A procrastinação é o ato de adiar tarefas, compromissos ou situações. No entanto, ela pode ser causada por algumas variáveis que influenciam no comportamento de evitar ou postergar algo.
O ator de procrastinar muitas vezes pode ser confundido com preguiça, falta de caráter, falta de vergonha na cara, imaturidade ou até mesmo irresponsabilidade. Logo, todos esses termos, são ideias que as pessoas criaram para tentar compreender quando alguém adia suas tarefas e/ou compromissos.
Contudo, não é que não existam pessoas que procrastinam por preguiça ou qualquer um desses motivos acima, porém, na grande maioria das vezes, esses motivos são as hipóteses menos prováveis.
Como ocorre a procrastinação?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a procrastinação não acontece somente nos ambientes acadêmicos e profissionais. Pessoas também podem procrastinar em diferentes contextos como por exemplo os exercícios físicos, resolução de problemas financeiros, tarefas domésticas, decisões importantes na vida etc.
Sendo assim, observando alguns cenários citados acima, podemos observar alguns dos exemplos e tentar compreendê-lo mais a fundo.
Exemplo: procrastinação na resolução de problemas financeiros
Uma pessoa procrastina para resolver problemas financeiros sempre e, um dos motivos que faz essa pessoa adiar essa decisão é o simples fato de que resolver aquele problema financeiro pode envolver dizer não para as vontades de seu cônjuge.
Dessa forma, a procrastinação nesse caso envolve saber se comunicar e lidar com emoções. Logo, uma das causas é a dificuldade em se comunicar e lidar com as emoções.
Sendo assim podemos chegar a conclusão de que cada pessoa tem seus recursos e habilidades para lidar com as tarefas cotidianas e isso influencia no quanto a pessoa acaba procrastinando. Ou seja, é o quanto ela se vê preparada para lidar com questões simples do cotidiano que influenciam em seu comportamento de procrastinação.
Causas da procrastinação
Outras questões que fazem as pessoas procrastinarem, por exemplo, são crenças ou sentimentos que causam reações fisiológicas. Vamos ao seguinte exemplo: uma pessoa suspeita de um sinal no seu corpo e pensa que pode estar com uma doença grave, o fato de pensar em estar doente já se torna um gatilho para que essa pessoa sinta ansiedade.
Esse pensamento faz com que ela imagine situações em que esteja doente, como seria a vida com aquela doença específica, ou seja, a ansiedade apareceu. Logo, é mais fácil evitar ir ao médico e deixar esse pensamento de lado, procrastinando como uma forma de evitar sentir ansiedade agora.
Tratando-se das crenças, existem algumas que são mal adaptativas das pessoas sobre si ou sobre a vida e que influenciam no comportamento de procrastinação. Todas elas são disfuncionais e carecem de tratamento para que a pessoa consiga ressignificá-las e superá-las.
Algumas pessoas, por exemplo, acreditam que é “um total fracasso”. Sendo assim, para alguém que acredita que é uma fraude, em todas as coisas que ela se propor a fazer vai acreditar que nada irá sair como deveria sair, sentindo-se insuficiente.
Por que tendemos a adiar nossos afazeres?
A dificuldade em gerir o próprio tempo é um dos fatores que influenciam bastante na procrastinação, afinal as pessoas acabam tendo uma certa dificuldade em fazer as atividades que se propõem para fazerem durante o dia.
Essa questão de ter dificuldade para fazer aquilo que você se propõe a fazer é compreensível do ponto de vista da neuroplasticidade cerebral. Isto é, a capacidade do cérebro de se adaptar.
Quando alguém se propõe a fazer, por exemplo, uma atividade física como uma simples caminhada de 3km todos os dias, ela vai gastar um certo tempo e gasto energético para isso. Assim, o cérebro dessa pessoa vai ver essa atividade como algo trabalhoso no início, afinal, é um desafio que está sendo inserido na rotina.
Porém, após algumas semanas fazendo essa caminhada de 3km todos os dias, o cérebro dessa pessoa começa a acostumar-se com a ideia do tempo gasto. Dessa forma, os 30 minutos minutos gastos ali se tornam aceitáveis dentro da rotina.
Como aprender a não procrastinar?
A procrastinação, ou melhor, a produtividade que é o contrário dessa procrastinação, pode ser treinada e desenvolvida como um músculo desde que o cérebro humano seja estimulado para isso.
Para aprender a não procrastinar é necessário pensar em quais passos é preciso dar para chegar até a rotina que seria funcional e ideal. Dessa forma, o tratamento com um psicólogo permite que a pessoa desenvolva o autoconhecimento necessário e consiga sentir-se bem para fazer aquilo que se propõe a fazer.