Hoje em dia dizer que a Terra gira em torno do Sol parece óbvio, mas há algumas décadas não havia provas disso, apenas inúmeras teorias de cientistas que se debruçaram em livros e telescópios. Com o desenvolvimento de tecnologias, foi possível confirmar a teoria heliocêntrica. O homem sempre foi movido pela curiosidade. Ultrapassar as barreiras do que parecia impossível fez com que alcançássemos novos patamares de evolução. Com a psicologia é a mesma coisa. Especialistas do mundo inteiro estudam um complexo e poderoso universo chamado: mente.
Assim como as diversas teorias que surgiram quando não havia provas do que ocorria pra lá das estrelas, os psicólogos, psiquiatras e estudiosos criaram diferentes teorias para explicar a origem dos pensamentos, emoções e motivações que servem de base para a personalidade de cada indivíduo. Você já se perguntou o motivo de você ser mais introvertido que aquele seu amigo que adora falar em público? Ou por que você costuma perdoar facilmente enquanto o seu irmão guarda rancor de praticamente qualquer situação. É aí que entram as Teorias da Personalidade. Qual a origem dessas características tão individuais que nos compõe? Taí uma pergunta cuja resposta é tão misteriosa quanto o próprio universo.
O que é personalidade?
Não há apenas uma definição de personalidade, afinal, diferentes teóricos pensaram no significado da palavra ao longo da História. No livro Teorias da personalidade – 8.ed, de Jess Feist, Gregory J. Feist, Tomi-Ann Roberts, personalidade é definida como “um padrão de traços relativamente permanentes e características únicas que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa”. Esses traços, explicam os autores, podem ser únicos, comuns a um grupo ou compartilhados por uma espécie toda, porém o seu padrão é diferente em cada pessoa. Ou seja, embora você se pareça com o seu irmão em alguns aspectos psicológicos, cada qual possui uma personalidade única.
Quais as teorias da personalidade mais populares?
O livro Teorias da personalidade – 8.ed, de Jess Feist, Gregory J. Feist, Tomi-Ann Roberts, divide as Teorias da Personalidade em algumas ramificações:
- Teorias Psicodinâmicas
- Teorias Humanistas Existenciais
- Teorias Disposicionais
- Teorias Biológicas-Evolucionistas
- Teorias Cognitivas e da Aprendizagem
Nesse artigo, abordaremos as teorias psicodinâmicas e os autores mais marcantes desse viés das teorias da personalidade.
Freud
Aquele jargão “Freud explica” nasceu da fama do psicanalista de ter sido um dos maiores teóricos dos mais variados conceitos do mundo da psicologia e da psicanálise. Ele foi o primeiro a organizar, de fato, o conceito de teoria da personalidade. A psicanálise é o método desenvolvido por Sigmund Freud em 1896 cujas bases de estudo se fundamentam no inconsciente.
Os conceitos mais importantes advindos desse exímio psicanalista são:
desenvolveu um modelo estrutural da personalidade, e organizou o aparelho psíquico em três estruturas: ID, ego e superego. Cada qual é responsável por um aspecto da personalidade humana.
ID: Esse é o aspecto da personalidade associado aos instintos. Ele funciona como uma fonte psíquica que opera através de pulsões e desejos inconscientes. É dele a solução imediata para situações de tensão, porém exclui a lógica, valores e moral. É o impulso orgânico que a mente produz, sempre em busca da obtenção do prazer.
Ego: Diferentemente do que ocorre no ID, o ego é a parte racional da nossa personalidade e controla os instintos. Ele é o filtro mediador e balanceador entre o ID e os estímulos externos. Enquanto o ID funciona à base primitiva do desejo, o Ego opera no que é real, e busca satisfazer os desejos através de um objeto apropriado.
Superego: Aqui, o ID encontrou o seu oposto no que diz respeito aos valores morais. É dever do superego trabalhar para que a perfeição seja atingida através do que é correto perante a sociedade. É função do superego reprimir impulsos contrários às regras. “O superego tem o pensamento dualista (tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-termo) e está sempre em conflito com o id”, explica o SBie (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional)
A teoria da personalidade em Freud é vasta. O psicanalista é responsável por mais uma dezena de conceitos, inclusive os Mecanismos de defesa do Ego. Para saber mais, leia o nosso artigo completo sobre o tema.
Jung
O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung também partia do pressuposto da existência do consciente e do inconsciente. Porém, para Jung, existe também o conceito de inconsciente coletivo, Esse inconsciente não se trata só do que vivenciamos, e sim de tudo que a humanidade teve como experiência. E foi nesse estudo que ele começou a ter divergências com Freud, mas essa também foi sua maior contribuição na psicologia.
Essa teoria aponta que nós nascemos com uma herança psicológica além da biológica. Ele compara a estrutura do corpo, dos órgãos e suas funções que se evoluem conforme os anos com a humanidade, com a existência também de uma evolução da mente, que traz traços de toda a história, afirmando que não seria possível um organismo todos se modificar e a mente nascer vazia. Assim, nosso corpo e mente são depósitos de histórias do passado.
Os arquétipos Junguianos são canais de organização de todo o material psicológico que herdamos ao decorrer dos anos. Um dos pontos interessantes dos arquétipos, são as imagens primordiais. Elas são na maioria das vezes de conteúdo mitológico e abordam assuntos de culturas tão longínquas que temos certeza de nunca termos escutado, mas de alguma forma ela existe em sua mente e surgem de repente, geralmente em sonhos.
Leia mais no nosso artigo completo “A Psicologia Junguiana e o inconsciente coletivo”
Dentre os especialistas renomados no tema ainda temos Adler, Klein, Horney, Fromm e Erikson. Indicamos a obra “Teorias da personalidade – 8.ed, de Jess Feist, Gregory J. Feist, Tomi-Ann Roberts”, caso tenha interesse em mergulhar profundamente nas teorias da personalidade de cada pesquisador.