Carl Gustav Jung, psiquiatra que colaborou com Freud em diversos artigos de psicanálise. A teoria Junguiana de Inconsciente Coletivo consiste em uma transmissão de materiais através de ancestrais em nossa mais profunda psique. Vamos entender um pouco mais sobre isso!
Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo
Nós não dominamos tudo o que pensamos, o nosso eu não é capaz de fugir de alguns sentimentos ou pensamento que surgem de repente. Sendo assim, podemos dizer que o inconsciente é algo nosso que não temos conhecimento.
Na Psicologia Junguiana há a distinção de inconscientes, podendo ser ele pessoal ou coletivo.
O que é Inconsciente Pessoal
O Inconsciente Pessoal é a área em que estão nossas memórias esquecidas e nossos pensamentos reprimidos. Esse inconsciente foi estudado por Freud. Ele pode se manifestar em nossos sonhos ou até mesmo como sintomas psíquicos e físicos.
O que é Inconsciente Coletivo
Esse inconsciente ao contrário do pessoal, não se trata só do que vivenciamos, e sim de tudo que a humanidade teve como experiência. E foi nesse estudo que ele começou a ter divergências com Freud, mas essa também foi sua maior contribuição na psicologia.
Essa teoria aponta que nós nascemos também com uma herança psicológica além da biológica. Ele compara a estrutura do corpo, dos órgãos e suas funções que se evoluem conforme os anos com a humanidade, com a existência também de uma evolução da mente, que traz traços de toda a história, afirmando que não seria possível um organismo todos se modificar e a mente nascer vazia. Assim, nosso corpo e mente são depósitos de histórias do passado.
Os arquétipos Junguianos são canais de organização de todo o material psicológico que herdamos ao decorrer dos anos. Um dos pontos interessantes dos arquétipos, são as imagens primordiais. Elas são na maioria das vezes de conteúdo mitológico e abordam assuntos de culturas tão longínquas que temos certeza de nunca termos escutado, mas de alguma forma ela existe em sua mente e surgem de repente, geralmente em sonhos.
Jung reparou esse ponto em suas viagens experimentais pelo mundo, onde viu que as pessoas tinham sonhos com características de mitos e religiões que eles não conheciam, mas ao lembrar deles, eles poderiam os descrever detalhadamente, mesmo sem o conhecimento do que aquilo se tratava. Ou seja, algo lhe foi passado inconscientemente de décadas passadas e estava armazenado em sua mente, seu inconsciente.
Um exemplo do inconsciente coletivo é o que se entende por pai. O peso dessa palavra vai muito além do que o que se vivencia com o pai, progenitor. Esse arquétipo paterno é a imagem de todos os tipos de pais que nutrem sua mente, ele pode ter relação com a religião por exemplo, como Deus, ou o Sol e nem sempre estará ligado a algo bom, pode ser um pai severo, punidor, coisas que não fizeram parte da sua própria vivência mas você consegue atribuir a essa única palavra.
Esse material que você possui no inconsciente coletivo, ele não pode ser destruído, mesmo que a imagem passe a fazer parte de seu consciente, ele estará lá entrelaçado nessa área para continuar fazendo parte da cadeia evolutiva. Assim afirma Jung:
“os conteúdos de um arquétipo podem ser integrados na consciência, mas eles próprios não tem esta capacidade. Portanto, os arquétipos não podem ser destruídos através da integração ou da recusa em admitir a entrada de seus conteúdos na consciência. Eles permanecem uma fonte à canalização das energias psíquicas durante a vida inteira e precisam ser continuamente trabalhados” (Jung, 1951, p.20).
Os principais arquétipos da estrutura da personalidade segundo Jung:
A Persona: é a forma que nos apresentamos para a sociedade. Ela possui diversos aspectos negativos, ela pode esconder quem realmente você é por conta de esteriótipos. Mas por outro lado ela te protege de atitudes sociais externas que procuram de alguma forma te derrubar. Também é muito importante para a comunicação.
Anima e Animus: é um arquétipo do inconsciente da parte sexual, sendo Anima para os homens e Animus para as mulheres. Ele é o principal regulador de comportamento, ele filtra o que é feminino e masculino e alimenta seu animus ou anima assim definindo suas características pessoais.
Self: O self é o consciente e inconsciente se completando para formar uma totalidade.
“O self designa a personalidade total. A personalidade total do Homem é indescritível… porque seu inconsciente não pode ser descrito.” (Jung em Evans, 1964, p. 62).
Ego: ele é o arquétipo da personalidade, o centro de nossa consciência. Não é traços de inconsciência no ego, somente a consciência e aprendizado de tudo que foi vivido.
Sombra: é aquela voz que “escutamos” quando refletimos, ela é tudo o que a consciência descartou por não fazer parte de sua persona ou não se encaixar no que é sociavelmente aceitável.
O inconsciente coletivo, fruto do estudo de Jung é uma explicação para conhecimentos que temos mas não sabemos explicar de onde eles foram extraídos, mas na verdade eles são provenientes de uma sabedoria coletiva que foi transmitido para nós através da evolução humana e estavam armazenados em nosso mais profundo eu, nos acompanhando desde nosso nascimento.