditado popular: o combinado não sai caro. Tudo deve ser conversado e clarificado, sempre de forma madura para que não haja ciúmes e sofrimentos. As partes precisam ser envolvidas de maneira adulta e construtiva para que todos sejam felizes, seja à dois, três, quatro ou até mais. Invente sua própria relação, desde o tradicional até o liberal.