A inclusão de PCD no mercado de trabalho é um tema que tem gerado bastante debate. No entanto, não se trata apenas de dar emprego para os profissionais com deficiência. Aspectos como acessibilidade, condutas adequadas no ambiente de trabalho, cargos e salários compatíveis precisam de maior atenção das empresas contratantes.

O Brasil possui 45 milhões de pessoas com alguma deficiência diagnosticada. Desses números menos de 1% são empregados, dados que por sua vez, refletem na disparidade de oportunidades que essas pessoas recebem.

A inclusão de pessoas com deficiência nas empresas faz parte da Lei de Cotas, sendo obrigatória caso a empresa tenha entre 100 a 200 empregados.Contudo, mesmo que as corporações desejem inserir essa população dentro de seu corpo empresarial, muitas não sabem como fazer.

As contratações de profissionais com deficiência

Apesar do marco importante da Lei de Cotas, a insatisfação continua evidente. De acordo com a psicóloga e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Amanda Ribeiro, a inserção no mercado de trabalho por parte dos deficientes ocorre principalmente – e quase que exclusivamente – por conta da Lei de Cotas.

Entretanto, a contratação de pessoas com deficiência por uma empresa é de grande importância tanto para a economia brasileira, quanto para a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.

Possibilitar vagas para portadores de deficiência contribui para trazer dignidade, democracia, reabilitação social e psicológica para eles. Logo, o colaborador que tem deficiência tem a oportunidade de interagir com outras pessoas, se sentir útil e produtivo, contribuindo também com visões e experiências diversificadas que agregarão valor à empresa.

O papel do RH na inclusão de profissionais com  deficiência

Antes de tudo, precisamos entender a diferença entre os termos ”integração” e “inclusão”. No primeiro, a pessoa com deficiência precisa se adaptar a sociedade, com as características e costumes que já possui. Já no segundo, com a inclusão, entende-se que os dois lados precisam se modificar e adaptar simultaneamente.

A inclusão de deficientes no quadro de funcionários não é um favor que a empresa faz, afinal, essa pessoa é tão capacitada quanto qualquer outra para desempenhar uma função. Portanto, é preciso se  libertar do estigma que o estereótipo induz para depois aderir a disponibilização de vagas para pessoas com deficiência.

A contratação envolve responsabilidade social, respeito, empatia e conhecimento perante as informações necessárias. Por isso, é dever do RH evitar que a admissão seja feita somente para cumprir os termos da lei e deixar a inclusão como segundo plano.

No cenário perfeito, a obrigatoriedade de uma lei para assegurar a inserção desse profissional no mercado de trabalho não seria necessária, pois o ideal é que essa fosse uma atitude natural. Logo, a falta de informação e o preconceito são os maiores impedimentos na hora de contratar profissionais com deficiência. 

Como lidar com os profissionais com deficiência?

Após a contratação de pessoas com deficiência, é normal se sentir confuso e com medo de ferir os sentimentos dos novos colaboradores sem intenção. Deste modo, uma dica importante é o cuidado com a utilização de termos pejorativos para se referir às pessoas portadoras de deficiência.

Não devemos usar palavras que denigrem, humilhem ou inferiorizem, mesmo que na brincadeira. Termos como “aleijado”,”inválido”,”mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz” são maliciosos e carregam uma conduta negativa em seus significados.

Muitas são as adversidades que o portador de deficiência enfrenta todos os dias, como no caso dos deficientes físicos, a falta de acessibilidade, por exemplo. A resiliência, portanto, é um de seus maiores traços, ou seja, são pessoas mais preparadas para lidar com situações de críticas ou desentendimentos, e a se adaptarem melhor às situações.

A importância do apoio psicológico dentro das empresas

A saúde emocional dos colaboradores é um elemento importante a ser monitorado pois aumenta a produtividade, aumenta o engajamento e diminui os gastos decorrentes da rotatividade de funcionários.

Quando um profissional com deficiência é contratado, pelas dificuldades que podem ser encontradas quanto a preconceitos, desafios e novas responsabilidades, é interessante que haja um acompanhamento para que possam se sentir incluídos.

O ambiente de trabalho deve ser acolhedor, respeitoso e acessível para todas as pessoas, independente de cor, raça, doenças, deficiências ou orientação sexual. Logo, a mudança começa por você.

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Dicas para lidar com PCD no trabalho

Boas práticas sempre são bem-vindas. Lembre-se que todos devem ser tratados igualmente com respeito e busque ser sua melhor versão sempre. Conhecer universos diferentes do nosso favorece na construção de uma sociedade mais inclusiva e no bom relacionamento com as pessoas. 

Confira as melhores práticas de convívio para aderir no dia a dia com uma pessoa com deficiência:

Boas práticas para lidar com pessoas com deficiência física

  • Ao conversar com um profissional que utiliza cadeira de rodas, sente-se, para que fiquem com os olhos no mesmo nível do outro;
  • Não se apoie bengala ou cadeira de rodas;
  • Empurre a pessoa em cadeira de rodas com cuidado;
  • Sempre que for oferecer ajuda, perguntar como você deve proceder;
  • Não se ofender se a ajuda for recusada;
  • Atentar-se às barreiras que existem quando for escolher locais para encontros como reuniões ou comemorações.

Lidando com pessoas com deficiência visual

  • Ao guiá-los, coloque sempre a mão da pessoa no seu cotovelo, que deve estar dobrado. Se estiverem em algum lugar apertado, colocar as mãos para trás;
  • Avisar com antecedência a existência de degraus, buracos, etc;
  • Falar em tom de voz normal, a menos que a pessoa também possua deficiência auditiva;

Pessoas com deficiência auditiva

  • Quando for falar com uma pessoa surda, se posicione à frente da mesma, para que ela possa visualizar os movimentos labiais;
  • Seja sempre expressivo;
  • Mantenha sempre o contato visual;
  • Mesmo que estejam acompanhadas por um intérprete, dirija-se ao indivíduo;
  • De preferência, pergunte sempre se a pessoa prefere a comunicação escrita.

É importante lembrar de que existem outros tipos de deficiência, não se limitando somente a essas. A inclusão no Brasil ainda é um grande problema e é essencial que os direitos das pessoas com deficiência sejam respeitados. 

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