A orientação vocacional é muito mais que testes de aptidão. É um processo profundo de autoconhecimento!
Desde criança ouvimos a seguinte pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”. Quando pequenos, costumamos responder tudo aquilo que a imaginação permite, pois só se leva em consideração o gosto pessoal e o desejo de fazer aquela atividade todos os dias. Mas, conforme o tempo passa e a imaginação deixa de ser a principal força de nossas vontades, a pressão para a escolha racional de uma profissão começa a pesar.
É na fase da adolescência que o sentimento, na maioria das vezes agoniante, de descobrir a profissão que melhor se encaixa com o perfil toma conta. Agora, a inocente pergunta dos adultos “o que você quer ser quando crescer” toma outro aspecto, um de cobrança, de julgamento, de expectativa. As demandas que a sociedade faz nesses jovens é uma das causadoras do alto índice de estresse, ansiedade e depressão.
Os vestibulares como exames admissionais no Ensino Superior datam de 1911, fazendo com que a valorização e expectativas sob o Ensino Médio crescesse, moldando o aluno não para o aprendizado, propriamente dito, mas sim para memorizar e estar apto para uma prova específica. Isso gera grande estresse por parte dos alunos que desejam ingressar no ensino superior e, assim, ter uma carreira no futuro.
Alguns já têm uma noção de qual profissão escolher. Outros, não fazem ideia do que fazer. Para ambos os casos, a orientação vocacional é de grande ajuda!
Ao professor e reformador social Frank Parsons foi um dos pioneiros no trabalho da orientação vocacional sendo o seu livro “Choosing a Vocation”, considerado por muitos, o marco inicial da Orientação Vocacional contemporânea. Ele acreditava que a escolha profissional era essencial para a promoção humana e social.
Autoconhecimento
A orientação vocacional vai além da aplicação de testes de aptidão. É um processo em que o especialista, em geral um psicólogo ou coach, auxilia o paciente no desenvolvimento de autoconhecimento. “Se tiver feito uma escolha desconectada com os próprios propósitos, a pessoa pode se sentir forçada a permanecer trabalhando com aquilo por falta de outra oportunidade, o que causa sofrimento e até adoecimento. Só com o autoconhecimento é possível fazer escolhas bem-feitas”, explica Fernando Aguiar, mestre em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) em entrevista para o Correio Braziliense.
A orientação profissional parte desse princípio: promover uma reflexão profunda dos pontos fortes e fracos, objetivos, desejos, habilidades, traços de personalidade e o que realmente leva prazer à pessoa. Após o início desse processo de autoconhecimento, é preciso saber quais as áreas que mais despertam a atenção e quais delas coincidem com as reais habilidades do profissional.
Os testes de aptidão costumavam ser amplamente utilizados , principalmente em escolas. A série de perguntas objetivas seguia um padrão e profissões pré-selecionadas. Mas, por não ser um teste voltado para o histórico individual de cada indivíduo e não levar em consideração a personalidade de cada um, os psicólogos passaram a utilizá-lo com menos frequência. Quando usado, está sempre atrelado aos processos de reflexão e autoconhecimento citados acima.
Descubra também em nosso blog, como a psicologia pode auxiliar na escolha da carreira.
Pesquisa
Outra função dos orientadores é auxiliar o paciente a pesquisar profundamente cada área de atuação e as profissões de interesse, pois muitas desistências de cursos estão, na maioria das vezes, atreladas a falsas expectativas que o ingressante nutria antes de iniciar o curso. A frustração acontece porque, na hora de decidir qual profissão seguir, muitas pessoas levam em consideração apenas o que gostam e esquecem das aptidões. Ou não pesquisam a rotina que a profissão exige e nem a demanda de trabalho.
Salário
Nesse quesito, a frustração pode ser uma das fomentadoras da desistência da profissão escolhida ou de uma vida profissional infeliz. A dúvida de
qual carreira seguir é intimamente ligada à questão financeira, já que uma das premissas do trabalho é a aquisição de dinheiro.
Um dos lados frustrantes da escolha da profissão está baseada nas falsas ilusões: alguns pensam que, escolhendo uma carreira que ama, o dinheiro é secundário. Isso pode ser verdade para algumas pessoas, mas para outras, a falta de dinheiro pesa. Por isso, pesquisar quanto a profissão desejada ganha é de suma importância para evitar desesperos futuros.
Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), existem mais de
2.619 profissões registradas, isso sem contar naquelas sem registro. A tendência é que esse número cresça, já que as mudanças no mercado só aumentam.
Por isso, os questionamentos acerca de que profissão seguir sempre existirão, e a orientação vocacional sempre será um recurso essencial na hora da escolha. A psicologia online da TelaVita conta com profissionais da área para auxiliar em questões como estas.