O que antes era um simples passatempo ou brincadeira, atingiu níveis de descontrole tão desproporcionais que hoje passou a ser considerado um distúrbio mental. O vício por games (ou vício em jogos digitais) foi reconhecido como um real problema pela Organização Mundial de Saúde. Esse divertimento pode atingir negativamente a saúde física e mental de diversas pessoas. Tudo começa a ser notado pela frequência do uso dos jogos e na mudança visível no comportamento, onde há a preferência do virtual ao real.

Chamado de “distúrbio de games“, a pessoa que apresenta as características deste quadro precisa ser observada por 12 meses antes de um diagnóstico exato. Procedimentos para o combate deste vício foram tomados na maior parte do mundo, na Coreia do Sul, por exemplo, existe uma lei para proibir menores de 18 anos jogarem entre meia-noite até seis horas, e no Japão, existe uma quantidade de tempo diário para jogar.

Como saber se a pessoa é viciada?

De acordo com os critérios que a próprio OMS afirmou, é preciso da ajuda um profissional, pois há todo um detalhamento recolhido para não haver equívocos do diagnóstico. Além disso é obrigatório o tempo estipulado de 12 meses de coleto de dados, no entanto, existem novas recomendações do CID que pode diminuir esse prazo quando os sintomas e atitudes estiverem muito graves.

Sintomas do distúrbio em games

  • Viver literalmente no mundo dos games, isto é, trocar as atividades como festas, práticas de esportes, leitura, etc, por jogos eletrônicos;
  • a maior parte do tempo falar sobre resultados, performances e características de jogo;
  • perder totalmente a noção de quantas horas que é gasta em função dos games;
  • persistir no hábito de jogar, mesmo perto de amigos e familiares;
  • trocar a companhia de pessoa pelos jogos;
  • insônia, e hábito de ficar na madrugada jogando ou acordar para isso;
  • agressividade, quando não está em contato com os jogos – desperta a revolta.

Existem outros problemas que se manifestam como: a ansiedade, falta de equilíbrio emocional e em alguns casos a obesidade.

O que os profissionais dizem?

Muitas pesquisas mostram que o assunto precisa ser levado mais a sério, diversos especialistas alertam para que os pais e responsáveis saibam ponderar os horários e observar cada atitude de seus filhos, e na presença dos sintomas descritos, analisar com cautela qual é a origem de tal atitude.

No Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios Mentais (DSM), este distúrbio ainda era considerado uma condição a ser estudada, mas logo após os agravantes que surgiram e principalmente os diversos diagnósticos onde apontavam o vídeo game como ponto chave de transtornos, esse hábito foi oficialmente reconhecido como um vício e por fim um distúrbio psicológico.

Logicamente a tecnologia não é uma ameaça para a geração, mas segundo uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford mostra que as crianças e adolescentes estão muito ligados aos eletrônicos, e em alguns casos podem sim serem considerados um grande vício, principalmente quando elas deixam deveres da escola, brincadeiras, entre outros afazeres para focar nos jogos.

Como fazer o tratamento?

Depois de algumas observações, quando percebe-se que a atitude está passando dos limites – e os sintomas listados estiverem presentes com frequência -, é preciso procurar ajuda de um profissional. Para que assim, a pessoa possa entender que o caso é realmente clínico e ser então encaminhada para o melhor tratamento.

Lembrando que quando o hábito de jogar não atrapalha outras atividades e nem muda a pessoa, não é considerado um distúrbio, ao contrário esse tipo de atividade exercida de maneira moderada auxilia no raciocínio lógico.

Os comportamentos problemáticos que envolvem o vício de jogos merecem maior atenção, para que através de um embasamento profissional possam ser tratados da melhor forma.

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