A palavra tripofobia pode causar enjoos, tremores e até aceleração dos batimentos cardíacos!
Antes de começar o artigo, aqui vai um aviso: fique calmo, pois não colocaremos nenhuma imagem que cause aversão para quem sofre de tripofobia.
Na cultura oriental, a flor de lótus carrega o simbolismo de pureza espiritual e o equilíbrio entre corpo e mente, na religião budista. Mas, para algumas pessoas, a imagem da semente dessa flor está longe de trazer paz espiritual e equilíbrio: estamos falando dos tripofóbicos.
Mas, afinal, o que é tripofobia?
A fobia atinge pessoas que sofrem ao ver buracos aglomerados e padronizados como favos de mel, semente de flor de lótus, algumas espécies de animais e doenças de pele podem tirar muita gente do sério. O problema também é chamado de fobia de padrões repetitivos e, popularmente conhecida como “medo de buracos” ou Fobia de Furos.
Qual o significado de Tripofobia
Relacionado a o termo grego τρύπα trýpa “buraco” e φόβος phóbos “medo”. Ela provoca grande ansiedade, desconforto e até enjoo em quem possui esse medo excessivo.
A tripofobia ainda não é oficialmente reconhecida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) da Associação Americana de Psiquiatria, que é o manual de categorização dos transtornos mentais mais utilizado em todo o mundo, por dois fatores: ela ainda não pode ser diagnosticada por ser relativamente nova e porque os especialistas ainda não a caracterizam como “fobia”, propriamente dita.
A fobia é caracterizada por um medo irracional. “Pessoas fóbicas sentem tanto medo que evitam determinadas situações, pessoas e lugares para não se expor ao perigo. Quando expostos ao objeto causador da fobia, esses indivíduos apresentam uma série de sintomas físicos: falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico“, explica a SBIE (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional)
Saiba o que é fobia em nosso blog!
Tripofobia: Conheça as causas
Esse problema não era conhecida até 2009, quando um estudante americano criou uma página no Facebook para falar de seus medos. Após a postagem, mais e mais pessoas alegaram sentir desconforto ao olhar para imagens do tipo. Isso chamou a atenção de especialistas e, em especial, de dois pesquisadores da Universidade de Essex: Arnold Wilkins e Geoff Cole.
Os pesquisadores, então, realizaram um estudo com 286 adultos cujo resultado foi surpreendente: 16% deles reagiam com aversão a padrões repetitivos, com direito a reações fisiológicas e tudo! Wilkins e Cole relacionaram essa aversão ao instinto de sobrevivência humana e acreditam que essas reações são mecanismos de defesa. Muitos animais letais, como aranhas e cobras, possuem padrões de marcas similares. Ou seja, a tripofobia pode ser uma adaptação evolutiva atrelada à preservação individual.
Isso ficou claro após um dos entrevistados revelar seu medo do polvo-de-anéis-azuis, animal letal que carrega um dos venenos mais poderosos do mundo. Os pesquisadores, então, reuniram uma série de imagens de alguns dos animais mais tóxicos conhecidos e observaram que elas faziam surtir os mesmos efeitos nas pessoas que têm tripofobia.
A Universidade de Kent levantou outra hipótese sobre a origem do problema: “é que padrões de buracos manifestam-se em doenças e infecções como varíola e sarampo, e que tem tripofobia poderia fazer associações ao ver objetos cotidianos”, informa a BBC.
Doenças de pele como o “pé de maracujá” , que deixa o pé “cheio de furos” e buracos na pele, é uma das mais populares quando se fala em tripofobia. Ou seja, o medo de ter essas doenças também corrobora para o fator de proteção e evolução se sustentarem.
Conheça também, qual a diferença entre medo e fobia.
Tripofobia: Reconheça os sintomas
Já comentamos aqui o estado de extrema aversão que as pessoas com tripofobia ficam ao ver imagens com padrões e aglomeradas. Reunimos alguns dos sintomas de tripofobia mais conhecidos:
- Tremores
- Enjoos;
- Ansiedade;
- Sudorese;
- Aversão;
- Nojo;
- Choro;
- Arrepio;
- Profundo desconforto;
- Aumento do ritmo cardíaco;
- Coceira;
- Formigamento;
- Entre outros.
“Alguns até manifestaram arrepios. Um dos pacientes disse que as imagens “davam-lhe náuseas e tremores”, informou a BBC acerca da pesquisa dos cientistas de Essex.
Já se sabe que tripofobia existe, e os pesquisadores afirmam que todo mundo tem um pouco de tripofobia, o que difere é o nível em que essa aversão se manifesta. Embora ainda seja pouco estudada, a tripofobia vem ganhando mais e mais popularidade, principalmente com a internet e a divulgação dessas imagens desconfortáveis para o cérebro.
Um dos meios de como tratar a tripofobia mora na psicoterapia e técnicas de relaxamento. Especialistas como psicólogos e psiquiatras auxiliam com técnicas de aprendizagem para controlar a aversão e lidar com imagens de buracos
Fonte: BBC