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Por que odiamos ouvir música de Natal em novembro?

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Jingle Bell é só em dezembro! Entenda o motivo de ouvir música de Natal antes da hora pode ser insuportável!

É só chegar o fim de ano que a frase “o ano passou voando” toma conta. Pode parecer estranho, mas a sensação fica cada vez mais recorrente conforme o tempo passa e ela pode ser explicada pela psicologia e pela neurociência. É que, mesmo que o tempo seja o mesmo para todo mundo, cada qual percebe sua passagem de forma diferente. Existem diversas explicações para isso, seja a própria idade, a rotina maçante ou o uso desenfreado dos aparatos tecnológicos. Todos esses aspectos intensificam a sensação de o tempo passar mais rápido.

A sociedade de consumo também impulsiona esse sentimento e o faz chegar cada vez mais rápido, prolongando as compras e, consequentemente, o lucro. Os shopping center e lojas dão a largada para que os enfeites e decoração tomem conta logo em novembro, e o gatilho para a sensação de que o ano chegou ao fim vem com as músicas de natal.

O Natal é uma época para celebrar o amor, a gratidão e a alegria. É o período em que as famílias se reúnem e os sentimentos positivos são compartilhados. Mesmo que você seja o tipo de pessoa entusiasmada com essa época do ano, as músicas natalinas têm um efeito negativo no cérebro e na percepção do tempo, abrindo alas às doenças mentais. Em entrevista ao Mental Floss, a psicóloga Linda Blair explica a relação das canções de natal com a tristeza de fim de ano. “É um lembrete de que nós temos que comprar presentes, receber pessoas, organizar celebrações. Algumas pessoas vão reagir a isso fazendo compras por impulso, o que agrada o comércio. Outras acabam apenas saindo da loja. É um risco”, explicou a especialista.

Ouvir músicas natalinas evoca o estresse de fim de ano. Além da pressão para comprar presentes, organizar celebrações, amigos secretos e outras tradições natalinas, também paira a reflexão das promessas de fim de ano não cumpridas.  Isso é muito comum, já que muitas pessoas, por estarem tão afogadas na rotina, acabam não se planejando, premissa básica para que os planos saiam do papel. É no dia 1 de janeiro que esse processo retorna. Seja com as superstições de ano novo ou com as resoluções, todo mundo nutre a esperança de que a noite de ano novo será mais propícia para que todos os objetivos se realizem nos próximos 365 dias.

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A  depressão de fim de ano também é uma grande inimiga das promessas não cumpridas que as músicas natalinas despertam. Dentre os sintomas iniciais da depressão estão o cansaço extremo, alterações no sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, angústia e outros fatores que alteram muito o dia-a-dia e a saúde de quem sofre com a doença.

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Uma pesquisa com mais de mil participantes chegou a conclusão de que 23% dessas pessoas odeiam a música natalina acima de qualquer outra coisa no período das festividades de final de ano, batendo até ganhar presentes ruins. Em 2014, 36% dos pesquisados afirmou que  já chegaram a sair de uma loja quando as canções natalinas começaram a tocar.

Seja você um dos entusiasmados com o natal ou um dos perfeitos reclamões a lá Grinch, existe apenas um consenso: as músicas natalinas não fazem bem à nossa mente. É claro que você pode cantar e festejar com elas, mas ouvi-las demais e precocemente faz surgir todos os sentimentos citados acima. A cantora Simone, símbolo das músicas natalinas brasileiras, ao cantar, questiona “então é Natal, e o que você fez?”, e é justamente nessa canção inocente que mora o perigo.

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