Você já ouviu falar do transtorno da ansiedade de separação? Bem, talvez esse nome seja um pouco complicado, mas, com certeza, é algo bem conhecido. Para isso, um exercício mental é interessante.

Pense no primeiro dia de aula da vida de uma pequena criança. Pode ser o seu primeiro dia, o do seu filho, ou até mesmo de alguém que viu em algum filme. Lembra-se daquela criança que chorava copiosamente porque não queria ficar longe dos pais? Pois é, pode ser que ela estava passando por um transtorno da ansiedade de separação.

Apesar de estar geralmente associado a crianças, é possível observar também a ansiedade de separação em adultos. Geralmente, essas situações não foram tratadas na infância e progrediram para a vida adulta. Então, para evitar tais situações, que tal conhecer um pouco mais sobre isso?

O que é o transtorno de ansiedade de separação?

A ansiedade de  separação está classificada no CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) como parte dos “transtornos emocionais com início especificamente na infância”. 

A angústia ao ter que ficar só, as crises de choro insistentes e o que chamamos de “birra” pode ser um dos sinais do aparecimento do transtorno. Nele, a ansiedade é focalizada sobre o temor relacionado com a separação, ocorrendo pela primeira vez durante os primeiros anos da infância.

Neste distúrbio o apego é intenso, e estar sem a presença física das pessoas que amam podem fazer o indivíduo sentir um enorme desamparo, afinal, quem os acompanha diariamente não estará presente. É normal despedidas desencadearem a sensação de falta, contudo, é preciso observar o tempo em que elas permanecem e como o indivíduo lida com esse sentimento.

Quais são as causas?

O transtorno de ansiedade por separação ainda não possui causas exatas que o identificam. Mesmo assim, existem certos fatores que podem ser apontados para o desenvolvimento do distúrbio.

Dessa forma, o primeiro aspecto a ser observado é a superproteção dos pais. Viver em um ambiente de muita proteção pode ser prejudicial. Nesse sentido, pais e filhos alimentam esses desejos e sentimentos uns dos outros.

Outra possibilidade é o advento de algum evento traumático ou estressante. A morte de um ente querido ou até de um animal de estimação pode ser o suficiente para desencadear os sintomas.

Além disso, não é possível descartar o fator genético envolvido. Mesmo ainda sem comprovações científicas, existem certos indícios de que a hereditariedade consegue aumentar a vulnerabilidade ao transtorno.

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Sintomas do transtorno de ansiedade de separação

A identificação é essencial. Ela permite dar pistas do que está acontecendo com a pessoa e a necessidade de procurar ajuda médica. Dessa forma, é preciso conhecer quais são os sintomas presentes no transtorno de ansiedade da separação.

  • Angústia exagerada no momento de separação das figuras de apego;
  • Preocupação excessiva de perder um ente querido;
  • Medo de vivenciar algum evento negativo inesperado que leva à separação. Por exemplo: adoecer;
  • Recusa em sair de casa, escola, trabalho ou outro lugar por medo de separação;
  • Angústia persistente de ficar sozinho ou sem os entes queridos em casa ou em outros lugares;
  • Relutância em dormir longe de casa ou ir dormir sem as figuras de apego perto;
  • Pesadelos que envolvem temas de separação;
  • Dores físicas repetidas, como dor de cabeça e náusea, de forma antecipada ou no momento da separação.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por um médico psiquiatra. Assim é realizado uma análise do histórico médico do paciente, além de observar os cenários em que ocorreram as separações.

Para ser considerado transtorno, é necessário que as manifestações estejam presentes há mais de 4 semanas. Ainda, o sofrimento deve ser significativo e prejudicar o funcionamento comum das atividades. Nesses casos, a pessoa não consegue participar de atividades sociais regulares, por exemplo.

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Tratamentos 

O tratamento do transtorno de ansiedade e separação tem como objetivo capacitar novamente a pessoa a realizar as atividades usuais. O acompanhamento psicológico é importante tanto para o paciente, quanto para os entes próximos. Nesse sentido, ajudará a pessoa a lidar com esses sentimentos e dará instruções para as figuras de apego. 

No entanto, as cenas de despedida devem ser curtas e é necessário treinar as pessoas próximas para reagir à lamentação de maneira sensata. Medicamentos também podem ser utilizados, porém, somente em casos graves. 

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Como é a terapia para o transtorno de ansiedade de separação?

O papel do psicólogo é auxiliar o paciente a identificar os gatilhos que disparam os sintomas físicos do transtorno. Sendo assim, o primeiro passo para aprofundar o acompanhamento psicológico é compreender estes gatilhos e os sentimentos da pessoa.

A terapia, então, procura conscientizar o paciente sobre o distúrbio e como ele afeta as diferentes áreas de sua vida. A ideia é promover uma percepção maior sobre si e, assim, levar ao autoconhecimento.

A partir disso, o psicólogo oferece recursos e técnicas para que o paciente utilize durante as crises. Assim, será possível conseguir ter um maior controle durante o cotidiano e nos momentos difíceis de desamparo.

Conhece alguém ou está passando por isso?

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