Desde 2013, o DSM-5 revisado não reconhece a síndrome de Asperger como categoria diagnóstica independente, integrando-a a outros transtornos.
Contudo, a síndrome de Asperger era considerada um transtorno do espectro autista (TEA) distinto, mas o DSM-5 unificou as várias categorias diagnósticas anteriores em uma única entidade diagnóstica chamada “Transtorno do Espectro Autista”.
Anteriormente à revisão do DSM-5 em 2013, existiam as classificações: , “Síndrome de Asperger”, “Transtorno Autista”, “Transtorno Desintegrativo da Infância” e “Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação”.
Agora, os profissionais de saúde diagnosticam todas essas condições dentro do espectro do autismo como TEA.
Por que a Síndrome de Asperger agora faz parte do TEA?
A decisão de unificar os subtipos teve como principal objetivo fornecer uma visão mais unificada e abrangente do espectro do autismo, reconhecendo que as características do TEA podem variar amplamente de uma pessoa para outra. Portanto, em termos de diagnóstico atual, os profissionais de saúde não utilizam mais separadamente o termo “síndrome de Asperger”
Contudo, algumas pessoas ainda se referem à síndrome de Asperger para descrever indivíduos com características específicas de funcionamento dentro do espectro autista, embora não seja um termo oficialmente utilizado no DSM-5.
Nesse sentido, a síndrome de Asperger era definida pela dificuldade de responder a estímulos sociais, além da presença de ritos e interesses em tópicos específicos. Sua linguagem costumava ser detalhada, formal e pedante.
O que configura o Transtorno do Espectro Austista (TEA)?
Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é diagnosticado em indivíduos que apresentam prejuízos persistentes na comunicação e interação social em múltiplos contextos, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Todavia, o DSM-5 introduziu o uso de níveis de gravidade para refletir a intensidade dos sintomas do TEA. Logo, esses níveis são especificados com base no suporte necessário para acomodar as dificuldades da pessoa nas áreas de comunicação social e comportamento restrito/repetitivo.
Nível 1
A pessoa enfrenta alguns desafios sociais como dificuldade para iniciar conversas com outras pessoas ou responder, e quando o faz, tem respostas reduzidas em relação aos avanços sociais dos outros.
Nível 2
A pessoa pode apresentar dificuldade moderada na comunicação, linguagem e interação social. Podem precisar de auxílio na execução de atividades da vida diária.
Nível 3
O indivíduo apresenta dificuldades graves no seu cotidiano, com uma resposta mínima a interações com outras pessoas e a iniciativa própria de conversar muito limitada. Sendo assim, o suporte substancial é necessário para acomodar essas dificuldades.
Como é realizado o diagnóstico?
Não existe um exame que possa determinar se a pessoa está no espectro do autismo. Ao contrário disso, o diagnóstico é clínico e feito de maneira observacional, com apoio de uma equipe multidisciplinar, como de profissionais da neuropediatria ou psiquiatria infantil, psicologia e outros.
O diagnóstico da síndrome de Asperger, que hoje é o TEA, é feito pelo DSM-5 e a Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Em suma, os dois manuais apresentam, em comum, como principal critério diagnóstico para o transtorno do espectro autista: déficits persistentes na comunicação social e padrões de comportamento restritos, repetitivos e estereotipados.
Ambos os manuais também concordam em relação ao transtorno ser altamente heterogêneo, com diferenças individuais significativas nas características e necessidades de suporte.
Tanto o CID-11, como o DSM-5 são sistemas de classificação complementares, embora tenham semelhanças, também podem apresentar algumas diferenças nas categorias e na terminologia utilizada.
Características da síndrome de Asperger
As anteriormente à síndrome de Asperger são consideradas autistas no nível 1, leve. Esses indivíduos podem apresentar dificuldades para interação social, compreender e expressar emoções, assim como gestos, expressões faciais e demais aspectos da linguagem não verbal.
Pessoas com Síndrome de Asperger possuem inteligência média ou acima da média. Eles geralmente não têm dificuldades de aprendizagem que outras pessoas dentro do transtorno do autismo podem apresentar, mas podem ter dificuldades específicas de aprendizagem.
Reconhecidos como pessoas tímidas, solitárias e de difícil relacionamento com os outros, os portadores de Asperger são pessoas focadas em interesses particulares, que podem concretizar os seus sonhos e ter uma vida normal se tiverem orientação adequada.
A descoberta tardia da síndrome de Asperger
Muitas pessoas têm recebido um diagnóstico na vida adulta. No entanto, isso ocorre devido à capacidade de adaptação ao longo do tempo e o desenvolvimento recursos internos para lidar com as demandas do cotidiano.
No entanto, o que se tem observado é um aumento no diagnóstico de pessoas com autismo, à medida que a compreensão sobre o transtorno se aprofunda. O mais importante é iniciar as intervenções o quanto antes, para possibilitar uma adaptação saudável à vida cotidiana.