O puerpério, marca uma fase crucial na vida de uma mulher, caracterizada por uma série de transformações físicas, emocionais e sociais após o parto. Entretanto, é um período de transição delicada, que demanda cuidados especiais e compreensão das transformações que a mulher vivencia.
Portanto, compreender o que é o puerpério e suas diversas facetas é fundamental para oferecer o suporte necessário às mulheres nesse momento tão singular de suas vidas. Continue a leitura e saiba mais sobre esse universo junto conosco!
O que é o puerpério?
O puerpério é o período pós-parto que marca uma transição abrupta no corpo da mãe, que se adaptou gradualmente ao longo dos últimos meses, com a barriga crescendo aos poucos. Logo, no momento do parto, essa transformação se completa, sendo percebida também como um grande esvaziamento de si.
No entanto, o período puerperal emerge no pós-parto e se estende ao longo do processo de adaptação fisiológica e emocional da mãe. A duração desse período pode variar, já que algumas famílias podem levar mais tempo para se ajustar à nova rotina. Porém, de maneira geral, o puerpério costuma durar entre 45 a 60 dias após o nascimento do bebê.
Todavia, além da própria recuperação do corpo, com o retorno gradual aos padrões pré-gravidez, o puerpério também envolve um intenso processo de adaptação emocional, à medida que a mãe se familiariza com seu novo papel e os desafios da maternidade.
O mito da maternidade perfeita
Os desafios do período puerperal são muitos, além da própria recuperação do corpo, a mãe também precisa se preocupar com a amamentação e o bem estar do bebê. Nessa fase, todos olham, perguntam e presenteiam o recém-nascido, mas ainda há muito o que se falar e cuidar da mãe.
A mãe é eleita a cuidadora, e como com um botão ela precisa acionar o amor incondicional, a paixão a primeira vista, sorrir para as visitas e se sentir a pessoa mais feliz do mundo. Mas na realidade, isso não acontece magicamente.
Com o parto, surgem diversas experiências físicas, como dores, inchaço das mamas, desconforto intestinal, além de um sono desregulado, o que intensifica as emoções.
Nesse contexto, é comum que sentimentos de inadequação e estranheza surjam, podendo ser reprimidos, dando lugar à culpa por não se sentir plenamente feliz, como é esperado pela maioria das pessoas.
As emoções no puerpério
As emoções no puerpério são extremamente complexas e variadas, constituindo um dos maiores desafios enfrentados pelas mulheres após o parto. Esse período, marcado por uma montanha-russa de sentimentos, pode ser caracterizado por uma mistura intensa de alegria, amor, ansiedade, tristeza e frustração.
Entretanto, no meio disso tudo, podem surgir dois fenômenos muito conhecidos: o baby blues e a depressão pós-parto.
Baby blues
O chamado “baby blues” é uma ocorrência comum, manifestando-se como episódios de choro inexplicável, irritabilidade e sentimentos de melancolia nos primeiros dias após o parto. Essas emoções são muitas vezes exacerbadas pela exaustão física resultante do trabalho de parto e da privação de sono associada aos cuidados do recém-nascido.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto, diferente do baby blues, se caracteriza por sentimentos persistentes de tristeza, desesperança, ansiedade intensa e dificuldade em cuidar de si mesma ou do bebê. Todavia, nesses casos é fundamental reconhecer e abordar essas emoções de forma adequada, buscando apoio médico e psicológico quando necessário.
Precisamos falar mais sobre o puerpério
Precisamos abordar o puerpério com mais profundidade. Portanto, iniciar um diálogo sobre esse tema é importante para conscientizar as pessoas, especialmente as mães, de que os sentimentos são passageiros e não controláveis.
Contudo, é essencial reconhecer que a família, incluindo o pai e a rede de apoio, também está passando por um período pós-parto e desempenham um papel crucial como cuidadores, inclusive no apoio à mãe.
Dessa maneira, o puerpério é um período difícil para a mulher, por isso, fazer acompanhamento psicológico durante e após a gravidez, participar de grupos de mães e desromantizar a maternidade podem ser passos importantes para que as mães sofram menos com a frustração da maternidade real.