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Saiba o que é o bullying e como o problema pode afetar a todos!

o que e bullying

43% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem ou já sofreram algum tipo de bullying, segundo pesquisa da ONU divulgada em 2016. Saiba o que é o bullying!

Relembrar casos de bullying não é uma tarefa difícil: seja pelo próprio histórico pessoal, de conhecidos ou familiares, como também pelas tristes notícias que estampam os jornais cada dia mais. Um dos casos mais famosos foi o massacre de Columbine, em que dois adolescentes vítimas de bullying, planejaram o ataque à escola em que estudavam no Colorado, Estados Unidos, e mataram 12 alunos, 1 professor e deixaram 21 vítimas. No final do ataque, os dois garotos cometeram suicídio.

Por que esses casos acontecem? Por que ouvimos mais e mais sobre o assunto? Sofrer bullying não é novidade e muito menos assunto restrito a esse século. Esses comportamentos violentos ocorrem há anos, porém só recentemente eles passaram a ter mais espaço para debates e campanhas, visto que suas consequências estão cada vez mais enraizadas na sociedade e provocam casos cada vez mais violentos.

O que é Bullying?

O bullying é uma forma de violência manifestada através de humilhação, agressão, desrespeito, terror psicológico, assédio e medo constantes. Os agressores geralmente escolhem suas vítimas por diversos motivos com o intuito de usá-las com objeto de diversão e soberania. Mas o que significa a palavra bullying? O termo oriundo da língua inglesa está na raíz “bully”, cuja tradução é “valentão” ou “brigão”. Portanto, “bullying”, é o comportamento realizado por um ou mais agressores, ou seja, o “bully”, com o objetivo de realizar atitudes violentas de cunho físico ou psicológico com suas vítimas.

Segundo uma pesquisa realizada pelas Nações Unidas em 2016, de 100 mil crianças e jovens de 18 países, metade deles sofreu algum tipo de bullying. O bullying no Brasil já chega a 43%. “essa é uma experiência danosa, apesar de evitável, para muitas crianças no mundo. Não importa como seja definida, as pesquisas internacionais recentes com crianças relatam uma taxa entre 29% e 46% de crianças alvo de bullying nos países estudados”, informa o estudo

Quem são as pessoas envolvidas no bullying?

  • O Agressor – pessoa que pratica a ação, podendo ser um ou mais;
  • Vítima Provocadora – a vítima que revida as agressões tentando se proteger, mas só piora a situação;
  • Vítima Agressora – a vítima começa a ser agressiva com outras pessoas mais vulneráveis que não estão envolvidas com a situação;
  • Vítima Típica – é a vítima que sofre as agressões e não revida.

Tipos de bullying

Engana-se quem acredita que o problema só se manifesta de forma verbal ou física. A violência contra a vítima gera grandes traumas emocionais e psicológicos devido à exclusão social, violência, humilhação e solidão. Em “Bullying – Mentes perigosas nas escolas”, livro da médica brasileira Ana Beatriz Barbosa da Silva, a autora responde em uma lista com cinco formas desta violência. Vamos à elas:

Verbal

  • Insultar;
  • Ofender;
  • Xingar;
  • Fazer gozações;
  • Colocar apelidos pejorativos;
  • Fazer piadas ofensivas.

Bullying Físico

  • Bater;
  • Chutar;
  • Espancar;
  • Empurrar;
  • Ferir;
  • Machucar;
  • Beliscar;
  • Roubar, furtar ou destruir pertences da vítima;
  • Atirar objetos contra a vítima;

Psicológico

  • Irritar, humilhar e ridicularizar;
  • Excluir;
  • Isolar;
  • Ignorar e desprezar;
  • Discriminar;
  • Aterrorizar e ameaçar;
  • Chantagear e intimidar;
  • Tiranizar;
  • Dominar;
  • Perseguir;
  • Difamar;
  • Fazer intrigas e fofocas.

Sexual

  • Abusar;
  • Violentar;
  • Assediar;
  • Insinuar.

Virtual

Também conhecido como “cyberbullying”, esse é um dos maiores exemplos de tipo de bullying que mais cresce em quantidade de casos e, consequentemente, vítimas.  Antes, o problema era restrito à um só ambiente, como a escola. Porém, com o advento das tecnologia, a vida social escolar se expande para outros lugares e, a todo o tempo. Ou seja, as barreiras físicas e temporais dessa violência foram quebradas e, hoje, quando a vítima do bullying na escola sai dessa esfera, ela também é atacada via redes sociais quando chega em casa.

Consequências do bullying

Pessoas que sofreram bullying, seja o tipo que for, carregam marcas para toda a vida. É claro que, com o acompanhamento psicológico adequado, esses traumas são trabalhados e tratados, mas muitas vítimas podem desenvolver grandes problemas psicológicos. Uma das consequências são os sintomas psicossomáticos que aparecem de forma constante e intensa por um longo período de tempo. Dentre eles, estão a cefaleia, falta de concentração, diarreia, insônia, tremores, tensão, entre outros.

Ele também pode causar transtorno do pânico, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Se o caso não for tratado de forma adequada, ele pode evoluir e levar a vítima à morte por meio do suicídio ou homicídio.

Como identificar se o seu filho sofre bullying? Saiba mais aqui!

Como combater o bullying

O combate ao bullying teve início de forma ampla e intensa na década de 90 após uma densa pesquisa do pesquisador norueguês Dan Olweus, da Universidade de Bergen, e a publicação de seu livro “Bullying at School”. Isso gerou grande repercussão e campanhas contra essa violência foram criadas, o que diminuiu o problema em 50% em pouco tempo.

Uma das principais formas de conduzir e derrubar as práticas é a participação ativa das escolas na conscientização e preparação de professores aptos para identificar a violência entre os alunos. Porém, no Brasil, ainda pecamos no incentivo de preparo de profissionais para amparar os alunos que demonstram algum tipo de problema. “Essa situação se deve em parte ao desconhecimentos, mas, sobretudo, à omissão, ao comodismo e a uma dose considerável de negação da existência do fenômeno”, explica Ana Beatriz Barbosa Silva.

A base familiar é vital. A família e pessoas próximas precisam conviver com os filhos e sempre apostar na comunicação, diálogo e espaço para eles se expressarem. “Antes de repreender os filhos, é preciso ouvi-los com sincera disposição de ajudá-los”, aponta Barbosa Silva.

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