A saúde mental materna é fundamental no desenvolvimento afetivo entre mães e filhos. No entanto, pouco se fala sobre o assunto. As mães são vistas como heroínas, seu papel é romantizado e visto como imprescindível, mas de fato, ainda há um certo estigma quando vamos falar delas.
As mulheres não recebem o mesmo tratamento que os homens. Seja dentro das empresas, na faculdade ou até mesmo dentro de casa. Dessa forma, são desvalorizadas constantemente. A maternidade para algumas, pode ser um sonho, para outras, um atraso que pode custá-las sua estabilidade financeira, por exemplo.
De acordo com uma matéria publicada pelo Correio Braziliense, metade das mulheres são demitidas após a licença maternidade. No entanto, são diversos os fatores que podem comprometer o psicológico da mulher quando ela está em gestação, sendo assim a instabilidade das empresas ao tratar do assunto, um deles.
O que é a saúde mental materna?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde mental como o estado de bem-estar em que o indivíduo consegue perceber suas próprias habilidades e lidar com as adversidades da vida.
A saúde mental materna, então, seria compreender esse bem-estar nas gestantes e puérperas, que irão lidar com a maternidade pelo resto de suas vidas. Aliás, dada a importância do assunto, foi instituído o Dia da Saúde Mental Materna (comemorado na primeira quarta-feira de Maio), que visa conscientizar sobre a importância de tratar sobre transtornos mentais ao falar da maternidade.
No entanto, a qualidade de contato dessas mulheres com o seu entorno e, principalmente, com os filhos reflete no nível de desenvolvimento pleno e fértil desse período. Portanto, alcançar o bem-estar é uma maneira de garantir um elo mais forte e saudável nesse novo relacionamento.
A importância do bem-estar materno
Apesar do tema não chamar muita a atenção no cotidiano, os dados sobre saúde mental materna representam a necessidade do diálogo. Afinal, 7 em 10 mulheres ocultam ou minimizam seus sintomas, segundo estimativas do World Maternal Mental Health Day.
A falta de compreensão, apoio e tratamento aos transtornos psicológicos na maternidade têm um impacto devastador nas mulheres afetadas e em seus parceiros e famílias. Nesse mesmo sentido, é possível observar o risco que eventuais problemas de ordem mental da progenitora podem refletir nos bebês.
A depressão pós-parto, por exemplo, afeta mãe e filho de forma drástica psicologicamente. A pressão para ser uma boa mãe, dar conta do trabalho e criação dos filhos e muitas vezes o estresse diário dentro de casa só pioram a evolução do quadro.
Práticas da saúde mental materna
São diferentes iniciativas que surgem para tratar do bem-estar materno e cuidar melhor da saúde das mães. É possível observar inovações tecnológicas, iniciativas locais e movimentos globais para abordar o tema.
Nesse sentido, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) criou o Motherly. O aplicativo é capaz de analisar e identificar o princípio de sintomas depressivos em gestantes e mães. O objetivo é evitar riscos à saúde e incentivar a procura de ajuda profissional.
Além disso, o acompanhamento psicológico para as gestantes e puérperas é de extrema importância e eficácia para o estabelecimento de uma boa saúde mental. A psicoterapia pode ajudar as mulheres a lidar com a maternidade de uma forma leve e auxiliar nos momentos de adversidade.